Os do tricolor mais ainda, porque com o resultado de 2 x 1 frente ao Cruzeiro Campeão 2013, no Mineirão, o Bahia chegou a 48 pontos e livrou-se de uma vez por todas do fantasma do rebaixamento. 

O tricolor garantiu-se na Série A no próximo ano, heroicamente, mesmo sem um grande time, com plantel reduzido e mediano; e mais, enfrentando na temporada, fora de campo, uma crise administrativa sem parâmetros na sua história, superando intervenções judiciais, cofres raspados, queda de diretoria, revolta de torcedores e tudo mais. 

Domingo próximo, já livre do peso da queda, o Bahia enfrenta o mais que desesperado Fluminense do Rio (hoje na zona, rebaixado, ao lado do Vasco). Bem que os atletas merecem casa cheia e uma festa da torcida nas arquibancadas da Fonte Nova. 

O Vitória, no Barradão, deixou de quatro o Flamengo, que no meio da semana tinha ganho a Copa do Brasil: Vitória 4 x 2 no placar, num bom jogo, o que deixa ainda acesa a esperança do torcedor rubronegro baiano, de conseguir uma vaga na Libertadores das Américas em 2014. Há chance. O time está em 6º lugar, colado no Botafogo, e joga a derradeira partida em Belo Horizonte, contra o Galo Mineiro, o Atlético já todo preocupado com o Mundial de Clubes, que disputará em Marrocos contra o Bayern Munich, quer fazer o jogo sábado, no Independência. 

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Urubu virou galinha 

O jogo no Barradão teve ar festivo. Despedida do presidente Alexi Portela na presidência do clube, a última jornada da equipe no Barradão, a Toca do Leão, neste ano, presença do presidente da FBF Ednaldo Rodrigues, do presidente da CBF, José Maria Marin, camarotes cheios. Perguntava-se, será por causa do sorteio para as chaves e tabela da Copa do Mundo, dia 6, em Sauípe, ou a campanha de Marin para a sucessão na CBF em abril, ou as eleições do rubronegro, agora em dezembro? Cartolagem a postos. 

Dentro de campo, um Flamengo cheio de disposição mas com um time misto, mesclado, os atletas com ares de ressaca pela comemoração da conquista da Copa do Brasil, que lhe garantiu, já, uma vaga na Libertadores da América, paroano. Dentro de campo, o Leão nem aí pra eles, que têm como símbolo do clube o urubu. Como dizia um torcedor baiano na saída do Barradão, sacaneando o amigo rubronegro carioca: “ Urubu na Toca é galinha, o Leão come!”. 

O Vitória começou ofensivo, à gente de todas as iniciativas. E bem que poderia ter aberto o placar já aos 11 minutos, quando Dinei foi derrubado na área pelo goleiro Paulo Vitor e o árbitro apitou o pênalti; so que Dinei bateu na bola telegrafando o canto e o goleiro defendeu a penalidade. Só depois dos 30’ o Flamengo decidiu encarar, equilibrou. Mas quando parecia melhor, aos 43’, num lance rápido, levou o gol primeiro: Marquinhos cruzou rasteiro da linha de fundo, pela esquerda, e o artilheiro Dinei no meio da zaga escorou : 1 x 0. Dois minutos depois, num escanteio, a defesa baiana parou pra ver e Wallace, na praia, fuzilou: 1 x 1. 

Mal começou a segunda etapa e o argentino Maxi Biancucchi fez um golaço, de voleio, pegando de primeira, já dentro da grande área e acertando o canto : 2 x 1. O jogo ficou bom, o time carioca tentando empatar e abrindo-se para o contragolpe adversário. Aos 14’, num outro apagão da zaga, o artilheiro do Flamengo, Hernane - que é baiano de Bom Jesus da Lapa- bateu firme numa sobra na linha da pequena área, empatando. Daí, parece que o Mengo morreu. Aos 16 ‘, Juan aprontou pelo lado esquerdo e cruzou na medida, Dinei esperto, na frente do goleiro, fez 3 x 2 . Aos 35’, numa boa trama coletiva, Dinei escorou e Marquinhos definiu com classe: 4 x 2, justíssimo. Rolha. 

