Do lado de fora, ônibus tiveram seus pneus furados e foram apedrejados para bloquear as ruas. Um engarrafamento monstro logo se formou, pelo horário. Muitos motoristas particulares, com medo, tentaram fugir atravessando a pista separada por uma mureta alta, passando por cima dos passeios, sob ameaças, uma loucura. Gritos, gente subindo no teto dos ônibus, motoristas largando o volante pra não serem agredidos, fotógrafos e jornalistas que tentavam registrar os tumultos apanharam de vera, tiveram equipamentos danificados, muito empurra-empurra, rodoviários transtornados, alguns bêbados, um caos. A tropa da PM demorou a chegar e quando chegou não agiu logo para acabar com a baderna e fazer o tráfego fluir.
MK manteve o telefone aberto para o pessoal que estava in loco se pronunciar e dizer o que estava se passando...
Quando, eis que liga para a rádio o secretário de comunicação da PMS, que tem a sala de trabalho no paço do Thomé de Souza a poucos metros do gabinete do prefeito JH. Ele queria apenas comunicar sobre uma coletiva que aconteceria na quarta, à tarde, para o prefeito falar de medidas emergenciais na área de saúde.
Esperto e com um assunto ‘quente' nas mãos e no ar há uma meia hora, MK perguntou quais as providências que o gabinete estava adotando para acabar o tumulto nas Sete Portas e liberar o tráfego na região.
André não sabia de nada que estava acontecendo e deixou claro que a única notícia que possuía dos rodoviários era o acato do sindicato às negociações de não acontecer a tal greve que vinha sendo anunciada pela categoria. Foi um mal-estar, uma saia justa, e o povão que ouvia a emissora, da rua e por telefone, ao vivo, começou a descer o cacete no secretário, no prefeito e a dizer que "faltava era homem" pra governar a Bahia, alguns fazendo alusões claras a ACM, que ‘já teria tomado uma providência', vivo fosse (sic).
Pior, minutos depois ligou o secretário municipal de transportes. Não, ele também não sabia o que estava acontecendo nas Sete Portas; queria apenas dizer que o sindicato dos rodoviários aceitara a proposta de negociação de salário e não faria a greve, uma grande vitória da negociação, sem dúvida.
Mas ... e a bagunça na cidade, o quebra-quebra de ônibus, as arruaças e agressões no meio da rua, o trânsito parado desde a rótula do abacaxi , etc ? Nada, ele, o secretário de transporte também não estava ciente sabia do que estava ocorrendo.
Mais porrada ao vivo dos ouvintes, esculhambando o prefeito, sua desinformação, sua inoperância, e "ta é faltando é homem, doutor!", foi o que se ouviu no ar até o final do programa.
Ou seja, muita obra, um penico cheio.
É no mínimo estranho que um secretário de comunicação não saiba, àquela altura, o que estava acontecendo. Não mandou ninguém pra lá? Nenhum assessor (coordenação de jornalismo existe?) estava ligado na informação, no rádio, celular, nada? Huuum!
E o secretário de transportes, hein? Área dele, devia ter no mínimo meia dúzia de auxiliares lá no ato, presentes, acompanhando tudo, como manda o beabá da comunicação, da administração pública. Nada! Todo mundo desligadão, viajandão, né? Mesmo sabendo, por antecipação, que poderia rolar sujeira, anunciada, previsível, até manjada, como todos sabemos.
Agora imaginem o nosso ( lá ele!) prefeito JHC, com toda aquela agilidade que lhe é peculiar, tão rápido em tomar decisões (que deus nos livre e guarde) e com tais assessores colados nele... vamos esperar o quê?
Anexo à sala/gabinete do secretário de comunicação, no mesmo palácio Thomé de Souza, tem o gabinete do sub-secretário de comunicação e, colada, uma sala com uma mini-redação cheia de computadores, há vários repórteres bem remunerados, fotógrafos, cinegrafistas e os cambau a quatro. Fazendo o quê? Pra quê? Quem paga tanta inapetência (incompetência) ? Te cuida, Geddel!
Tome-lhe obra, tome-lhe obra ...
Deu caganeira, diarréia geral na Praça Municipal.