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Zé de Jesus Barrêto

APAGÃO: Brasil tem 200 minutos de bola sem gols

Domingo sem medalhas para o Brasil que tem resultados abaixo do esperado
08/08/2016 às 00:27
Triste futebol brasileiro! Duzentos minutos de futebol, dois jogos pela Olimpíada dentro de casa, diante de sua torcida, e nenhum gol. Dois empates em zero, contra duas equipes tecnicamente inferiores, sem história ... Não, não somos mais aqueles.

Nos resta vencer bem a Dinamarca na quarta-feira, na Fonte Nova, com gols de sobra, ou nem classificamos para a próxima fase da competição. 

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Jogo sem brilho

Um estádio Mané Garrincha cheio, ávido, sonhando com goleada. A seleção brasileira em campo na pressão, com a obrigação de vencer, pois a Dinamarca, da mesma chave brasileira, venceu a África do Sul (1 x 0) chegando a quatro pontos ganhos, líder do grupo. O Brasil com um ponto apenas, o do empate com a mesma equipe africana, na estreia. Daí... ao ataque! Os iraquianos na moita, sem agonia, apostando num erro do adversário.

Aos 11 minutos, numa cobrança de escanteio, o goleiro Wéverton saiu mal e o becão iraquiano testou na trave. Susto! O tempo vai passando e cadê o nosso jogo? Passes errados, chutes fora do alvo, nervosismo,
 individualismos. 

Corremos, tentamos, criamos boas chances, chegamos perto (até uma bola no travessão) mas não fizemos o gol. Os iraquianos, dentro de suas limitações, resistiram com bravura, encardiram, deram tudo. Foi o primeiro tempo. 

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Depois da ‘merenda’ nos vestiários, Micalle substituiu o discreto Felipe Anderson pelo gremista Luan, mais fogoso. Fazer gol é a missão. Antes dos 10 minutos de mesmice, Micalle trocou o apagado Gabriel Jesus por Rafinha, meia do Barcelona. Os erros e afobação foram se acentuando com o passar do tempo. A torcida inquieta começou a se manifestar com vaias. Vinte, trinta, quarenta minutos e nada de animador no time de camisas amarelas, estrelas opacas, nenhum lampejo.

Aos 43’ um maluco invadiu o campo, foi ovacionado pelas arquibancadas e imobilizado, detido pelos seguranças. Foi o diferente. O árbitro deu sete minutos de acréscimos. Quem sabe? William desfraldou pela direita, venceu até o goleiro, tocou na pequena área e Renato Augusto perdeu, desequilibrado. 
Simplesmente desolador. Vaias! 

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Haja gol !

Já a Fonte de Gols borbulha. No domingo, México 5 x 1 Fiji, seis gols. Depois, Alemanha e Coreia do Sul empataram:3 x 3. Mais seis gols. Em quatro partidas realizadas na Fonte Nova, nessa Olimpíada, foram 24 gols feitos até agora. Recorde? 
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Na sequência, acontecem partidas do futebol feminino. Que fluam os tentos. Na quarta, a seleção de Neymar & cia joga contra a Dinamarca. Que tenhamos bola na rede, ao menos umazinha. É o gozo do jogo. 

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Brados do além

Ventanias causaram estragos nos Jogos Olímpicos/Rio de Janeiro, no domingo, segundo dia de competições. Ventos de até 70km/h causaram tumultos numa prova de ciclismo, obrigaram o cancelamento de competições de remo na Lagoa Rodrigo de Freitas e danificaram a decoração externa da Arena da Juventude, no Parque de Deodoro, zona oeste. Ondas, ventos... a Natureza manda seus recados. 

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O bicho pega

Nesse ínterim ... o ministro da Educação de Portugal foi assaltado e os roubos na Vila continuam acontecendo, enquanto dentro dos alojamentos caem pias, soltam-se os pisos, ladrilhos e rebocos de paredes. A mobilidade urbana é caótica, filas e cambistas atrapalham a chegada dos que querem ver as competições, os boatos de bomba se espalham... mas o Rio continua lindo e rola uma alegria à toa, contagiante, na cidade. 
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Foi dela !

Só pra esclarecer: A Rio-2016 e o COI não estão tolerando cartazes políticos nos locais de disputas esportivas. Quem ousa fazer esse tipo de manifestação está sendo ‘gentilmente retirado’ do local. "Queremos arenas limpas", disse Mario Andrada, diretor de Comunicações da Rio-2016.

A decisão é sustentada num decreto de lei olímpica assinado por Dilma Rousseff em 10 de maio de 2016, dois dias antes de seu (lá dela) afastamento. Apois ... 

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Picotes

- Wu, nossa única medalha (prata) até agora, bateu continência à bandeira na hora do Hino Nacional e a ‘militância’ não gostou. Ora, o cara é militar, respeita os símbolos pátrios, é a formação dele, pt. Queimar a bandeira verde-amarela pode, né? 

- Nosso vôlei masculino, esperança de ouro, estreou vencendo o México por 3 sets a 1, no Maracanãzinho. O apresentador Hulk (e filhos) esteve presente como torcedor e foi vaiado. Não há sentido. 

- Bom de ver a ginástica. Plasticamente bonito. E não fazemos feio. Torço pelas meninas. Aquela pequenininha (Flávia) é uma fofura.