Lumbini é considerada a terra natal de Buda, príncipe Sidarta Guatama
Tasso Franco , Salvador |
20/01/2025 às 09:23
Lumbini, Nepal
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O jornal NYT relaciona a cidade de Lumbini, no Nepal, como o 9º melhor destino do mundo para uma viagem, em 2025. Que local é esse e onde se situa? Trata-se de uma reigão do Nepal cuja capital é Butwal uma zona com quase 3 milhões de habitantes.
Lumbini se destaca por ter sido o local onde teria nascido Sidarta Gautama (Buda), o fundador do budismo, cerca de 563 a.C. O sítio foi negligenciado por séculos. Só em 1895, foi redescoberto pelo arqueólogo alemão Alois Führer. Acredita-se que um templo e uma piscina descobertos no sítio sejam originais do tempo em que Buda nasceu.
Em escavações dentro do templo sagrado Maya Devi, os arqueólogos descobriram os restos de uma estrutura de madeira sob tijolos com um espaço aberto no centro, como um santuário, datada do século VI a.C. A pesquisa foi parcialmente financiada pela National Geographic Society.
Até agora, uma das primeiras evidências arqueológicas das estruturas do Budismo em Lumbini datava do século III a.C., do tempo do Imperador Asoka, que promoveu a expansão do Budismo do atual Afeganistão a Bangladesh, segundo o Wikipédia.
O local tem uma infraestrutura hoteleira fantástica pois é visitado por milhões de pessoas todos os anos - sobretudo os adeputados do budismo - que estão espalhos na Ásia.
OLHAR BUDISTA
Lumbini situa-se no atual Nepal e foi o local onde o Príncipe Siddhartha nasceu e que mais tarde viria a se tornar num Buda. Lumbini é um dos locais mais importantes para os budistas, é classificado como Património Mundial da UNESCO e recebe peregrinos e turistas de todo o mundo. O local está transformado num enorme parque.
Em 1967 quando o 3º Secretário Geral das Nações Unidas, U Thant, visitou o Lumbini, verificou que a área estava subdesenvolvida. O assunto foi discutido com o então Rei do Nepal Mahendra e U Thant aconselhou o governo a desenvolver Lumbini como um local de peregrinação e centro turístico. O renomado arquiteto japonês Kenzo Tange foi encarregue de desenvolver o plano.
O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas contribuiu com quase um milhão de dólares para a preparação do Plano Diretor para o desenvolvimento de Lumbini, incluindo numerosos estudos arqueológicos e de engenharia. Em 1978 o Plano Diretor de Desenvolvimento de Lumbini foi aprovado pelo Governo do Nepal e em 1985 foi criada a Lumbini Development Trust com a finalidade de implementar o projeto.
O plano cobre uma área de cerca de 7,7 km2 e está dividido da seguinte forma:
Jardim Sagrado: é o epicentro do plano e compreende o local do nascimento do Buda. Monumentos históricos e objetos de alto valor arqueológico, religioso e espiritual estão localizados nesta zona e incluem o Templo Mayadevi, o Pilar Asoka, o Lago Puskarini e muitas ruínas estruturais, incluindo Viharas e Stupas budistas. A paisagem do Jardim é circundada por uma lagoa e um dique circular, o que remete para uma mandala e simboliza a pureza e a simplicidade.
Zona Monástica: esta é uma zona destinada a templos e mosteiros. Muitos países, assim como organizações budistas, construíram templos e mosteiros, inclusive da Europa e Austrália. Esta zona foi dividida em duas áreas:
Zona Monástica Leste destinada a mosteiros e templos Theravada.
Zona Monástica Ocidental destinada a mosteiros e templos Mahayana e Vajrayana.
Centro Cultural e Nova Vila de Lumbini: esta área é destinada principalmente a atividades “mundanas”, tais como o centro de informação ao visitante, hotéis, acomodações e utilidades para peregrinos e visitantes, museu, Instituto Internacional de Pesquisa de Lumbini, complexo administrativo, etc. É também nesta área que se encontra o Pagoda da Paz Mundial.
Toda a área é circundada por natureza e até existe um santuário de aves grou. O empreendimento está interligado por um canal central e oferece aos peregrinos tempo e espaço para se prepararem ao se aproximarem do Jardim Sagrado.
Lumbini: vista aérea.
O plano de 1978 até hoje não foi totalmente implementado, mas parece que é esperado que nos próximos anos fique concluído. Uma das obras em que a sua construção foi iniciada à pouco tempo é o Centro Internacional de Conferências e Meditação.
O salão de assembleias terá capacidade para 5.000 lugares. Com a construção do Centro o local será um destino atraente não só para budistas de todo o mundo, mas também para pesquisadores, disse Bhikkhu Awadhesh Tripathi.
Santuário Mahasiddha para a Paz Universal
O Santuário Mahasiddha é um projeto mais recente que atualmente está na fase inicial de construção e em processo de arrecadação de fundos. É esperado que seja concluído ao fim de cerca de 5 anos.
O Santuário Mahasiddha ficará próximo do Jardim Sagrado e honrará os Iluminados que perceberam o caminho para a paz interior e a paz exterior. Servirá como um farol radiante, ajudando a inspirar e guiar indivíduos, comunidades e nações em direção à coexistência harmoniosa e à reconciliação.
A estrutura externa do santuário evoca a imagen de uma flor de lótus, uma lâmpada de manteiga, uma stupa e uma oferenda de mandala. O ornamento de ouro no topo simboliza os níveis de realização. O vasto e imaculado espaço do santuário transmite a pureza atemporal da iluminação do Buda. A estátua de ouro da Rainha Mayadevi com o recém-nascido Príncipe Siddhartha honrará todas as mães e simboliza o amor incondicional pelos filhos. Este amor incondicional é a fonte de toda paz. O lago que cerca o santuário simboliza a grande compaixão por todos os seres sencientes.
O santuário terá 45m de altura e 80m de diâmetro e conterá um salão com capacidade para 1000 pessoas, museu, livraria e um restaurante vegetariano. Ao lado será construído outro edifício com salas de meditação e abrigará o Instituto da Paz para Estudos Budistas. O instituto oferecerá um curriculum que inclui Filosofia Budista, Dialética e História; Cultura do Himalaia; e idiomas. Também incluirá um centro de pesquisa, para que estudiosos possam coletar, revisar e corrigir textos budistas antigos e contemporâneos.