Com o empurrão costumeiro da empolgada torcida, valendo-se da bem ensaiada bola alçada na área adversária, o Vitória fez um bom segundo tempo e venceu o Cuiabá por 1 x 0, no fim da tarde de sábado, no Barradão. Jogo duro, pegado, duas equipes no mesmo estilo, uma primeira etapa equilibrada; mas, precisando vencer mais uma para cravar esse momento de superação, o Leão foi pra cima no segundo ato, na vontade, na correria e definiu, numa cabeçada do bom zagueiro goleador Wagner Leonardo.
Com o resultado, o Rubro-negro foi a 21 pontos, dorme no 12º lugar (a rodada segue) e dá demonstrações ao torcedor que está entrando numa nova fase, em plena recuperação. Méritos para o treinador Carpini (trocando pneus com o carro andando) e a dedicação dos atletas em campo, transpirando muito.
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No Barradão
- Entardecer de sábado com céu limpo, 26 graus, arquibancadas cheias em vermelho & preto, torcida empolgada depois do triunfo (2 x 0) em cima do Palmeiras, em SP. Piso fofo mas aceitável, bem cuidado.
- Em campo, uma batalha de afogados, os dois times brigando para escapar da zona desconfortável da degola – o Vitória com 18 pontos, em 17º lugar e o Cuiabá com 17 pontos na 18ª colocação (com dois jogos a menos).
- O Leão de uniforme novo, camisas e calções pretos, firulas e numeração em vermelho. O Cuiabá, ‘o douradão’, todo de branco com detalhes em amarelo e verde.
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Com bola rolando ...
- Com de costume, em casa, o Leão começou fustigando, mostrando as garras, tentando impor seu ritmo. Os visitantes plantados, marcando, estudando, sem pressa; é uma equipe que sabe jogar fora de casa. Jogo morno, algumas entradas duras. Poucos lances de área, nenhuma chance real criada, goleiros sem trabalho até os 30 minutos. Daí, esquentou...
- Aos 34’, primeira oportunidade, um chute forte da entrada da área de Pitta, grande defesa de Lucas Arcanjo, voando, espalmando a escanteio. O Leão respondeu com uma avançada de Osvaldo pela esquerda, deu em nada. Aos 39’, Ramon costurou pela esquerda e rolou para Pitta, cara a cara, mas o atacante perdeu, pegou mal na bola, desperdiçou a melhor chance de gol da primeira etapa. Aos 44’, Valter, arrojado, evitou o gol rubro-negro nos pés de Mateuzinho, na pequena área; no contragolpe, Max limpou na meia lua e bateu por cima, errou o alvo. Aos 48’, cabeçada de Pitta, Lucas Arcanjo catou.
Um lá e cá animado no final da primeira etapa. Confronto aberto, franco. O gol não saiu, mas a segunda etapa prometia, por conta de o empate não interessar a ninguém e também pela postura ofensiva das equipes no terço final do primeiro tempo. Estilo de jogo e estratégias idênticas, muita pegada, muito corpo-a-corpo e pontadas em velocidade.
Segunda fase – Os treinadores gostaram do que viram e não fizeram mudanças no intervalo. O ‘Dourado’ recomeçou apertando, levantando bolas, escanteios seguidos. O Leão suportando bem, apostando na correria dos contragolpes. A torcida inflamando.
- Aos 12’, Caceres recebeu pela direita, nas costas da zaga, cruzou e Mateuzinho tentou de cabeça, assustando o goleiro Valter. Aos 14’, Pitta recebeu em profundidade mas bateu por cima.
- Depois dos 15’, os treinadores partiram para as substituições em busca de gols. No Vitória, Alerrandro, Ze Hugo e Felipe Machado; no Cuiabá, F Augusto e Derik. O Rubro-negro com mais volume, atuando mais no campo inimigo, pondo velocidade. O Cuiabá já apostando no contra-ataque. Aos 25’, Osvaldo cruzou largo da esquerda, Ze Hugo se antecipou à zaga e testou pra baixo, acertando a trave. Pressão do Leão, no embalo da torcida...
