Reconheço que o treinador é, muitas vezes, birrento e turrão na defesa de seus princípios, entretanto não se pode negar que ele vem fazendo milagres com o modesto elenco que dispõe.
Sem muitas perspectivas para este ano - no início da temporada nem garantido estava para jogar a Série C do Campeonato Brasileiro - o Bahia não pôde investir em grandes contratações como em épocas passadas, obrigando a Arturzinho a fazer omelete sem ovos.
Ele conseguiu montar um grupo que, mesmo sem ser brilhante, terminou a fase inicial do certame baiano com o mesmo número de pontos do líder Vitória, ficando na segunda colocação somente por ter assinalado menos gols do que o seu maior rival.
Aproveitou jovens valores procedentes das divisões de base, como Danilo Rios, Rafael Bastos, Thiago Neiva, Marcone e Ávine, e do próprio mercado baiano, a exemplo de Rogério, Josemar, Carlos Alberto, Charles e Ednei, trouxe Fábio Saci e Paulo Musse, seus ex-comandados no Vitória, e mesclando com jogadores rodados, como Vitor Boleta, Maricá, Moré e Émerson, ou pouco conhecidos, do tipo Herbert, Humberto, Fausto, Amauri, Harley, Émerson Cris e Marcelinho, formou um razoável elenco e deu, justiça seja feita, um padrão de jogo à equipe.
Discordo daqueles que acham que Arturzinho escala mal ou que não sabe mexer no time durante os jogos.
Também não aceito as críticas de que virou retranqueiro após seu desembarque em Itinga. Se com dois volantes de contenção (Humberto e Fausto) e, em algumas ocasiões, com três zagueiros, a defesa está entrando água, imagine se ele se arvora a ser extremamente ofensivo.
É certo que a fantástica torcida do Bahia - o seu comparecimento em massa à Fonte Nova, para assistir ao jogo contra o Fluminense, após a derrota no Ba-Vi 72 horas antes, foi um exemplo de fidelidade - não anda nada satisfeita com este jejum de títulos que já dura quase seis anos, mas, comparada às últimas campanhas do time, a deste semestre pode ser considerada boa. E, aqui pra nós, depois do mestre Evaristo, nenhum técnico que passou ultimamente no Fazendão amarra a chuteira de Arturzinho.