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Zé de Jesus Barrêto

NO CALDEIRÃO FERVENDO AINDA DÁ VITÓRIA

JOGO DECISIVO NESTE QUARTA FEIRA, 4
02/08/2010 às 11:23
Foto: Felipe Oliveira
Contra o Botafogo o Vitória perdeu dentro de casa
  O  Vitória levou 2 x 0 do Santos na Vila Belmiro, não jogou nada ofensivamente, escapou de uma goleada, mas a torcida pode dormir e acordar com alentos de esperança. Nada está perdido e o tão sonhado primeiro título de campeão de um torneio nacional é possível, sim. Basta uma bela atuação de quem realmente deseja e merece ser campeão, uma robusta vitória com boa margem de gols no Barradão, e...  quem sabe?

Afinal, o  retrospecto no ‘iinferno rubronegro' do Barradão é ótimo. Pela Copa do Brasil, na sua ‘toca do Leão', o time baiano está invicto, não levou gols e tem vencido com goleadas, enchendo os olhos do torcedor nas arquibancadas.  É só manter a escrita.

Claro, não é uma tarefa fácil diante do jovem, ofensivo e rápido time santista, cheio de craques da nova  seleção brasileira de Mano Menezes, como Robinho, Neymar, Ganso, André...     

Mas, com o caldeirão fervendo  no Barradão, um pouco de sorte e uma postura  ofensiva, de quem  quer ser campeão, o rubronegro baiano pode sim chegar e por  a sua primeira estrelinha sobre o escudo da camisa, para deleite da crescente torcida vermelha e preta.


Na Vila, o Vitória não atacou. Só se defendeu, bem até.  E contou com a sorte, a má pontaria e desleixo dos atacantes santista e algumas ótimas defesas do menino goleiro Lee, que chegou atrasado na bola no segundo gol santista mas pegou até pênalti, com muita sagacidade. O goleiro santista foi apenas um expectador da partida, nem foi molestado.  O Santos teve a bola, o domínio do jogo, marcou bem a saída de jogo do Vitória, atuou quase todo tempo na metade do campo ofensivo, criou várias chances  e abusou de perder gols.  


Boas atuações dos zagueiros Walace e Anderson,  do marcador Vanderson, do lateral Egídio e do meia Ramon enquanto teve pernas. Elkesson  tentou, tentou mas não conseguiu jogar, bem marcado por Arouca ou por Wesley; e o único atacante, Schwenck, apenas trombou, mal tocou na bola.


No Barradão, não há outra alternativa senão atacar, desde o início, na pressão. Como se diz: ‘ é calça de veludo ou bumbum de fora'.  Claro, buscando o ataque vai afrouxar o bloqueio, abrir espaços  para os toques rápidos, a velocidade e o talento dos ‘meninos da Vila' - Robinho, Neymar, Ganso, André, Wesley...   e seja o que Deus quiser.   Tem de atacar, mas não pode levar gols.

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Viáfara, de volta no Barradão, fez falta, pela sua experiência, manha, liderança. Nino também fez falta e será fundamental a sua volta dando dinamismo pelo lado direito. E Júnior, com a cabeça no lugar, focado e bem, fisicamente, é muuuito melhor que Schwenck .  Resta a Ricardo Silva escalar bem e fazer a cabeça da meninada, pois é o jogo da vida deles!  Talvez o jogo mais importante da vida do mais que centenário clube baiano.   Um jogo pra história.


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  O pênalti perdido por Neymar foi bizarro.  Se faz, seriam elogios à ousadia e genialidade do garoto. Como perdeu, falam em irresponsabilidade.  Mas o menino tem apenas 18 anos. Pergunto: alguém, o treinador ou o colega mais vivido, chegou pra ele naquele momento e disse ‘garoto, não brinque, precisamos golear, bata forte, firme, nada de brincadeira!'.  Nada!  O jovem goleiro Lee intuiu o que Neymar faria e pegou, fácil. Palmas para Lee.


Pergunto: a responsa não é mais do treinador, nessas horas?  Por que não a responsabilidade de executar a penalidade  fosse para Robinho, mais experiente, mais vivido, com o salário cem vezes maior?  Num detalhes assim, às vezes, escapa um título..


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As tevês  reclamaram, bradaram, a Fifa se  manifestou, todo mundo reclamou contra o barulho das vuvuzelas na Copa da África do Sul.  Mas não  vejo ninguém se manifestar contra o absurdo dos tais sinalizadores nos estádios brasileiros, que poluem  e  prejudicam a visibilidade do campo de jogo. Outro dia, no Campeonato Brasileiro, o árbitro teve de suspender um jogo por vários  minutos até que a fumaça se dissipasse.  Como se permite isso? 

Cadê o  tal ‘estatuto do torcedor'?  Vai ter sinalizador na Copa de 2014 ?   CBF  com a palavra. E que o torcedor, o telespectador, o radialista, as tevês, todos se pronunciem, já.  Uma campanha nacional contra essa estupidez!