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Zé de Jesus Barrêto

BAHIA enloquece torcida e fica a 1 ponto da Série A

Bahia é um time de estrela
19/11/2016 às 19:52
Para enlouquecer os mais de 45 mil torcedores que lotaram as arquibancadas da Fonte Nova no fim de tarde de sábado, o Bahia fez um gol aos 43 minutos e venceu o Bragantino, chegando a 63 pontos ganhos, passando o Vasco e fechando a penúltima rodada em terceiro lugar na tabela de classificação. 

Ótimo resultado e posição mas ainda não o suficiente para garantir matematicamente a subida do tricolor baiano para a Série A de paroano, porque há a possibilidade de ser ultrapassado na última rodada pelo Vasco e pelo Náutico, caso perca o seu jogo derradeiro contra o Atlético (GO), já campeão da competição. Um empate é suficiente para o Bahia se classificar, mesmo que Vasco e Náutico vençam seus jogos. 

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Classificação

O Atlético (GO) campeão tem 73 pontos. O vice, já classificado é o Avaí, com 65. O Bahia está em terceiro, com 63 pontos; o Vasco da Gama tem 62 e o Náutico 60 (se vencer a última e o tricolor perder, que Deus livre, o Timbu fica com uma vitória a mais que o Bahia). Ou seja, três equipes disputam duas vagas. 

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- Nesse sábado, o Náutico venceu o Tupi, em Juiz de Fora ( 4 x 1 ); o Vasco levou 1 x 0 do Criciuma em Sta Catarina e o Avaí ganhou do Londrina, fora de casa.

- Na rodada final, enquanto o Bahia pega o Atlético em Goiânia, o Vasco recebe em casa o Ceará, que não almeja mais nada; e o Náutico pega o Oeste na Arena Pernambuco, uma mangaba. 

Fortes emoções, pois, na linha de chegada. 

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O clima pré-jogo

- Sábado, Fonte Nova cheia (cerca de 45 mil pessoas no estádio, vibrante. A cidade amanheceu tricolor, em azul, vermelho e branco. 

- O Bahia com o uniforme principal: camisas brancas, calções azuis e meiões vermelhos.
O Bragantino todo de preto.

- O jogo começou quando a partida Náutico x Tupi estava no intervalo. 2 x 0 para os pernambucanos. Diante disso, para os tricolores baianos, era vencer ou vencer. 

- Guto Ferreira, treinador do Bahia, empolgado com a torcida, preocupado com a ansiedade dos atletas.
Estevam Soares, treinador do Braga, é aquele ex-zagueirão que foi ídolo no Bahia e conhece bem a torcida, precisando ganhar de qualquer jeito ou ... cairia para a série C, como de fato aconteceu.

- O árbitro, o desconhecido Devarly Rosário, do Espírito Santo.
 
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Bola rolando 

- O Bragantino não veio recuado, tentou surpreender, partindo para cima logo no início, marcando à fente. E aos 3’, deu o primeiro chute a gol, com perigo, da entrada da área, mas Muriel defendeu bem. Jogo pegado, os paulistas mostrando-se dispostos a brigar pelo resultado, cada bola.
- O time tricolor trabalhando melhor pela direita, com Eduardo e Edigar Junio; e chegou forte aos 7’, na cobrança de um escanteio, obrigando uma arrojada defesa do goleiro Renan Rocha. Aos poucos, com a tensão inicial baixando, os donos da casa foram tomando conta do jogo.

- Aos 10’, uma bomba de Luiz Antonio, de fora, a bola chocou-se no travessão e bateu no chão, dentro do gol; Hernane ainda chegou para conferir de cabeça, mas o tento foi mesmo de Renê, um golaço! : 1 x 0 Bahia. 
- Aos 17, após cobrança de escanteio por Luiz Antonio, da esquerda, cabeçada certeira de Hernane, na pequena área: 2 x 0 - A torcida enlouquecida nas arquibancadas! Foguetório pelos bairros da RMS. 

- Aos 24’, o Braga assustou, mas Muriel, atento, arrojou-se e evitou a finalização na pequena área. O tricolor arrefeceu e o Braga joga no erro do Bahia. 

