Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

"MACACA" não se abriu e Bahia não se impôs, 1x1,

Quarta-feira próxima tem BAVI na Arena Fonte Nova
07/10/2013 às 12:44
O Bahia não conseguiu furar o bloqueio da ‘Macaca’, empatou na Fonte Nova, domingo à noitinha com a Ponte Preta ( 1 x 1 ) e a equipe saiu de campo sob vaias de parte dos 10 mil torcedores que foram ao estádio querendo ver o triunfo tricolor e um futebol de melhor qualidade da equipe. 
Já o Vitória, na noite de sábado, mesmo fazendo um bom jogo, levou 3 x 2 do São Paulo, no Morumbi, voltando a sofrer gols de bolas alçadas sobre a área. 
Apesar de ter sido derrotado, o rubronegro levou a melhor na rodada porque se manteve na 6ª colocação, com 37 pontos ganhos. O Bahia, com o empate, somou 33 pontos e caiu uma casa na sua classificação, está em 14 º lugar, a quatro pontos da zona de rebaixamento. 

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Quarta-feira à noite, na Fonte Nova, tem Ba X Vi. É clássico, rivalidade, nervosismo à flor da pele e muita pressão. Maior ainda pra cima do tricolor, que precisa vencer para se afastar da zona de perigo na parte baixa da tabela de classificação e também precisa quebrar a sequência de sucessos indiscutíveis do grande rival no confronto direto. Já há algum tempo e vários jogos que o Bahia não sabe o que é vencer o rubronegro. O torcedor anda agoniado e exige um triunfo : será que dá pra ganhar dessa vez ? 

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A Ponte fechada

Foi um jogo disputado, brigado, com muitas faltas e passes errados, na Fonte Nova. A Ponte Preta, conhecida em Campinas (SP) como a ‘Macaca’, ali zanzando na zona do rebaixamento, veio a Salvador com uma proposta de jogo definida e bem clara: não perder, ganhar se possível. Daí, fechou-se na sua intermediária e defesa marcando duro, dando chutões, fazendo faltas, matando as jogadas e esperando o erro de saída de bola do tricolor, um dos pontos fracos da equipe baiana, para contragolpear em velocidade, sobretudo explorando a correria e o cai-cai de Rildo, um velho conhecido do torcedor baiano (jogou no Vitória no ano passado). Não mudou seu jeito de jogar o tempo inteiro, até o último minuto, e conseguiu o empate. 

Até abriu o placar, aos 21 minutos do primeiro tempo, num arrancada de Rildo fechando da esquerda para o meio nas costas do lateral Madson, em cima de Rafael Donato, levando na conversa o zagueiro e deixando o artilheiro William de cara, nas costas de Titi: 1 x 0. Daí a ‘Macaca’ trancou-se ainda mais, bloqueando o meio campo, onde o Bahia tinha a bola mas errava os passes, demorava na transição defesa-ataque, tocava muito lateralmente, sem profundidade e não conseguia arrematar contra o gol adversário. Ou seja, fazia uma futebolzinho improdutivo. 

Até que, aos 34’, numa boa trama pelo lado esquerdo, Marquinhos (que andou sumidão no jogo, bem marcado) serviu a Rafael Miranda que, do lado da área, bateu cruzado e rasante de primeira, Fernandão antecipou-se ao zagueiro e bateu na saída do goleiro para empatar o jogo: 1 x 1. Justo, para uma primeira etapa murrinha.

Para a segunda etapa, o treinador Cristóvão surpreendeu, mostrando que queria vencer: substituiu Marquinhos e Jussandro por Souza e Raul. A Ponte voltou ainda mais fechada, só arriscando ir ao ataque na boa, aproveitando-se dos erros de passe do meio-campo tricolor, e até criou uma ou duas chances de golear. O Bahia inteiro foi para o ataque, explorando as laterais do campo, mas os arremates não eram bons, não tinham a direção certa, chegavam fracos nas mãos do goleiro ou morriam nos pés e na cabeça dos zagueiros da Ponte. Uma pressão inócua, muita posse de bola, pouca precisão nos chutes, equívocos no passe final. Foi isso até o último apito do árbitro, atrapalhadão, mas que não complicou tanto.

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Destaques positivos para Mádson, algumas boas intervenções de Rafael Donato (após a falha no combate que resultou no gol de William e vaias do torcedor), umas três investidas de Raul pela esquerda na segunda etapa, a movimentação intensa de W. Barbio e ... só. É impressionante como o meio campo tricolor, que marca bem, erra nos passes. O melhor é o garoto Feijão, o mais lúcido. 

Na Ponte, elogios para a aplicação defensiva, a marcação dura no meio campo (Felipe Bastos é o melhor) e o perigoso William na frente, sempre buscando o gol. 


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Derrapada rubronegra 

A despeito de ter perdido (3 x 2) para o São Paulo no Morumbi, sábado à noite, o Vitória fez um bom jogo, sobretudo na primeiras etapa. O tricolor paulista jogou no limite do desespero, pra sair da zona de rebaixamento, e o time baiano foi muito pressionado na segunda etapa e pereceu cansado no final, sem forças para chegar ao empate. 

A arbitragem validou dois gols irregulares, um pra cada lado. No pênalti, em favor do Vitória, o lateral Juan escorregou e na batida a pelota resvalou nos dois pés do atleta ‘matando’ o goleiro Ceni. Os dois toque na bola, pelo mesmo jogador que executa a penalidade, invalidaria o lance, anularia o gol do 1 x 1, o primeiro empate rubronegro, portanto. No mesmo lance, o Rogério Ceni também adiantou-se antes da cobrança. O terceiro gol do São Paulo também foi irregular porque o zagueiro Paulo Miranda saltou visivelmente com o objetivo de se chocar com o goleiro Wilson, tirando-o do lance; a bola passou e , junto da trave, os zagueiros Kadu e Antonio Carlos disputaram a bola que, no repique, foi às redes. Lances rápidos , difíceis, mas a arbitragem se passou, errou em ambos. 