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Destaques para o goleiro Wilson, Juan, a dupla Escudero e Cáceres, o belo gol de Maxi e ... o melhor de todos: Dinei, já com 16 gols na competição, o centroavante. 

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Água no chope 

O Cruzeiro engalanou o Mineirão de azul, lotado, com mais de 60 mil torcedores da raposa entusiasmados nas arquibancadas, as faixas de campeão, taça, volta olímpica, trio elétrico do lado de fora do estádio, clima de goleada. Mas, qual nada! O Bahia, jogando com raça, dedicação e taticamente fechado, jogou água do chope da festa mineira. Não me lembro de o tricolor baiano ter vencido o Cruzeiro no Mineirão pelo campeonato brasileiro. Ninguém esperava, mas aconteceu. Coisas do Bahia, sua camisa tricolor, sua estrela.

A partida começou pegada, mordida no meio campo. Aos 5 minutos, num lançamento para a área tricolor, Lomba chocou-se feio com o atacante Ricardo Goulart, em velocidade e impedido. Aos 9’ Fernandão arriscou de fora da área e Fábio espalmou no rodapé. Aos 11 e 12’, Borges tentou com cabeçadas mas Lomba salvou ambas com seguras intervenções. Aos 14’, Lomba deu chutão, Fernandão desviou, Barbio inteligente e rápido tocou de prima para a entrada de Marquinhos Gabriel que ficou de cara e desviou do goleiro: 1 x 0. O Bahia recuou muito, encolheu-se tentando explorar o contragolpe apenas e levou sufoco. Aos 27’ Talisca pegou de canhota, de longe, para uma ótima defesa de Fábio, espalmando. Aos 37’, numa disputa com Dagoberto dentro da área, Titi escorregou e o atacante mineiro se atirou, pedindo pênalti que o árbitro não deu. 

Na segunda etapa, o time azul foi todo pra cima, cruzando bolas altas, forçando, exigindo muito da zaga e do goleirão Lomba que fez umas duas defesas espetaculares em cabeçadas de Julio Batista. Mas Fernandão também teve boa chance, testou e errou por pouco. Nputra chance, Marquinhos pegou no meio, saiu driblando a zaga cruzeirense mas chutou nas mãos de Fábio. A pressão azul era total, a bola o tempo inteiro na área tricolor, até que o gol de empate saiu, já aos 39’ – bola alta, cabeçada no cantinho, Lomba não conseguiu deter e Vinicius chegou chutando bola e tudo para as redes. 1 x 1 . 

Então, diante do ímpeto do Cruzeiro, partindo para o ataque com o time inteiro e tentando o desempate, o Bahia parecia já querer segurar o empate, trocando passes. Mas, numa estocada, aos 42, Diones entrou livre pela direita e encheu o pé, mas Fabio espalmou. Aos 45’, Souza (que entrara no lugar do artilheiro Fernandão) puxou um contragolpe pela esquerda e cruzou rasante, Talisca enfiou-se pelo meio e tocou antes do zagueiro, desviando do goleiro e salvando o Bahia da degola : 2 x 1, que deixou as arquibancadas caladas e os jogadores do Cruzeiro sem acreditar na realidade dos fatos. 

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Destaque mais uma vez para Cristóvão, o treinador, que armou a equipe num sistema de jogo 

que, afinal, deu resultado. Muita aplicação tática de todos em campo. Lomba fez duas defesas salvadoras, Rafael Miranda foi pura garra, a zaga de Demerson, Titi e mais Fahel lutou muito e quase não falhou. Talisca o melhor pelo meio, o mais lúcido.