- Aos 30’, com a ajuda do árbitro trapalhão (a bola rebateu nele e sobrou para o atacante), Grampola driblou o atarantado Jackson, o goleiro Muriel que saiu desesperado, e fez um belo gol: 2 x 1 , silenciando a Fonte. 
- O tricolor respondeu com um chute largo e colocado de Vitor Rangel que encobriu o goleiro e raspou o poste, aos 34 minutos. E voltou a comandar as ações em campo. 

- Aos 39’, após cruzamento de Edigar Junio, a pelota bateu no braço do defensor e a torcida pediu pênalti. Na cobrança do escanteio, o goleiro socou e Renê Junior pegou a sobra de prima, raspando. 

- Aos 40, num contragolpe puxado por Regis, Vitor Rangel cruzou forte e Hernane meteu a coxa na bola, dentro da pequena área, livre, mas perdeu o gol; a redonda cobriu o travessão. 

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O Bahia foi superior na primeira etapa, até merecia um placar mais elástico, teve mais a bola, atacou e criou mais chances, se impôs em campo. Sofreu com um gol do Braga, meio que por acaso, com a bola carambolando no juiz (mal colocado) e sobrando para o avante Grampola que soube se livrar da marcação e concluir. 

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Tensão e decisão

Os atletas do tricolor baiano voltaram a campo, dos vestiário, sabendo da necessidade de vencer o jogo de qualquer maneira, porque o Náutico goleou o Tupi, em Juiz de Fora, por 4 a 1.

- Com a necessidade desesperada de golear para se manter vivo, o Braga voltou pegando mais forte, cometendo faltas, tentando impedir o adversário de jogar e buscando a velocidade pelos lados. Uma partida mais equilibrada, sem predominâncias. Uma partida mais travada, na segunda etapa, com menos oportunidades de gol de lado a lado. 

- Aos 13’ o tricolor, mais ofensivo, fez uma blitze, mas os arremates foram travados pela defensiva paulista. 
- Aos 23’, Guto retirou Vitor Rangel, que brigou muito, e pôs Allano. Depois, trocou Regis por Cajá. 
- Aos 25, numa jogada isolada pela direita, Washington (tinha acabado de entrar) cruzou rasteiro da linha de fundo, a bola bateu em Muriel e entrou. Incrível: 2 x 2, frango. A Fonte Nova, de repente, em silêncio. 
- Aos 30’, numa cobrança de escanteio da direita por Luiz Antonio, Tiago cabeceou firme, raspando o travessão. 
- Aos 32’, a torcida gritou o gol de Hernane, mas a arbitragem anulou marcando falta de Edigar Junio no zagueiro. 
- O Braga recuado, na moita, satisfeito com o empate e o Bahia todo à frente, afoito, buscando o gol e errando muito, por nervosismo e individualismos. E o tempo passando. 

- O Bahia fez aos 42’, após boa trama, Cajá meteu a canhota, forte, sem defesa, a galera ensandecida: Bahia 3 a 2. Mais um gol no final da partida, a estrela brilhando mais uma vez. 
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Venceu o melhor em campo, venceu o torcedor que não saiu das arquibancadas nem depois de findo o jogo, festejando. 
‘Ninguém nos vence em vibração’, diz o Hino do Prof Adroaldo Ribeiro Costa. 
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Destaques: 
Muriel falhou no segundo gol do Braga. Tiago bem melhor que Jackson na zaga. Boa atuação dos laterais Eduardo e Moisés. Estupenda atuação de Luiz Antonio, bem acompanhado por Renê Junior. Regis não atuou mal, mas Cajá entrou e decidiu. Hernane e Vitor Rangel brigaram muito. 
O Bragantino deu trabalho e teve sorte nos dois tentos feitos, mas a equipe caiu para a Série C com a derrota na Fonte Nova. 
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A derradeira partida é no Serra Dourada, contra o campeão Atlético (GO). O Bahia joga pelo empate, para não precisar de ninguém, não depender de outros resultados.
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Série A
Neste domingo tem Vitória x Figueirense , às 16 hs no Barradão . O rubro-negro briga para fugir da zona, do Z-4, e só depende dele não dar mole. O Figueira tem 34 pts, está na zona e vem desesperado em busca de três pontos. Pode ser uma boa para o Vitória, porque o adversário vai ter de se abrir, de sair da defensiva. Isso facilita muito para as arrancadas fulminantes de Marinho. 
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