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Zé de Jesus Barrêto

42 ANOS DEPOIS, FEIRA VOLTA A SER CAMPEÃ

Título vai para Feira de Santana
15/05/2011 às 20:03
Foto: Raul Spinassé (A Tarde)
Merecida vitória do Bahia de Feira, time muito superior ao rubronegro
Quarenta e dois anos depois, o campeão baiano de futebol é de Feira de Santana . O Bahia de Feira venceu o Vitória ( 2 x 1 ) no Barradão, na chuvosa tarde de domingo, e sagrou-se pela primeira vez Campeão jogando um belo futebol, como aliás o fez durante todo o campeonato.

Merecido, justo. Deu Bahia! Não o Baêa da capital, mas um Bahia organizado, bem treinado, lutador, com bons jogadores e um treinador esperto. Os torcedores tricolores, de Salvador e de Feira (alguns gatos pingados felizes!), fizeram festa na cidade. A madrugada vai ser longa e festeira em Feira.
Já o Vitória... mais uma vez tenta, tenta mas não consegue o penta!

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O Fluminense de Feira, de Ubaldo, Sapatão, Merrinho, Delorme, João Daniel ... foi Campeão Baiano em 1969, na Fonte Nova. O treinador era Evaristo de Macedo. Um timaço!

Em 2006 foi a vez do Colo-Colo de Ilhéus de Gil e Ednei que, dentro do Barradão, numa tarde também chuvosa, venceu o Vitória por 4 x 2, dando um show de bola (venceu os dois turnos) e, naquele ano, tirou a possibilidade do Vitória conquistar seu primeiro e tão sonhado penta.

Agora foi a vez do Bahia de Feira treinado pelo alagoano Arnaldo Lira, um time armado com jogadores desconhecidos mas de bom nível, prontos para jogar em qualquer time brasileiro, como o atacante João Neto, o meia Bruninho, os armadores Lau e Rogério, o goleiro Jair... Uma equipe bem arrumada, fruto de planejamento, que mostrou estrutura e futebol já no começo do ano, quando venceu o Torneio Início.

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O jogo

O manjado gramado do Barradão estava encharcado, enlameado em função das chuvas, a bola não quicava, não corria muito e o corpo-a-corpo era inevitável. Mas o público razoável de 23 mil pessoas viram um jogo bem disputado e com boa técnica, sobretudo por parte do time feirense que envolveu o adversário na maior parte do tempo.

Aconteceram poucas chances de gol, lá e cá, até os 13 minutos, mas o tricolor de Feira tinha mais a bola. O time de Lira tinha a posse de bola e tentava penetrar, enquanto o rubro-negro marcava, tentava tomar a bola e esticar na velocidade de Nikão e Élkeson. Então, Nikão aproveitou um contragolpe, arrancou e foi derrubado na entrada da grande área adversária. Geovani, com categoria, mais uma vez bateu no ângulo, sem defesa, e fez 1 x 0.

A partir dos 20 minutos, quando a garotada feirense assimilou o golpe, o time tricolor voltou a ter o controle do jogo tocando a bola, arriscando, buscando a penetração. Quase sofre um gol aos 43 minutos, quando Élkeson disputou um bola longa, o zagueiro escorregou na lameira e ele entrou livre, de cara, mas chutou para o alto na saída do goleiro Jair.

Quem não faz, toma. É regra do futebol. Aos 45 minutos Bruninho arrancou e fez fila, até ser derrubado na entrada da área pelo zagueiro Álison. A falta cobrada chocou-se na barreira e foi para escanteio. O tiro de canto cobrado à meia altura, a bola foi triscada de cabeça na entrada da pequena área , Viáfara saltou e não achou, mas o lateral Alysson, esperto, escorou por trás da zaga para as redes, empatando o jogo.

O Vitória voltou mais aceso para a segunda etapa, até a chuva cair a apagar o facho rubro-negro. Daí em diante, a despeito da entrada do veloz Rildo e do buliçoso Neto Baiano no ataque do time da capital, só deu Bahia de Feira, tocando, atacando, buscando o gol todo tempo.

Aos 21 minutos o atacante João Neto recebeu livre pela direita, encarou a zaga, cortou para dentro e arrematou de canhota fazendo 2 x 1.

