Turismo

SEM MEDO DA COVID, MILHARES SE AGLOMERAM NA FESTA DE SANTA BÁRBARA

Com Ascom Cultura informações
Tasso Franco , Salvador | 04/12/2022 às 19:25
Largo do Pelourinho lotado de fiéis
Foto: Fidelis Melo
A emoção bateu forte neste  04 de dezembro no Pelourinho. A última vez em que a multidão de devotos formou o tapete vermelho e branco tradicional do Dia de Santa Bárbara havia sido em 2019, antes da pandemia. Após ter acontecido de forma restrita nos últimos dois anos, a festa da padroeira dos bombeiros e dos mercados retomou a tradição neste domingo, e a Missa Campal no largo acalentou os milhares de corações que se encontravam ali saudosos deste momento, e também gratos à Rainha dos raios pela proteção durante os tempos tempestuosos vividos. 

A Igreja do Rosário dos Pretos, que desempenha um papel fundamental na manutenção da festa e é sua correalizadora junto ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, conduziu a Missa Campal, ministrada pelo Padre Lázaro Muniz. “Disseram que não estaríamos aqui este ano, mas aqui estamos”, comemorou o sacerdote, fazendo todos os presentes vibrarem. Suas palavras versaram sobre inclusão, justiça, amor e paz. Termos que em tudo se conectam com a Festa de Santa Bárbara. 

A festa de Santa Bárbara tem as suas raízes fincadas nas tradições populares. No sincretismo com as matrizes africanas é também a ocasião de saudar a Iansã, Orixá dos ventos e tempestades. Na tradição católica, um trovão soou e um relâmpago caiu na hora da morte da Santa. Iansã, também chamada de Oyá, costuma ser saudada pelos trovões. Ambas as personalidades costumam servir de espelho para mulheres guerreiras e valentes, e causam identificação com um povo que se apega a sua fé em meio a tempestades, e que mantém viva esta tradição secular. Em meio aos presentes, se escutam expressões como “Eparrei!” e “Amém!” em um espírito que vai para além da tolerância, mas sim do amor e da comunhão. 

A festividade é apoiada pelo Centro de Culturas Populares e Identitárias da SecultBA, que além da missa campal também é parceira na programação artística tradicionalmente enraizada no samba, em todos os largos do Pelourinho após a celebração religiosa. “Para além da nossa satisfação, é nosso papel enquanto parte da SecultBA permanecer abrigando esse movimento democrático das nossas festividades, especialmente Santa Barbara que se trata de um evento patrimonializado. Estamos muito felizes com a participação do público após estes dois anos. Preparamos todos os nossos largos para esta data. Juntos realizamos uma bela festa e que já prenuncia o início do verão”, conta Verônica Nonato, diretora do CCPI, adiantando que as atrações artísticas desta tarde já são uma prévia da movimentada programação do Pelô da Bahia durante a estação mais quente do ano.