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Zé de Jesus Barrêto

Com dois gols nos acréscimos Bahia 2x2 Galo

A torcida do Bahia foi a loucura no final do jogo
30/07/2018 às 10:33
Foi um jogão de bola. Corrido, dinâmico e emocionante até o apito final. Dois gols, um do Atlético (Ricardo Oliveira) e outro do Bahia (Régis) já nos acréscimos, e o placar, mais que justo, 2 x 2.  O público mais que razoável nas arquibancadas da Fonte Nova, na noite de uma segunda-feira, não teve do que reclamar. Viu garra, vontade de vencer, boas estratégias de jogo, gols e futebol bem jogado, de parte a parte, o coração na boca.

  Com o empate, o Bahia foi a 17 pontos e está em 15º lugar na tabela de classificação, com um jogo a menos. A cumprir.

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  Bola rolando

  A partida já começou animada, num ritmo acelerado, equilibrada, o time da casa mais na frente. Mas ...

  - Gol! 1 x 0 Atlético, aos 4 minutos, Galdezani. Na primeira investida mineira, uma boa jogada do colombiano Chará, a defesa não conseguiu afastar de vez uma bola cruzada na pequena área e, na sobra, desmarcado, o meia mineiro bateu no gol, a bola desviou em Tiago e foi morrer no cantinho, enganando o goleiro.

   O Tricolor respondeu aos 9 min, com uma bomba de Leo, da entrada da área, que Victor rebateu. O Bahia foi pra cima, mas o Galo era lépido e muito perigoso nos contragolpes; defendia-se em bloco e chegava com muitos jogadores na área baiana. Aos 20’, Marco Antonio fez ótima jogada pela esquerda, cruzou fechado, no chão, e por muito pouco Gilberto não empatou. Aos 36’, após ótima trama pela direita, Bruno lançou na cabeça de Edigar Junior; a testada e a pelota riscou a trave de Victor.

   Equilíbrio, partida bem movimentada na primeira etapa. O Bahia teve mais volume de jogo, atuou mais próximo da área adversária, chegou a criar boas chances de gol, mas...  O Atlético achou o gol logo no começo e se retraiu, marcando forte, fechou-se inteiro e apostou na saída em velocidade com cinco, seis em contragolpes perigosos. Estratégia válida para quem está com vantagem no marcador e joga na casa alheia. 

 

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  No recomeço, o mesmo quadro. O Bahia apertando, trocando passes, abrindo espaços, tentando furar o bloqueio e os mineiros na moita. Às vezes com nove dentro de sua área, trancado. Quando tinha a bola, trabalhava, assustava com contra-ataques velozes.

 Aos 13’, cabeçada de Tiago após cobrança de escanteio; deu Victor.  Aos 16’, nova testada de  Tiago, forte, raspando o poste de Victor, que só espiou e torceu. Aos 18, ao tentar cortar um cruzamento rasante  de Patric, da direita, Tiago bateu de canela e quase  marca contra: Ânderson salvou.  Régis substituiu Vinícius, aos 20.

  O Galo começou a travar o jogo, dando faltas seguidas, ganhando tempo, no cai-cai. O tempo foi passando, os jogadores já exaustos, o jogo ficando cada vez mais perigoso. Indo inteiro pro ataque, o Tricolor abriu-se para o contragolpe dos mineiros. Uma bola clara no braço do zagueiro Maidana, na área, desviando a trajetória da bola, provocou reclamações dos tricolores, pedindo pênalti. O árbitro ignorou.

- Gol ! 1 x 1, Gilberto, aos 38 minutos. Régis recebeu uma falta na intermediária e cobrou rápido; o atacante, oportunista,  encarou e bateu forte, acertando o canto.

  Quando o empate parecia o placar mais que justo ... 

 - Gol ! 2 x 1 Atlético, aos 46 minutos. Ricardo Oliveira, recebendo de Chará nas costas da zaga, que fez a linha burra de impedimento. Bateu com classe na saída do goleiro.

 - Gol! 2 x 2,  Régis ! aos 49 minutos.  Golaço !  Leo bateu lateral na área,  a defesa atleticana cortou mal, Régis dominou no peito, dentro da área, e, sem deixar cair, bateu de canhota acertando o canto. 

  O torcedor endoidou. Ufa, um empate, enfim, justo !

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Destaques

Leo jogou muito pela esquerda, o meio campo batalhou, Gilberto brilhou com mais um gol e Régis foi mais que decisivo: foi esperto e deu o passe para o gol de Gilberto e fez o seu, golaço, empatando já aos 49 minutos, enlouquecendo o torcedor.

No Atlético,  a garra de Galdezani, a ligeireza e habilidade do colombiano Chará, atleta de seleção,  perigoso.  

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Ficha Técnica:

                        Bahia – Ânderson, Bruno, Tiago, Grolli e Leo; Gregore, Élton e Vinícius (Régis); Edigar Junio (Elber), Gilberto e Marco Antonio.   Treinador, Ênderson Moreira.

                        Atlético (MG) – Victor, Patric, Gabriel,  Maidana e Juninho; José Wélison, Elias, Galdezani e Luan (Casares); Chará e Ricardo Oliveira.  Treinador, Thiago Larghi.

No apito, Wilton Pereira Sampaio (trio de Goiás)

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  O próximo compromisso do Bahia é na noite de quinta, contra o Palmeiras, na Fonte Nova, pela Copa do Brasil.

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 Já foi tarde

Mancini deveria ter sido mandado embora após aquela baboseira do Ba x Vi no Barradão, pelo campeonato baiano, quando aprovou a briga e atos de covardia de alguns de seus atletas, deu ordens para expulsões provocadas a fim de acabar a partida e, por fim, proibiu nos vestiários que os atletas dessem entrevistas e revelassem as “ordens” dadas por ele.  Ali, escancarando bem sua índole, ele melou a história do clube, queimou o goleiro Fernando Miguel (um líder no grupo), perdeu o respeito de seus comandados e, na sequência, entregou o Baianão, caiu no Nordestão, perdeu o vestiário, como se diz no jargão dos boleiros.  O Vitória nunca mais foi o mesmo.  E ele próprio, Mancini, manchou sua carreira, sujou seu currículo.  

Não deixa saudades.