Tumulto entre torcidas no campeonato baiano
Foto: EFE |
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Time à imagem de 1994, sem talentos de Romário e Bebeto e dependendo de Kaká |
Confusão entre os bagunceiros das torcidas uniformizadas (Falange e Bamor) no Jóia da Princesa, mais uma vez, e uma ação estabanada da polícia usando bombas de efeito moral a torto e direito, no 2 x 1 do Bahia em cima do Fluminense de Feira, domingo á tarde, com mais de 6 mil pagantes no estádio. Na intervenção policial, necessária mas confusa, crianças e mulheres foram atingidas.
Cerca de 10 torcedores do Fluminense foram presos portando artefatos ( bombas e armas brancas) na entrada do estádio. Por pouco não aconteceu um conflito na arquibancada.
É preciso prevenir e agir com rigor, punir, antes que aconteça uma tragédia... anunciada.
A rodadaNo mais, um jogo feio em função do péssimo estado do gramado e da arbitragem confusa de Rodrigo Cintra. Com a bola rolando, o tricolor da capital se impôs e está a mais de 12 jogos do campeonato baiano sem perder e é o líder de sua chave, com sobras.
O lateral Rafael fez 1 x 0 de cabeça aos 29', escorando o cruzamento de uma falta cobrada por Rogerinho. Dois minutos depois, após boa jogada de Ananias, um zagueiro do Flu meteu a mão na bola dentro da área e o árbitro marcou o pênalti : Edilson marcou 2 x 0. Na segunda etapa, o Flu partiu pra cima e, aos 12', o zagueiro Álisson cometeu um pênalti que o atacante Itacaré perdeu; boa defesa do jovem goleiro Omar. O tricolor de Feira diminuiu aos 27', num chute do meia Gil, após uma jogada de falta bem ensaiada na entrada da área.
Destaque para o goleiro Omar, de 1m95 de altura, tranqüilo, apesar dos 20 anos.
O Bahia faz o derradeiro jogo dessa fase do campeonato na quarta, em Pituaçu, contra o Feirense, sem Edilson, que foi expulso no final do jogo contra o Flu, no Jóia, por reclamação contra a arbitragem.
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Em Alagoinhas, com uma arbitragem também fraca de Glaydson Oliveira e diante de pouco mais de 4 mil pagantes, o Vitória empatou ( 1 x 1 ) com o Atlético, mas está na liderança de seu grupo - em função da estranha derrota do Bahia de Feira, no sábado, por 1 x 0, para o time reserva do Vitória da Conquista, no Jóia da Princesa.
O primeiro tempo foi movimentado e o Atlético criou as melhores chances de golear, mas foi o Vitória que marcou com um belo chute do jovem meia Marconi da entrada da área, aos 39'. Na segunda etapa, o Atlético empatou aos 11' : Diego Moraes, após uma blitz do time de Alagoinhas na área rubronegra.
O Vitória encerra sua participação nessa etapa, também na quarta-feira, no Barradão, contra o Bahia de Feira. O jogo vale a liderança do grupo, ambos estão com a mesma pontuação na tabela de classificação.
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O ‘Leleco' grenáNo sábado, o Leônico fez 70 anos de fundado. Recordo-me do timaço campeão de 1966, que tinha Nelson Cazumbá, Biguá, Bolinha, Careca, Gagé, Cacau, Geraldo e o meia Armandinho ( a estrela maior do time). A bela camisa grená dá saudade.
Vi x Ba Após o que vi na rodada do meio de semana pela Copa do Brasil, concluo:
O futebol jogado pelo Vitória está ‘sobrando' no Norte/Nordeste. Os 5 x 0 diante do Náutico de Recife demonstraram uma superioridade humilhante, pouco vista na história da rivalidade do mundo da bola entre Bahia x Pernambuco.
O Leão é rei no Barradão.
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Noutra página, depois de presenciar o padecimento do Bahia naquele 1 x 0 arrancado pelo clamor da torcida, no novo gramado de Pituaçu, eu, tricolor confesso e assumido desde a barriga de mamãe, atesto para os devidos fins que esse tricolor desbotado de Marcelo Filho e Renato Gaúcho que se debateu em campo contra o Atlético Goianiense é um timeco: Fraco fisicamente, sem estrutura tática em campo, nenhum padrão de jogo definido, carente de técnica coletiva e, sobretudo, de talentos individuais.
O goleiro não é confiável, a zaga não desarma nem sabe sair jogando, o meio campo não troca passes e não temos um atacante goleador, definidor, que intimide a zaga adversária. O time sobrevive da garra de alguns atletas, da vontade, correria e soluços de inspiração de Ananias, Ávine, Edílson... Ou seja, isso não é uma equipe de futebol que mereça vestir essa camisa de tanta história. Com esse elenco e jogando essa bolinha murcha, temo, mais uma vez, a sorte tricolor na segunda divisão. Esse time está mais para terceirona do que para a primeira.
