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Zé de Jesus Barrêto

BAHIA JOGAVA MELHOR, TINHA JOGO EM MÃOS, O GRÊMIO EMPATOU NO FINAL 1X1

ZédeJesusBarrêto comenta que não foi de todo ruim e agora joga em casa para voltar a série A
16/10/2022 às 19:21
     O jogo parecia nas mãos, o Tricolor vencia (1 x 0) e fazia um bom segundo tempo, controlando as ações, tendo mais a bola, criando boas chances de ampliar, mas num lance de bola alçada, mais uma vez, levou o gol de empate, de cabeça, já aos 40 minutos (1 x 0). A equipe baiana desperdiçou dois pontos e a chance de terminar a rodada na vice-liderança, mas o empate não foi de todo mal porque o time tem agora dois jogos seguidos na Fonte Nova, tudo para vencer e se classificar diante de sua torcida.   

  O Bahia fez um primeiro tempo opaco, mas venceu, com um gol no final. No segundo tempo, quando o Tricolor Baiano tinha a partida sob controle e jogava melhor, até dominava e criava mais, levou o gol em jogada vezeira.  

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 Tretas e barbárie

 Cenas lamentáveis, de selvageria mesmo, no final do jogo Sport 1 x 1 Vasco, na Ilha do Retiro, com invasão dos torcedores em campo logo depois do empate do Vasco, de pênalti. A penalidade foi marcada por intervenção do VAR, o que já criou um clima de desconfiança no torcedor pernambucano. No mais, os cariocas foram comemorar acintosamente na frente da torcida do Leão da Ilha e...  melou, o bicho pegou. Objetos, até cadeiras foram atirados na direção dos vascaínos e devolvidos. O campo invadido. Jogadores foram agredidos, os atletas pernambucanos também se envolveram na confusão, o Vasco retirou-se para os vestiários, recusando-se a voltar por falta de segurança. Meia hora de paralização, o árbitro Clauss, paulista perdido.  A penalidade aconteceu por volta dos 42 minutos de segundo tempo.

 Nada justifica a invasão, as agressões, a covardia de alguns. Porém é preciso também responsabilizar os cariocas, os vascaínos pelas provocações, inadmissíveis no futebol profissional. 

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 No Ceará, pela primeira divisão, no mesmo horário, mais confusão depois do empate entre Ceará x Cuiabá (1 x 1), com torcedores cearenses invadindo campo e vestiário ameaçando e cobrando dos jogadores do Vozão. Absurdo.

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 Fica a pergunta:  Os estádios de Recife e Fortaleza não têm condições, não são seguros? Que segurança tem o profissional da bola para exercer sua profissão, trabalhar? Os estádios serão interditados, alguém será punido?

 Com a palavra a CBF. As imagens mostradas pela TV são terríveis. 

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Classificação

- Cruzeiro, já campeão, com 72 pontos. Grêmio 58, Bahia 57, Vasco 56, Sport 53, Sampaio Corrêa e Criciuma com 52, Ituano 51.

  Na rabeira, a zona do miserê, estão CSA, Operário, Brusque e Náutico.  

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Outros jogos da rodada

- Sport 1 x 0 Vasco; Criciuma 3 x 0 Ituano; Tombense 0 x 0 Ponte Preta; Guarani 1 x 0 CRB; Sampaio Corrêa 2 x 1 Chapecoense; Operário 0 x 0 Brusque; CSA 0 x 1 Londrina; Vila Nova 1 x 0 Cruzeiro; Novorizontino 6 x 0 Náutico.  

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Na Arena do Grêmio

- Tarde domingueira limpa em Porto Alegre, arquibancadas com mais de 45 mil torcedores, tudo azul, relvado verdinho.

-  Clássico, rivalidades, duelo de tricolores. O Bahia, no G-4 desde a primeira rodada, tentando voltar a vencer uma fora de casa, garantindo a terceira colocação. O Grêmio, vice-líder, um ponto à frente do time baiano, querendo assegurar logo, em casa, a classificação. Na Arena, em Porto Alegre, o Tricolor gaúcho não costuma perder.  

 - O Grêmio com sua tradicional camisa listrada. O Bahia de branco, com meiões vermelhos. Na Fonte Nova deu empate, 0 x 0.

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 Com bola rolando ...

 - Com menos de um minuto, Villasanti atingiu o lateral André, já caído, com uma canelada no rosto. Acidente ou intimidação? Aos 3’, Diego Souza, livre na área,  arriscou de bicicleta, pra fora. Aos 5’, Villasanti pegou rebote, livre, na frente da meia lua e chutou de primeira, assustando o goleiro Claus.

 - O Grêmio começou em cima, tentando decidir logo, empurrando o adversário pra trás. Pressão na bola e no grito. Um Bahia tímido, sem saída, errando passes bobos, Patrick e Ignácio perdidos, nervosos.

