Um dia de muita tristeza, esta segunda-feira, 6 de outubro. Aquela tristeza infinita de que fala o poeta.
Logo cedo eu fui informado da morte de Márcia Rodrigues, menina que conheci no Jornal da Bahia. Eu, editando, ela estagiando. Ano de 1989. Tempos depois, profissional, Marcinha mostrava seu talento em jornais e na Agecom.
Sempre nos falávamos, por telefone, por e-mail. E para não fugir à regra, sempre combinávamos um encontro que jamais acontecia. O almoço, o jantar, nada.
Há quatro anos, nos encontramos no sepultamento de Irecê, no Campo Santo. Depois, outro encontro, em cemitério, no Jardim da Saudade, pra não variar, sepultamento de colega jornalista.
"Puxa, Brown, precisamos marcar esse encontro, conversar, falar da vida, de como o jornalismo está mudando", disse-me Marcinha.
Concordei com ela, ambos acrescentando que jornalista precisa perder o hábito de só se encontrar quando um colega morre.
Forte e destemida, Marcinha reagiu à doença que a atingiu há quase quatro anos. Lutava com a fé de quem sempre foi uma abnegada na profissão e na defesa dos familiares. Falava de seu namorado, elogiando-o pela parceria nessa luta, de amigos que nunca a abandonaram. Mas sempre num tom que revelava o alto-astral com que pontuava suas ações.
No Sarapatel (seu blog), escreveu no dia 28 de setembro sobre a morte de Paul Newman. No orkut, a comunidade Repórter Márcia Rodrigues é uma demonstração do carinho que os coleguinhas tinham por Marcinha.
E é assim que eu queria falar de Márcia Rodrigues. Com uma tristeza devorando o coração, mas levando esses links quem ler essas informações para que conheçam um pouco desse ser tão interessante, leal, honesto.
O sepultamento será amanhã, às 10 horas, no Jardim da Saudade, em Brotas. O corpo será velado numa capela do Jardim da Saudade.
Saudades, Marcinha, abraços.
José Bomfim