- Gol! 1 x 0 Vitória, aos 27 min. Osvaldo levantou da esquerda, Alerrando testou e Wagner Leonardo completou, de cabeça, abrindo o placar.
Daí em diante não teve mais jogo, o Vitória mascando, administrando bem a vantagem, sem oferecer espaços ao adversário, travando... Aos 41’, depois de ótim a jogada de Mateuzinho, Ze Huigo acertou a trave de Valter; aos 46’, apreceu Lucas Arcanjo para tirar de soco uma bola alçada, perigosa.
E deu Vitória, vencendo bem, mais uma, para deleite da galera rubro-negra.
- Destaques:
Mateuzinho, diferenciado (recebeu cartão amarelo e está fora do Ba x Vi); Ze Hugo entrou bem, zoando pela direita; Wagner Leonardo, sempre, impecável atrás e ainda fez o gol. No mais, a aplicação de todos, o bom trabalho de Carpini, o entusiasmo da torcida.
No Cuiabá, o bom lateral Ramon.
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Ficha Técnica
- O Vitória escalado por Carpini, em busca de uma formação ideal: Lucas Arcanjo, Cáceres (Edu), Neris, Wagner Leonardo e PK; Ryller (Ze Hugo), Luan (F.Machado), William Oliveira e Mateuzinho; Osvaldo (Carlos Eduardo, estreante) e Janderson (Alerrandro).
- O Cuiabá do técnico Petit (treinador português, nascido na França): Valter, M. Alexandre, Empeureur, Marllon e Ramon (Eliel); Lucas Mineiro (L Fernandes), Denilson (F. Augusto), Max (Cafu) e Clayson; Pitta e André Luis (Derik).
- Árbitro, João Vitor Gabi/SP.
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O próximo jogo do Vitória é o clássico Ba x Vi, domingo, dia 11, às 16h, na Fonte Nova, pela 22ª rodada. O Leão tem mais uma semana seguida de descanso e treinamento para o clássico; o Bahia joga na quarta-feira, partida decisiva pela Copa do Brasil, contra o Botafogo/RJ, na Fonte Nova.
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Neste domingo, dia 4 ago, pela mesma rodada (a 21ª, o Bahia enfrenta o Fluminense, no Maracanã/RJ, às 16h.
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Jogos Olímpicos de Paris/2024
- O melhor até agora da Olimpíada tem sido a disputa (ouro e prata) entre as ginastas Simone Biles (EUA) e Rebeca, a brasileira já recordista de medalhas olímpicas; conquistou a 5ª na manhã de sábado em prova de salto (ouro para a norte-americana e prata para a braisleira). Biles é um fenômeno, não erra, e leva vantagem por ser miúda, baixinha, leve, o que a permite voar mais alto e ter movimentos mais rápidos. Rebeca a supera em graça, elegância, beleza. São amigas, respeitam-se e trocam afagos, olimpicamente. Bonito de ver. Na segunda, mais duas provas, as duas frente a frente.
- O Brasil fechou o sábado com 9 medalhas, boa participação no Judô. Bia Souza, sargento do Exército, nos deu a primeira medalha de ouro na competição, detonando todas as adversárias. E ganhamos o bronze por equipe mista. Judô, quem diria?
- Inacreditável! A seleção feminina de futebol está na semifinal (joga contra a Espanha), depois de derrotar (1 x 0) a poderosa França, em Paris, com gol de Gabi Portillo e atuação destacada da goleira Lorena, que até pênalti catou. As brasileiras, que não vinham jogando bem, atou sem Marta (expulsa no jogo passado) e surpreendeu, calou a torcida francesa.
- A lutadora baiana Bia Ferreira perdeu a revanche para a rival irlandesa Kellie Harrington e ficou apenas com o bronze. Não fomos bem como esperávamos no boxe.