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No mais foi um bom jogo, disputado, corrido, franco, com chances lá e cá. O São Paulo saiu na frente, aos 4 minutos, numa cabeçada forte, de frente, do zagueiro Antonio Carlos após cobrança de escanteio, a defesa rubronegra só espiando. Após uns 15 minutos de pressão sampaulina o Vitória entrou no jogo e até esteve melhor que o adversário, coordenando melhor os contragolpes. Ayrton quase empata, de falta, aos 9’ e Dinei, aos 12, embolou-se com a pelota dentro da grande área, após uma furada da zaga adversária, perdendo boa chance. Ganso tentou de fora e obrigou Wilson a fazer boa defesa, aos 15. O empate aconteceu aos 32’, após um pênalti cometido numa saída atabalhoada de R Ceni sobre Dinei. Juan, mesmo escorregando, mandou nas redes: 1 x 1. 

O time baiano começou o tempo derradeiro na frente, encuralando os paulistas, mas, aos poucos, foi afrouxando a marcação e o São Paulo cresceu, tomou conta das ações. Desempatou aos 20, numa enfiada de bola para Luis Fabiano nas costas de Juan e Kadu; o atacante bateu firme, rasteiro e cruzado, por baixo do goleiro: 2 x 1. três minutos depois, Dinei apanhou de cabeça um chute errado de Vander e, contando com a sorte, subiu com estilo e testou no canto: 2 x 2. O São Paulo foi pra cima, parecia mais inteiro em campo e chegou ao empate aos 41, noutra bola alçada, em que o zagueiro Antonio Carlos embolado com Kadu conseguiu empurrar para as redes: 3 x 2, o placar final. Talvez um empate fizesse mais justiça ao que foi o jogo, equilibrado, sem superioridades. 

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No Vitória, grande partida de Vitor Ramos e de Dinei, bem acompanhados por Cáceres, Escudero e Marquinhos.

No São Paulo, está claro que o goleirão Ceni está em fim de carreira; O garoto Wellington brigou muito pela bola, Ganso tem um toque diferenciado e Luis Fabiano ainda incomoda muito a zaga adversária. A equipe emocionalmente não vai bem, erra muito. 

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É jogo demais

Não sou de aderir a movimentos, mas estou gostando de ver, pela primeira vez no futebol brasileiro, essa mobilização cada vez maior de atletas em torno sobretudo de um novo calendário oficial de jogos, um calendário mais humano, preservando o artista e a bola, protagonistas do espetáculo. Em respeito à torcida.

É muito jogo, três em oito dias, semana pós semana, sem tempo de recuperação de lesões, sem tempo para treinamento. Os jogadores passam mais tempo nos aeroportos, dentro de aviões, arrumando e desarrumando sacolas em hotéis e concentração. 
O que se vê em campo, muitas vezes, é resultado do cansaço, o inadequado condicionamento dos atletas decidindo os jogos. 

Pior para os times nordestinos (Bahia, Vitória, Náutico) que viajam bem mais que todos os outros, viagens em maior número e mais longas do que as que fazem os times de São Paulo, Rio, Minas, Paraná, por exemplo, estados com mais times na competição e bem mais próximos. O desgaste é menor. 

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Gangorra

Não me lembro de ter visto um campeonato brasileiro/Série A com tanto sobe-e-desce entre os chamados ‘grandes’. Observem a situação de Corínthians, Botafogo, Internacional, Coritiba... o vexame que vêm dando o São Paulo, Vasco, Fluminense, Flamengo... o crescimento repentino de Santos, Grêmio, Atlético (PR), Galo de Minas... 
Em compensação, o Cruzeiro viaja em céu de brigadeiro, distante e bem à frente dos demais, provável campeão. E o Náutico bem lá atrás, na rabeira. Pelo miolo da tabela de classificação a briga é boa, cada pontinho vale ouro, cada jogo é uma decisão. Tem sido assim. Equipes parelhas. 



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Vai dar Ba ou dá Vi ? 


Quarta-feira tem Ba x Vi na Fonte Nova, valendo pelo brasileirão, a velha rivalidade em jogo. Casa cheia ? O horário é meio ingrato, mas a rixa atrai o torcedor.
Não fujo do pau. Sou Bahia, mas acho que o Vitória está melhor na competição, tem uma equipe mais inteligente, mais esperta, mais objetiva, encaixadinha, com alguns valores individuais que têm feito a diferença. O rubronegro briga mais, gosta mais de jogar e de fazer gols, tem mais malandragem, mais apetite. 
Isso não significa que o Vitória entre em campo já vitorioso, futebol não se ganha de véspera e clássico é decidido em detalhes, no campo de jogo. Acontecem surpresas. O tricolor se fecha bem, tem um ótimo treinador, que enxerga o jogo, e às vezes se dá bem em contragolpes; precisa finalizar mais e não pode errar tanto nas saídas de bola, porque o Vitória tem umas jogadas de contragolpes mortais. O ponto fraco rubronegro é a bola alta defensiva. 

Pelo que jogou o Vitória contra o São Paulo e pelo que jogou o Bahia contra a Ponte preta... o rubronegro é favorito. 

Torço por uma boa arbitragem, por uma espetáculo sem baixarias fora do estádio e nas arquibancadas. Chega de estupidez, galera! Vamos torcer com gosto, sem ódios.