Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

TIMES BAIANOS a beira do abismo da segundona

A Copa do Mundo está à porta e o legado que é bom só a Arena Fonte Nova
01/06/2014 às 19:36
Um fim de semana desastroso para a dupla Ba Vi no campeonato nacional. Em Santa Catarina, no domingo à tarde, o tricolor perdeu pelo placar de 2 x 1 para a Chapecoense, jogando uma bolinha de segunda. No sábado, em Feira, o Vitória foi derrotado no duelo de ‘Leões’ rubronegros nordestinos: Sport 1 x 0. Detalhe: os goleiros, Lomba e Wilson paparam seus perus pré-juninos. 

Com esses resultados, o Rubronegro terminou a primeira fase dessa competição , que vai ter uma parada de mais de mês para a realização da Copa do Mundo, dentro da zona de rebaixamento, com a torcida de cabelos em pé. O Tricolor não entrou na zona mas está na beira do abismo. O único porém é que ao Bahia ainda resta uma derradeira partida, na quarta, contra o Sport, na Ilha do Retiro, em Recife (jogo adiado em virtude da greve da PM). A dupla, de mãos dadas, não vence há muitas rodadas.

Preocupante. Mambembe futebol baiano. 

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Chapecó 

Com um público presente de mais de 7 mil pagantes no estádio de Chapecó, o time da casa buscou o ataque desde o começo pois a missão proposta era ganhar e sair da zona dos quatro últimos. Conseguiu. Não foi um bom primeiro tempo. Muito ‘perde e ganha’ no meio campo, disputas individuais e poucas sequências, raras oportunidades criadas. O típico joguinho murrinha, chato de se ver. 
Na segunda etapa, aos 9’, Abuda recebeu pelo lado direito, sem marcação, e arrematou forte e colocado; quando Lomba saltou a bola já se aninhava no seu cantinho direito: 1 x 0. O tricolor baiano sentiu o golpe, abriu-se, levou um contragolpe aos 25’, no mesmo lado de Guilherme Santos, que não tem a vivacidade de Pará. Tiago Luis entortou Démerson, deixou Feijão sentado e rolou para Alemão, livre; o atacante até pegou mal na bola, saiu fraca, rasteira e em cima de Lomba que papou um frangaço, deixando-a passar sob sua barriga: 2 x 0.

Mesmo mostrando uma bagaceira física, sem conseguir acompanhar o ritmo intenso do adversário, o Bahia foi pra cima, mas sem empolgação e sem criatividade. Chegou duas, três vezes pela esquerda porém Guilherme estava numa tarde infeliz, errou tudo. Aos 40’, após cobrança de escanteio, Démerson pegou bem uma sobra na área e, de chapa, bateu fora do alcance do goleiro Danilo, diminuindo: 2 x 1. Sem queixas. O Chapecoense quis mais o resultado. 

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No time da casa, destaques para o bom zagueiro Jailton, duro e preciso, o armador Abuda e o meia Tiago Luis, o mais inspirado.

No Bahia... até o Lomba foi mal, as que foram na direção gol entraram. Roniery, na direita, melhor que Guilherme na esquerda; o miolo da zaga levou dois gols, o meio campo não conseguiu articular nada e, na frente, Maxi atrapalhado, Talisca errando os chutes em gol e só. É preciso tomar cuidado para não levar mais uma porrada em Recife, um jogo difícil, de briga, rivalidade tradicional. A equipe perdeu a pegada. 

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Joia falsa

Vamos considerar, fFoi de uma infelicidade sem tamanho a decisão das diretorias do Vitória e do Bahia ao escolher o estádio (?) Joia da Princesa, em Feira de Santana, como mando de campo para suas partidas pelo Brasileirão 2014, enquanto o Barradão, Pituaçu e Fonte Nova estão entregues à Fifa para a Copa do Mundo. 

Lá em Feira o Vitória levou 3 x 2 do Atlético (MG), três gols de cabeça em bolas altas alçadas na área rubronegra. Não conseguiu jogar, articular nada. Todos saíram bradando contra as péssimas condições do campo de jogo, duro, cheio de torrões, a bola quicando nervosa, enganando os atletas. O ‘Galo’ foi mais esperto, explorou as bolas altas, ganhou nas bolas paradas. 