 - Aos 12’, primeira defesa de Claus, no chão, em chute de Diego Souza. Aos 19’, Biel soltinho bateu de direita, da frente da área... passou perto, Claus espiando. Aos poucos o Bahia foi trabalhando com bola no chão, mas até os 20 minutos nenhum chute a gol. Aos 21’, novo vacilo defensivo dos baianos, Thaciano bateu forte, rasteiro, cruzado ... com muito perigo.

 - O Bahia jogava mal. Marcando frouxo, errando passes, sem criar no meio campo, lento, perdendo todas no corpo a corpo, na velocidade e sem chutar na frente. Os gaúchos na pressão, chegando junto, inclusive da arbitragem, e catimbando, brigando intensamente pela bola. Mas o tempo foi passando e o ritmo diminuindo... melhor para os visitantes.

- Gol! 1 x 0 Bahia, aos 48 minutos. Cruzamento largo e fechado de Jacaré, da esquerda, Goulart triscou de cabeça, o goleiro deu rebote e Mugni empurrou, na pequena área, com oportunismo. A única e real chance criada, e o Bahia desceu para os vestiários, o intervalo da merenda, à frente do placar – 1 x 0.

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 Renato Gaucho trocou dois meio-campistas no intervalo, mais força. O Bahia voltou já procurando valorizar a posse de bola. Aos 4’, em boa trama, Jacaré ariscou um daqueles seus chutes de longe, enviesados, passou perto. O Grêmio respondeu aos 7’, com chute mascado de Guilherme nas mãos de Claus. Os gaúchos imprimindo velocidade e o Bahia cadenciando. O Bahia voltou melhor na segunda etapa, mas os erros de passe na saída defesa-ataque persistiam. Por volta dos 15 minutos começou a chover.

  O Grêmio voltou a pressionar, mesmo que desordenadamente, cedendo espaços para contragolpes. Aos 17’, Barroca mexeu: Davó e Rai nos lugares de Goulart e Caio Vidal. Elkeson (saiu Bitelo) e Leo Gomes (fora Edilson) no Grêmio.

 - Olhe o VAR! Aos 19’, os gaúchos entraram tabelando e finalizaram, o bandeira viu impedimento e o VAR foi acionado. Minutos de expectativa. Impedimento confirmado, gol anulado.

  Equilíbrio de ações no gramado. Rezende e Miquéias no meio campo do Bahia, saem Mugni e Daniel. Aos 30’, o Bahia entrou tramando, bola cruzada da direita, Davo escorou e o goleiro salvou. Na cobrança do escanteio, da direita, Luis Otávio testou e Grando espalmou no alto. O Bahia era melhor, chegava mais e parecia ter o controle, mantendo a posse de bola.

  No desespero, os gaúchos foram para aquela pressão final, alçando bolas na área baiana, que suportava bem. Até que ...

- Gol! 1 x 1, aos 40’. Cruzamento de fundo da esquerda, bola alta atravessando, Luis Henrique derrapou e Thiago testou livre para as redes, empatando. Quando o Bahia parecia tranquilo, vivia seu melhor momento, sem correr riscos.

 A arbitragem acrescentou 6 minutos. O torcedor pressionando, o Bahia já mais cauteloso, atrás, o Grêmio nos chutões e bolas levantadas.  Sufoco nos minutos finais.    

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 Destaques  

 Claus tranquilo, Luis Otávio bem pelo alto, Mugni enquanto teve pernas, Goulart e sobretudo Jacaré – o mais lúcido e inteligente da equipe em campo, acreditem.

 A postura da equipe na segunda etapa, bem arrumada e lutando.

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Escalações

- O Grêmio de Renato Gaúcho: Grando, Edilson, Geromel, Bruno Alves e Diogo Barbosa; Villasanti, Lucas Lima, Thaciano e Bitelo (Guilherme e Yhiago Santos); Biel e Diego Souza.

- O Bahia de Barroca (seu terceiro jogo à frente da equipe): Claus, André (Marcinho), Ignácio, Luis Otávio e Luiz Henrique; Patrick, Mugni, Daniel, Ricardo Goulart; Jacaré e Caio Vidal.  

- Arbitragem paulista, com VAR. Luis Flávio de Oliveira no apito.

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- Pela 36ª rodada, o Bahia recebe o Vila Nova, sábado, dia 22, às 16h30, na Fonte Nova.

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 Nota de Pesar

 Morreu essa semana, em Pernambuco, o ex-ponteiro esquerdo Canhoteiro, que foi campeão pelo Bahia em 1968, num ataque com Biriba, Adauri, China, Elizeu ... O gol do título, contra o Galícia, foi de China, escorando uma falta cobrada da esquerda por ele. Canhoteiro era veloz, raçudo e tinha um chute potente. Era um tricolor de vestir camisa e guardar troféus, até o fim.

 Nossas homenagens e conforto aos familiares.

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 Estamos a um mês e cinco dias do começo da Copa do Mundo no Catar.

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