Continuação…
A parada para o almoço foi em Urubamba, capital do Vale Sagrado, a maior concentração turística para refeições e venda de produtos artesanais, que são lindos. Um desafio para a peregrina mochileira, dá vontade de comprar tudo, pois os preços são super viáveis. Aliás, bem baratos, uma verdadeira tentação. O almoço foi estilo bandejão, self-service, com vários sabores bem típicos peruanos, muitas especiarias e sabores bem diferentes e característicos.
Havia várias opções: porco, frango, carne, ceviche, saladas, com sobremesa inclusa, tudo já incluído no pacote do dia. Estar no meio do Vale Sagrado dá um charme especial. No final, um chazinho bem gostoso à escolha: folha de coca ou nossos chás conhecidos.
Em seguida, fomos para Ollantaytambo, onde fizemos uma visita à cidadezinha formada na civilização Inca. Era uma área de descanso obrigatória para os incas que moravam na região, para não precisar ir até a capital. Eles se abasteciam de alimentos, faziam comércio e armazenavam materiais agrícolas, ferramentas e armas.
Ollantaytambo foi uma área de armazenamento de grãos e comercialização. Lá estavam as áreas urbanas dos comerciantes, onde eles se alojavam, e o maior e mais bonito templo ao sol, que foi construído de forma muito intensa nas montanhas. O templo do sol é composto por seis pedras imensas que foram trazidas através de um sistema de cordas e empurradas sobre uma rampa construída para atravessar o rio e chegar a outra montanha. Uma verdadeira arte dos Incas, com muita técnica.
Agora, vamos falar de Machu Picchu. O que poucas pessoas mencionam é como chegar até lá. Normalmente, você sai de ônibus, preferencialmente com uma agência, pois é o mais fácil. Eles já deixam tudo comprado, com horários organizados para você. De ônibus, você passa pelo Vale Sagrado e faz o passeio até Ollantaytambo, de onde pega um trem lindo que passa por todo o vale ao lado do rio. Uma viagem de aproximadamente 2 horas que te leva até Águas Calientes, uma cidadezinha super comercial e super desenvolvida para o turismo. Normalmente, quando o passeio é pela manhã, você dorme ali.
De manhãzinha, ou antes do seu horário (o meu foi às 7h, então tive que sair às 5h), você já vai para uma fila enorme no meio da rua para pegar os ônibus. São vários, mas é muita gente para subir a montanha que fica atrás de Águas Calientes, a montanha de Machu Picchu. Super organizados, os ônibus saem nos horários certos. Na portaria, com seu ticket com QR Code, fica tudo muito fácil e rápido. É essencial ir com um guia para Machu Picchu, pois ele te explica coisas que você jamais saberia se não estivesse com ele, fornecendo todas as lindas informações sobre este local mágico.
Vou tentar aqui dar uma resumida na aula que eu tive, que foi incrível com o guia local. Machu Picchu foi descoberto por acaso, por um americano que veio fazer uma expedição e encontrou uns locais que estavam numa floresta, numa aldeia atrás da montanha, numa área agrícola. Eles chegaram até Machu Picchu ("pico da montanha" ou "montanha velha" na língua indígena quíchua) por meio de um menino, que já tinha visto todas aquelas áreas de plantação feitas em anéis, estruturados com pedra. Ali existe um sistema de irrigação e drenagem da água, com pedras grandes abaixo, pedras menores no meio, areia por cima e terra de agricultura. No topo, eram cultivados muitos tubérculos, principalmente batata, milho e vegetais utilizados para a alimentação do povoado ou para escambo. Esse menino levou o americano a esse lugar, que estava abandonado há aproximadamente 400 anos.
Machu Picchu foi construído pelos pré-incas, incorporando ideias de outras civilizações, como astecas e maias, que vinham do México. Os incas utilizaram todo esse conhecimento para construir essas áreas, que incluem área residencial, agrícola e de educação. Super bem dividida, com áreas separadas para o povo e para os nobres. Esta área foi utilizada pela alta casta, por pessoas influentes e importantes na cultura, artes, danças, ciência, agricultura e astronomia. Isso é perceptível pelas obras e ensinamentos deixados como cultura.
O local foi escolhido por estar em uma área abrigada por montanhas, com rio e bastante umidade, aproveitando a natureza. Além disso, há uma imagem mística: virando-se para a imagem da nova montanha, vê-se um Deus na junção das montanhas.
Continua nos próximos episódios…
Me chama que eu vou!!!
Vem comigo.