Turismo

SAINT-MALO EXIBE RÉPLICA NAVIO CORSÁRIO DO SÉC XVIII COMO ATRAÇÃO (TF)

Réplica foi construída na Turquia para servir à série da TV Britânica
Tasso Franco , Saint-Malo, França | 10/06/2022 às 04:26
Étoile du Roy réplica de navio corsário do século XVIII
Foto: BJÁ
   O Étoile du Roy é  uma réplica inspirada em uma fragata corsária francesa do século XVIII construído em 1996, na Turquia, para servir de cenário a série de televisão britânica Hornblowe. Esta réplica foi batizada de Grand Turk e seu convés aberto é forrado com canhões.

  Tive oportunidade de visitar essa embarcação (no acesso, paga-se 6 euros por pessoa) no cais da Baía de Saint-Malo no último final de semana e verificar a beleza e imponência da embarcação com 47.7 metros de comprimento e 38.1 metros de comprimento do casco, peso de 330 toneladas e capacidade de abrigar 120 pessoas na tripulação, cujo original serviu ao rei da França no século XVIII na cobertura de naus inimigas (piratas) no Canal da Mancha. 

   Durante a visita pode-se transitar pelo convés - chamada de coberta, parte da cobertura superior compreendida entre o mastro do traquete e o grande - onde fica o posto de comando, verificar a roda do leme ou timão que governa a embarcação e seu rumo, e ter acesso à area da cozinha, dormitório, sala de refições, sala de equipamentos e bolas de ferro dos canhões, área de armazenamento de comidas e água, permitindo que se tenha uma visão de como eram na real essas embarcações e como viviam sua tripulação nos mares.

  Saint-Malo é considerada uma cidade dos corsários e vê-se com frequência nas ruas e nos restaurantes, especialmente no Le Pirate, pessoas vestidas como corsários e/ou piratas (ainda que, politicamente falando, são figuras distintas, uma vez que o corsário tinha autorização legal para atacar e confiscar embarcações em nome do reino; e os piratas atuavam por conta própria; mas, no fundo, o personagem, em sí, é o mesmo ou tinha a mesma função de pilhar) e há lojas de souvenirs que vendem chapéus, viseiras, lenços, vestes, lunetas, copos, etc, de piratas.

  O turismo utiliza essa marca com eficiência e vende bem esses produtos assim como drinks e comidas que remetem a época corsária (séculos XVII e XVIII).
  
  
   HISTÓRIA RESUMIDA

   Situada na Costa Esmeralda (Côte d’Émeraude) - Bretanha, a cidadela de Saint Malo é conhecida como a capital do mar..A cidade foi fundada no século 1 a.C. por Malouines  na ilha que hoje é conhecida por Ile D'Alet que no século 3 d.C. foi murada e transformada em guarnição que defendia um importante porto galo-romano construído na ilha. 

  No século VI, um monge bretão vindo do País de Gales de nome MacLow ou Malo chegou a cidade e tornou-se bispo de Alet. Após sua morte a cidadela que posteriormente recebeu seu nome. A principal igreja da localidade é a basílica de São Vicente no centro da cidade amuralhada.

   Durante a idade média, Saint Malo prosperou devido ao controle exercido no canal da mancha, ao forte comercio realizado em seu porto e a atividade de pirataria exercida por seus corsários (corsários são piratas que efetuam saques com consentimento real). Os corsários de St-Malo eram fieis ao Rei da França que usava seus serviços sempre que necessário.  

  O Grand Turk é a réplica baseada nos planos históricos do HMS Blandford construído em 1741 de acordo com o "Estabelecimento de 1733" do Almirantado Britânico. O Grand Turk foi construído em Marmari , Turquia em 1996 por um preço de £ 2.000.000 .

O QUE ERA UM CORSO

Um corso, ou corsário (do italiano corsaro, comandante de navio autorizado a atacar navios) era alguém que, por missão ou carta de corso (ou "de marca") de um governo, era autorizado a pilhar navios de outra nação (guerra de corso), aproveitando o fato de as transações comerciais basearem-se, na época, na transferência material das riquezas.

Teoricamente, um pirata com uma carta de marca poderia ser considerado como corsário, reconhecido como tal pela lei internacional. Sempre que um navio corso fosse capturado, este tinha de ser levado a um Tribunal Almirantado, onde tentava assegurar de que era um verdadeiro corso.

O mais famoso corsário do miundo foi Sir Francis Drake, que, graças aos fabulosos tesouros que arrecadou para a Inglaterra, foi tornado Cavaleiro por Isabel I de Inglaterra.

Um discípulo famoso de Sir Francis Drake (O El Dragón, como era chamado entre os espanhóis), foi Sir Thomas Cavendish, outro importante corsário e circum-navegador britânico. Cavendish atacou cidades brasileiras como Santos, São Vicente, Ilha Grande e Vitória do Espírito Santo.