Depois, o Bahia tomou 2 x 0 do Santos, num jogo tecnicamente ruim, mal jogado, aos chutões, onde, por cima, ocorreram episódios de arrepiar, que repercutiram muito mal e podem prejudicar muito mais ainda o clube na competição daqui por diante: Centenas de torcedores do lado de fora, querendo entrar no estádio com o jogo rolando por mais de 30 minutos, portões arrombados, alambrados saltados, mulheres e crianças quase esmagados e só por Deus não houve uma tragédia. Dizem que a FBF, junto com a PM, calculou uma torcida em torno de 10 mil pessoas, mas tinham mais 17 mil nas arquibancadas. Não sabem a força da torcida tricolor? Incompetência e irresponsabilidade ! Ainda por cima um incauto torcedor atirou uma latinha de cerveja, cheia, no treinador santista e o fato foi relatado na súmula do árbitro. Além dos pontos perdidos ‘em casa’, pode vir punição feia para o Bahia, comprometendo e muito a caminhada da equipe no certame, por si só difícil. Uma vergonha! Às vésperas de uma Copa do Mundo no país, por pouco não acontece uma tragédia. Quem responde? Responsabilidades da FBF, da PM e do Bahia, o ‘dono’ do jogo. Lamentável.

Por último, no sábado, com pouca gente nas arquibancadas e o campo, desnivelado e enlameado, escorregadio com a chuva, o Vitória levou 1 x 0 do Sport do Recife, num baba infame, pois não é possível se jogar bola, fazê-la rolar naquele ‘roçado’.

Resumo do ‘Jóia’ : estádio decadente, instalações superadas, serviços de terceira para o torcedor, gramado ruim, pontos perdidos e ‘mala suerte’ em Feira. 

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O ‘baba’ no Joia

Nada digno de destaque no confronto dos rubronegros do Nordeste. Bicudas, bolas altas, passes errados, escorregões, pouco domínio de bola e ‘seja o que deus quiser!’. 

O Sport do Recife foi mais feliz. Aos 13’ o rubronegro baiano teve sua melhor chance na partida: após a cobrança de um escanteio, Dinei cabeceou forte de dentro da pequena área e o goleiro Magrão, a meio metro, salvou milagrosamente em cima da linha. Até os 20 minutos o Vitória foi melhor, jogou mais perto da área adversária, depois o time pernambucano equilibrou. Mas nada de emoção. Difícil de ver. 
Logo no começo do segundo tempo o Sport achou seu gol, que lhe rendeu os três pontos. Uma falta de bem longe, perto da linha do meio campo, e o atacante Neto Baiano decidiu bater direto, forte, de canhota; a bola desviou em alguém no meio do caminho, o goleirão Wilson saltou, tentou espalmar e falhou feio: 1 x 0. Daí por diante, o Vitória foi pra cima, trocou jogadores, teve mais volume de jogo, tentou de tudo, alçando bolas, buscando o empate. O Sport defendeu-se garbosamente e buscou os contragolpes, mas... sem resultados de parte a parte. Mais justo seria o empate, pela qualidade da partida. Restou o chororô dos baianos, de que o árbitro teria deixado de marcar um pênalti, um puxão na área, bem discutível. 

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O Vitória continua sem vencer, há 8 jogos, sem jogar bem e já na zona da desgraceira, entre os quatro últimos colocados, para desespero de sua torcida. E lá, na zona, ficará até a retomada da competição, depois da Copa, daqui a um mês e meio. Um bom tempo para rever, planejar, contratar jogadores e o treinador Jorginho achar uma equipe, um jeito de jogar, treinando muito. Por enquanto, só lamentos. 
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Pré-copa

Dia 6, sexta, 20 hs, em Pituaçu, teremos o amistoso Croácia x Austrália. A Croácia é o adversário do Brasil na estréia, abertura da Copa, em SP, dia 12. Os croatas estão ‘hospedados’ e treinando em Praia do Forte, desde o dia 3, terça. Ingresso em Pituaçu a 60 reais inteira e 30 meia. Bom aperitivo. 
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Óbito

Morreu o e ex-jogador de futebol, craque, lateral-esquerdo Marinho Chagas, a ‘bruxa loira’, titular na Copa de 1974. Um ala fogoso, de chute potente e boa técnica, embora indisciplinado taticamente e problemático fora de campo, irreverente. Nascido em Natal (RGN), atuou no Náutico (Pe) e brilhou no Botafogo e Fluminense do Rio. Atuou ainda no Cosmos (EUA) e, já no fim de carreira, no São Paulo. Tinha problemas com alcoolismo. Aos 62 anos, em João Pessoa. 
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O clima da Copa está chegando às ruas, nas bandeirinhas, no verde-amarelo das roupas.
Que tudo ocorra em paz!