O jogo ficou brigado, duro, com o Vitória tentando a todo custo furar o bloqueio tricolor, mas o time feirense retomava a bola e trocava passes seguidos, matando o tempo e criando boas chances também de marcar no desespero adversário. Os rubro-negros pareciam entregues, sem força de reação e a torcida começou a deixar o Barradão ainda aos 30 minutos, frustrada, sob a chuva fria.
Um chocolate feirense.

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Destaques

- A boa arbitragem de Cleber Abade, bem assistido pelos bandeiras Roberto Braatz e Bartolomeu Bandeira. Firmes, tranqüilos.

- O excelente trabalho, no jogo e em todo o campeonato, do treinador Arnaldo Lira, alagoano matreiro, bom arrumador de time, que já foi campeão no Ceará, no Maranhão ... Dá gosto ver jogar times treinados por ele, não é de agora.

- No time do Bahia de Feira, o bom goleiro Jair, a segura zaga de Paulo Paraíba e Alex; os meiocampistas Lau e Rogério, incansáveis, bons marcadores, bom passe; o meia Bruninho, craque de bola e o artilheiro João neto, inteligente e ardiloso.

- No Vitória, Mineiro e Geovani, enquanto agüentou o ritmo. Os outros estiveram muito abaixo do que podem render. Alguns sentiram mesmo a decisão, com os nervos à flor da pele, como Uéliton, Nikão, Élkesson.

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Entra e sai

A pequena torcida feirense ainda festejava nas arquibancadas, aplaudindo os jogadores no gramado do Barradão, e a diretoria do Vitória já espalhava nos bastidores a saída do treinador derrotado, o delegado Antonio Lopes. Zé Teodoro, campeão pernambucano pelo Santa Cruz, já estaria contatado para assumir o rubro-negro na segunda divisão do campeonato Brasileiro.

Para aliviar a tristeza do torcedor, dirigentes rubronegros anunciavam a chegada de reforços, na terça feira: o veterano Zé Luis, meio-campista do Atlético MG; Fernando, aquele goleiro que atuou pelo Bahia (Viáfara será dispensado?), o zagueiro Maurício (que estava na Portuguesa) e o arisco meia Xuxa, um potiguar que estava no interior paulista.

E vai ter dispensa de alguns atletas que não vêm correspondendo. Essa semana vai ser quente pelas bandas de Canabrava, onde fica a Toca do Leão (ferido) . Até porque, no próximo fim de semana o rubro-negro já estréia na Série B, contra o Vila Nova de Goiás. Quem sabe, de caras novas.

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O Bahia, que passou essa semana treinando na aprazível Águas de Lindóia, também estréia no próximo fim de semana, em Minas, contra o América Mineiro, pela Série A. Os dirigentes, até agora, não anunciaram as grandes contratações prometidas à torcida e o treinador Renê Simões já está arrancando os bigodes.

Na noite de domingo, falava-se na contratação do goleiro Marcelo Lomba, aquele que assumiu o gol do Flamengo depois da saída de Bruno e perdeu a posição para o baiano Felipe ( o negão ex-Vitória e ex-Corínthians). Alguns repórteres que fazem a cobertura do tricolor davam também como a contratação do goleirão Jair, do Bahia de Feira, o melhor do campeonato.

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No time campeão baiano, o atacante João Neto tem propostas do Atlético Mineiro, da Portuguêsa e do Vitória; o meia Bruninho já está acertando sua ida para o Cruzeiro de Belo Horizonte, campeão mineiro.
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Campeões estaduais

Em São Paulo, deu o Santos do astro Neymar, de Arouca e Muricy, um treinador ganhador; venceu o Corínthians por 2 x 1, gols de Arouca e Neymar, garoto que está fazendo história.

Em Minas, o Cruzeiro venceu o Atlético e continua ditando as regras por lá: Campeão Mineiro.
No Rio Grande do Sul, o Internacional de Falcão ganhou o título em cima do Grêmio de Renato Gaucho no Olímpico, na disputa de pênaltis.

Em Pernambuco, deu Santa Cruz, o ressuscitado. O time coral chegou à quarta divisão do futebol brasileiro, desceu aos infernos... e, com o incentivo de sua fanática torcida, a maior do estado, voltou à tona, glorioso. Derrubou o Sport e é, de novo, Campeão pernambucano. Um exemplo.