Viagem pelo Mediterrâneo sai de Barcelona e vai a portos da França e da Itália
Tasso Filho , Salvador |
23/10/2022 às 18:15
A cidade de Marselha, o maior porto da França
Foto: TFF
A temporada de verão chegou ao fim no hemisfério norte mas o turismo ainda continua em alta e um dos programas mais procurados pelos europeus na costa do Mar Mediterrâneo são os cruzeiros. Dentre as mais diversas empresas que oferecem esse tipo de serviço, a escolhida foi a Costa Cruzeiros, onde embarcamos no glamuroso Costa Fortuna para uma viagem passando pela Espanha, França e Itália.
Nossa jornada de 5 dias começou no dia 6/10/2022 em Barcelona, minha cidade preferida na Europa e que dispensa apresentações, às 16h quando subimos a bordo do Costa Fortuna. Para quem não sabe, o acesso ao navio segue o mesmo protocolo de um embarque internacional no aeroporto, com controle de passaportes, raio x e detector de metais. Após essa burocracia, que acontece no porto, os passageiros já podem prosseguir para o navio. A dica é chegar com bastante antecedência pois podem haver grandes filas durante todo esse processo.
A recepção é calorosa, com boas vindas e parte da tripulação pronta para pegar suas malas e levá-las diretamente à sua cabine. Ao entrar no navio, que foi feito para homenagear os grandes transatlânticos do passado, a sua decoração inspirada nos anos 20 nos faz voltar no tempo. O hall principal é bem grande e vintage, com neons vermelhos e verdes, um grande bar com mesas e cadeiras distribuídas formando um grande círculo e quatro elevadores panorâmicos com vista para tudo isso, coisa de cinema.
A recepção também fica nesse nível, ela será a sua primeira parada obrigatória ao subir a bordo. Cada passageiro recebe um cartão pessoal que serve para registrar a sua consumação, abrir a porta da sua cabine e para efetuar os desembarques e embarques nos próximos dias.
DESVRAVAR O NAVIO
Após finalizado o trâmite do cartão, você estará pronto para desbravar o navio, o que não é uma tarefa fácil. São 12 andares com 5 restaurantes, 10 bares, 9 piscinas (internas e externas), 3 discotecas, biblioteca, Spa, lojas, cassino, salão de jogos, capela, teatro, academia, quadra de esportes, pista de corrida, 12 elevadores e 1358 cabines. É realmente imenso, e tudo muito bem decorado e chique. A tripulação é muito educada, gentil, atenciosa e preparada; e nossa primeira surpresa foi constatar que em sua maioria era composta de brasileiros e filipinos.
O ponto auge do navio fica no 9° andar, ou na ponte 9. Nesse andar fica a principal área externa do navio, com uma particular arquitetura de anfiteatro, esse espaço é muito acolhedor e ensolarado, contendo piscinas, cadeiras, mesas, espreguiçadeiras, um bar, uma sorveteria e um buffet. Obviamente, essa foi nossa primeira parada e graças à grande atividade portuária naquele dia, saímos com um atraso de 1h; aproveitamos esse tempo para explorar mais a parte externa e entender onde ficavam a popa e a proa, afinal, éramos marinheiros de primeira viagem.
Estávamos em família, eu, minha esposa, sua mãe, tia e prima. Tomamos uns drinks e ao zarpar de Barcelona, estávamos a brindar a vida e a desfrutar do pôr do sol. Logo, conferimos o buffet que estava muito bom. Com pães, queijos, presuntos, massas, carnes e peixes, atendia a todos os gostos. Devidamente alimentados, fomos descansar.
O Costa Fortuna seguiu a noite toda navegando para o nosso próximo destino, na França, a maravilhosa cidade de Marseille. Ao acordarmos o navio já estava ancorado e muitas pessoas já haviam desembarcado para conhecer a Ville.
MARSEILLE
Essa fantástica cidade francesa é a segunda maior do país e é o principal centro econômico do sul da França. Mundialmente famosa por ser palco de grandes filmes de Hollywood, a Ville de Marseille é mesmo um charme. Entre as cidades francesas que conheço, diria que é a minha favorita. Com um ar de calmaria, água azul e um porto que insere os barcos dentro da cidade, é realmente coisa de cinema.
A cidade foi fundada pelos gregos no ano de 600 a.C. e posteriormente dominada pelos romanos, mas há indícios que desde o paleolítico essa região já era habitada. Foi a partir de Marseille que, segundo a tradição católica, Maria Madalena começou a difundir o cristianismo na região. Foi parcialmente destruída na Segunda Guerra Mundial e em 2013 foi nomeada Capital Europeia da Cultura.
Marselha, em português, possui o porto comercial mais importante da a França e o 3° mais importante de toda Europa. Além disso, é também um grande polo industrial de petroquímicas e da construção naval; e um HUB de comunicações. Em Marseille convergem estradas, que vem de Paris, com Itália, Suíça e Espanha.
Nosso tempo em Marselha foi curto pois acordamos tarde e o horário de regresso ao navio era até as 16h. Desembarcamos e tomamos um café em frente ao Porto Velho, na avenida Quai du Port. Como nosso tempo não nos permitia fazer muita coisa, optamos por pegar um daqueles ônibus turísticos, que por 17€, nos levaria nos principais pontos de interesse. A Basílica de Notre Dame de la Garde era o nosso destino. Diferente de Valência, onde vivo, Marseille tem muitas ladeiras e é um sobe e desce constante. A igreja ocupa o ponto mais alto da cidade a 149 metros acima do nível do mar.
O itinerário do ônibus foi pela costa, com direito a audioguia, vista para o Mediterrâneo e o Castelo de If, fortaleza construída no meio do mar que protegia a cidade de ataques na idade média. Ao chegar no pé do Monte Nuestra Señora de la Guarda, local de drop off do bus, ainda é necessário subir caminhando até a igreja.
A Basílica de Notre Dame de la Garde é imponente, grandiosa e foi construída em 1864 em estilo românico-bizantino. A construção tem 60 metros de altura e uma Virgem Maria de ouro no topo de sua torre. Nossa Senhora da Guarda é considerada desde a idade média como guardiã dos marinheiros e pescadores. O local é muito bonito e excelente para tirar fotos lindas pois tem a vista panorâmica de toda a cidade de Marseille.
Após essa rápida visita à catedral, voltamos para a região do porto antigo para comermos um crepe, afinal, não se vai à França sem comer um crepe de Nutella e regressar ao Costa Fortuna.
Embarcamos, descansamos e fomos jantar no restaurante Michelangelo 1965, localizado na Ponte 3 do navio. O restaurante é sem comentários, com cardápio diversificado e comandado por chefs com estrelas Michelin. Como a Costa é italiana, o menu era bem farto, com entrada, primeiro prato, segundo prato e sobremesa. Por conta do protocolo do navio, todos os dias você sempre se senta na mesma mesa e é atendido pelo mesmo garçom.
Depois de um dia cheio e de um jantar agradabilíssimo só nos restava descansar enquanto o Costa Fortuna seguia para a Itália, onde na manhã seguinte, estaríamos em Savona.
Essa é a primeira de uma série de matérias onde contaremos tudo sobre essa jornada pelo mediterrâneo abordo do Costa Fortuna, trazendo um pouco mais sobre o navio em si e sobre os locais que vamos conhecer.
