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BEIJA FLOR CANTA LAILA E É CAMPEÃ DO GRUPO ESPECIAL DO CARNAVAL RIO

Foi também a despedida de Neguinho da Beija Flor como cantor do samba enredo
Tasso Franco , da redação em Salvador | 05/03/2025 às 18:13
Desfile da Beija Flor
Foto: Alex Ferro Riotur
   A Beija-Flor de Nilópolis conquistou o título de campeã do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro de 2025. A escola de samba entrou na avenida na segunda-feira (03/03), deixando o público extasiado com sua performance marcante.

A Beija-Flor, escola que cresceu a partir da década de 1970, já possuía 14 títulos, garantindo em 2025 a 15º conquista de campeã do Carnaval carioca. O título vem no ano em que Neguinho da Beija Flor anunciou que seria seu último Carnaval como intérprete.

A escola de samba apresentou uma homenagem a Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, um de seus maiores baluartes, com assinatura de João Vitor Araújo e pesquisa de Bianca Behrends, Vivian Pereira e Guiherme Niegro. Batizado de “Laíla de Todos os Santos, Laíla Todos os Sambas”, o enredo parte da fé em Xangô, percorreu a atuação do carnavalesco dentro e fora da Beija-Flor e culminou em um reencontro simbólico com Joãosinho Trinta no plano espiritual.

O resultado foi acompanhado de perto pela diretoria e integrantes da escola. Como já é tradição nas apurações dos desfiles, a cada ponto conquistado, as reações eram um misto de nervosismo, tensão e esperança.

No instante em que a nota final foi anunciada por Jorge Perlingeiro, a voz oficial da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), uma explosão de sentimentos e emoções tomou conta dos dirigentes e da quadra da Beija-Flor. Despedindo-se da escola, Neguinho da Beija-Flor comemorou muito e vibrou com o resultado.

O SAMBA ENREDO

Kaô meu velho!
Volta e me dá os caminhos
Conduz outra vez meu destino
Traz os ventos de Oyá
Agô meu mestre
Tua presença ainda está aqui
Mesmo sem ver, eu posso sentir
Faz Nilópolis cantar
Desce o morro de Oyó
Benedito e Catimbó
O alabá Doum
Traz o terço pra benzer
E a cigana puerê
Meu Exu
De copo no palco, sandália rasteira
No chão sagrado toda quinta-feira 

O brado no tambor, feitiço
Brigou pela cor, catiço
Coragem na fala sem temer a queda
O dedo na cara, quem for contra reza

Vencer o seu verbo
Gênio do ouvido perfeito
A trança nos versos
Divino e humano em seu jeito
Queria paz mas era bom na guerra
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões
Deu voz à favela e a tantas gerações
Eu vou seguir sem esquecer nossa jornada
Emocionada, a baixada em redenção
Chama João pra matar a saudade
Vem comandar sua comunidade
Óh Jakutá, o Cristo preto me fez quem eu sou
Receba toda gratidão Obá, dessa nação nagô 

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Da casa de Ogum, Xangô me guia
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor
Terreiro de Laíla meu griô