No espaço com área de aproximadamente 5 metros quadrados são comercializados cordéis de Cavalcante e outros autores - Jurival Alves da Silva, Jonas Samaúma, José Medeiros de Lacerda, etc - a preços que variam de R$2,50 a R$5,00 a unidade e gravuras e xilogravuras de de Lenon com preços que variam de R$25,00 até R$100,00.
Lenon também produz retratos a bico de lápis de arte ao preço de R$40,00 e a pessoa é só sentar num banco de madeira que existe no local que ele desenha na hora, em torno de 15 a 30 minutos para realizar a arte.
Pergunto como é o movimento de negócios no quiosque e ele responde: "Você deve saber que viver de arte popular é muito dificil. Eu diria até que é uma arte e nosso trabalho é de convencimento para quem não conhece cordel e a arte popular, e é facilitado para as pessoas que já estão acostumados com a literatura do cordel", frisa.
Lenon também é professor do ensino do violâo e desenhista: "Me viro de todo jeito para sobreviver", confessa.
Pergunto se os turistas que vão ao Mercado se interessam pelos trabalhos que expõe e pelos cordéis responde que são poucos os que param no quiosque, praticamente só aqueles que conhecem a literatura de cordel. "A gente vende mais é para quem conhece arte e literatura de cordel".
A tenda que leva o nome do poeta Rodolfo Coelho Cavalcante, alagoano que fez história em Salvador como cordelista, fica localizada na praça Cayru, ao lado do Mercado Modelo e abre todos os dias na temporada do verão.
O PIX é 71.99282-3872. Quem quiser colaborar ou comprar cordéis e obras pelo WhatsApp é só depositar neste pix e levar o comprovante para receber os cordeis e as obras de arte.
QUEM FOI RODOLFO
Rodolfo Coelho Cavalcanti nasceu em Rio Largo (AL) em 1917 e foi criado pelos avós maternos até os 8 anos, quando retorna à casa dos pais. As constantes mudanças entre Maceió e Rio Largo o obrigaram a trabalhar para ajudar no sustento familiar.
Adolescente, percorre parte do Norte e Nordeste, atuando como camelô, palhaço de circo, dentre outras atividades. Desde essa fase, já se faz notar como bom versejador, participando de pastoris, cheganças e reisados.
Em Parnaíba (PI), adquire folhetos do poeta e editor João Martins de Ataíde para revender, começando assim sua vida de folheteiro. Instala-se em Salvador (BA), em 1945, firmando-se como defensor e líder da classe de poetas, donde nunca mais saiu. Tem dezenas de obras publicadas.
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A reforma da Praça Cayru aconteceu em 2020 na gestão do prefeito ACM Neto com deque de contemplação e a colocação de piso em granito. É nessa área que está o quiosque de Rodolfo Cavalcante e outros, de baianas do acarajé, trancadeiras e vendedores de coco.
O projeto contemplou implantação de novos bancos, reforma do busto do Visconde de Cairu, fechamento do canteiro de árvores, reforma do guarda-corpo do cais e do gradil do estacionamento do Terminal Náutico. Além disso, balizadores foram implantados na área de Embarque e Desembarque do Terminal Náutico. A iluminação também foi reforçada com instalação de 97 luminárias e 13 projetores.
A Praça Visconde de Cairu foi construída entre o final do século XIX e o início do século XX, quando o mercado ainda era a alfândega da capital baiana e parte da Cidade Baixa não tinha sido totalmente aterrada. A praça é um dos principais pontos de visitação de turistas que chegam do Terminal Náutico da cidade.