Mal terminara o Campeonato Brasileiro da Série B de 2005e ainda comemorando o acesso para a 1ª Divisão, o treinador Givanildo Oliveira, atualmente no Vitória, se reuniu às portas fechadas com a diretoria do Santa Cruz e, com sua habitual franqueza, afirmou que aquele elenco vitorioso, que fizera sucesso na B e que merecidamente se habilitara a voltar para a elite do futebol nacional em 2006, precisava ser profundamente reformulado para não fazer feio na Série A.
Na verdade, ele alertava os dirigentes corais para o fato que eram dois campeonatos distintos e que, para enfrentar adversários mais qualificados, necessitava de um outro time, com maior experiência e com melhores valores. Não sei se por falta de dinheiro ou por ver muito rigor na avaliação do técnico ou por mera acomodação, o certo é que as advertências do experiente Givanildo não foram ouvidas e, com poucos reforços (e a maioria desconhecida).
O Santa acabou dando vexame no ano passado na 1ª Divisão e novamente foi rebaixado. E o que é pior: não bastasse o vexame, ainda presenciou o Sport e o Náutico, os dois outros grandes clubes pernambucanos, subirem para a Série A.
Na Toca do Leão, Givanildo já deve ter conversado com os dirigentes sobre as dificuldades da Segunda Divisão e os obstáculos que o Vitória irá enfrentar para vencer o seu maior desafio neste segundo semestre, que é o de voltar ao convívio dos clubes de maior expressão do nosso futebol.
Entendo que as séries B e C são bem parecidas, no jogo pegado, nos estádios sem muito conforto, nos campos com dimensões reduzidas e até no nível técnico das equipes, entretanto não se pode esquecer que, apesar da bela campanha e do título do campeonato baiano, a equipe rubronegra precisa, aqui e ali, de alguns ajustes.
Quanto ao Bahia, garantida a permanência de Arturzinho na direção técnica, o trabalho agora - após a vassourada no Fazendão - é no sentido de reformular o elenco, objetivando uma boa participação na 3ª Divisão e o acesso, ainda este ano, à Série B. A meu ver, a espinha dorsal - Márcio, Rogério, Émerson, Humberto, Fausto, Marcone, Danilo Rios, Danilo Gomes, Rafael Bastos e Moré - está formada e, com os reforços do zagueiro Álisson, do meiocampista Elias e dos atacantes Nonato e Neto Potiguar, a tendência é melhorar, principalmente por ter o time quase dois meses para se preparar para a Terceirona.
O resto é rezar. De preferência para o novíssimo santo brasileiro Santo Antonio de Sant'Anna Galvão.