Urgências: Um goleiro alto, seguro, calmo, rodado, de respeito, já! A volta de Álisson à zaga titular e a contratação de mais um bom, alto, forte e técnico zagueiro. Um, pelo menos um meiocampista pegador que saiba passar, rodar o jogo, fazer girar a bola com inteligência e argúcia. O enquadramento profissional de Rogerinho e Apodi, ambos no bagaço físico. Um ‘ponta de lança' criativo, de mobilidade e finalizador, porque Edílson já foi, não suporta mais o tranco. E, pelamôdeDeus, um centroavante de verdade, desses buliçosos que brigam, chutam, cabeceiam, têm faro de gol... estilo Jael, Júnior ( do rival), Brasão, Obina ... E não me venham com anões tipo Sassá e ‘inhos', por favor. Sem chutar não se faz gol.
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Mendes contratadoPS: Já no domingo, a direção do Bahêa anunciou a contratação do atacante Mendes, baiano, 34 anos, filho do radialista-narrador Sílvio Mendes. Um atleta rodado: começou no Galícia, como zagueiro, jogou no Vitória, em SP, Sta Catarina, Goiás, Rio grande do Sul e até no Uruguai, sempre fazendo gols. Estava defendendo o Sertãozinho (um dos últimos do Paulistão) e era pretendido pelo Náutico.
É um típico camisa 9, alto, bom cabeceador, finalizador canhoto, boa técnica, inteligente e manhoso dentro da área. Pela idade, não tem mais a mesma velocidade, a mesma mobilidade em campo e se machuca muito. Vem como uma emergência para jogar ainda nas finais do estadual, em função da contusão de Rodrigo Gral. Vem de família rubronegra, todos sabem - Roque Mendes, seu tio, é assessor de comunicação do Vitória, há anos - mas o tricolor sempre o namorou. Mendes fala bem, é um bom profissional e se fizer os gols que a torcida espera vira ídolo da galera, fácil.
É uma esperança.
KakáDo alto de sua experiência, o ‘capita' da Copa de 1970, Carlos Alberto Torres, alertou: ‘ Esse time de Dunga é muito dependente de Kaká'.
A copa se aproxima e o treinador brasileiro parece não ter cartas na manga. Seu jogo está na mesa: conhecido, previsível e pragmático. Se algo der errado de última hora... Se algum titular machucar, se o Kaká não entrar em forma, Luis Fabiano não estiver inspirado, os adversários marcarem bem as manjadas saídas de jogo do time amarelo... Sei não. Preocupa.
Apesar dos bons resultados na Copa das Confederações e nas Eliminatórias para a Copa, temo pelo futebol quadradinho, tacanho que a nossa seleção tem mostrado. Falta ousadia. Mas, quem sabe, o nosso Robinho decide jogar sério e brilhar, fazer a diferença.
Será que Dunga vê os jogos do Barcelona? A marcação em todo o campo, todo o tempo, na saída de jogo do adversário, a posse e o toque de bola, as avançadas pelas laterais, a troca de posição constante, a gana de golear...
O esquema de jogo de Dunga, até então, não passa de uma cópia, escarrada e cuspida, da seleção de 94, aquela que ganhamos graças ao talento individual de Romário e Bebeto na frente, à sorte do goleiro Tafarel e ao pênalti perdido pelo ‘bambino' Baggio. Mas foi um sofrimento a cada jogo.
OlimpíadasDepois da Copa de 2014, vamos ter a primeira Olimpíada no Brasil. Aqui na Bahia, parece, ninguém está ligando para esse evento esportivo mundial, os jogos olímpicos... Não há até agora sequer um esboço de projeto para formação de atletas olímpicos baianos. Nadica de nada. Ninguém se mexe. Vamos ficar só espiando e babando de inveja, né?
Hoje, os atletas de ponta que temos são os de natação em águas abertas (masculino e feminino), graças a abnegação da ‘família' Arapiraca. E só. Ê! Bahia!!!
Armando Nogueira (1927/2010)‘
Gosto de política, mas prefiro esporte e, entre todos os esportes, futebol, o mais vibrante universo de paz que o homem é capaz de iluminar com uma bola, seu brinquedo fascinante. Bola é magia, bola é movimento; brincar com bola é descobrir a harmonia e o equilíbrio do Universo. Deus é esférico'A benção mestre Armando Nogueira! Que o Criador o tenha, ao lado do outro Armando, o Oliveira. Amém.
Eternamente agradecido por cada palavra dita/escrita sobre a deusa bola e seus súditos.