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IGREJA SÃO SULPÍCIO EM PARIS, SANTO CULTUADO NA FRANÇA, CANADÁ E EUA

Um dos templos mais bonitos e majestosos de Paris
Tasso Franco , Paris | 21/05/2022 às 04:03
Um dos templos monumentais de Paris
Foto: BJÁ
     São Sulpício (Saint-Suplice) não é cultado na Bahia, pelo menos que eu saiba. A Companhia dos Padres de São Sulpício foi  criado a partir de religiosos que serviam na Igreja de São Sulpício em Paris, pelo padre Jean-Jacques Olier e atuam na França, Canadá e Estados Unidos, mas, têm representações no Brasil na Diocese de Crato (CE) e em Brasília.

   Padre Jean Jacques Olier era considerado um reformador e montou um pequeno seminário nos arredores de Paris, em 1641. Quando foi nomeado pároco da Igreja de São Sulpício, mudou o seminário para a paróquia e convidou vários outros sacerdotes a se juntar a ele e a "Companhia dos Padres de São Sulpício" foi estabelecida.

   Um século e meio depois, nos Estados Unidos, o sucesso dos sulpicianos franceses na formação no seminário foi notado pelo Rev. John Carroll, o primeiro bispo dos Estados Unidos. Havia apenas 35 sacerdotes ministrando aos 30.000 católicos nos Estados Unidos em 1790. Bispo Carroll solicitou que os sulpicianos fossem para os Estados Unidos e estabelecessem um seminário com sua sede da cidade de Baltimore. O Seminário de São Sulpício, mais tarde renomeado Seminário de Santa Maria, foi inaugurado em 1791.

    A companhia foi aprovada  pelo papa Papa Pio IX no século XIX e dedicou-se ao trabalho missionário, dessa forma, atualmente a província da França também tem membros trabalhando no Vietnã e na África francófona. A província do Canadá tem membros trabalhando no Japão e na América Latina, especialmente no Brasil (Brasília e Crato) e na Colômbia. A Província Americana trabalha também com países africanos anglófonos.

  QUEM É O SANTO

  São Sulpício nasceu na cidade de Vatan, na França. Como Santo, seus epítetos são: o Pio, o Bondoso e o Piedoso. Foi bispo de Bourges, no ano de 624. Também, como capelão, serviu ao exército do rei Clotário II. Durante sua vida dedicou-se à catequização e à pregação. Faleceu em 644, na cidade de Bourges, França.

   A IGREJA EM PARIS

   Localizada na praça de São Sulpicio é a segunda maior igreja da capital parisiense e ocupa uma boa parte da praça onde há, ainda, uma belíssima fonte d'água. Foi construída sob a responsabilidade do sacerdote Jean-Jacques Olier. Olier foi fundador da Sociedade de São Sulpício, congregação que foi enviada ao Canadá para a evangelização dos nativos, quando da sua colonização.

   Os destaques da fachada são as suas duas torres não uniformes. A primeira vista parecem iguais, mas, olhando-se com cuidado vê-se as diferenças. No interior há obras de Eugène Delacroix; pias de água benta, oriundas de Veneza, como presente ao rei Francisco I; e o órgão com 15.836 tubos, feito em 1862, por Aristide Cavaille-Coll, e uma santaria toda em mármore branco.

   Abriga em seu interior um sistema de determinação astronômica dos equinócios desenhado por Henry Sully, e que ficou conhecido pela menção na obra "O Código da Vinci", de Dan Brown.

    A atual igreja foi edificada sobre os alicerces de um antigo templo românico do século XIII, que sofreu sucessivas ampliações até 1631. Em 1646 o sacerdote parisiense Jean-Jacques Olier foi encarregado da construção de um novo edifício, cujas obras se estenderam por mais de um século. 

   O resultado foi um edifício simples, de duas plantas, com a fachada oeste formada por duas fileiras de elegantes colunas. Assemelha-se ao gótico, mas é estilo romano.
 
  As grandes janelas enchem o interior do templo de luz. Nele se destacam ainda um par de pias para água benta em forma de conchas junto à entrada, que foram um presente da República de Veneza para o rei Francisco I de França. 

   Há ainda dois trabalhos de Eugène Delacroix na igreja, mais precisamente na capela lateral à direita da entrada: "Jacó lutando com o anjo", e "Heliodoro expulso do templo".

   O Gnômon de São Sulpício

    Uma das particularidades desta igreja é o seu gnômon, uma coluna que marca a hora do dia projetando a sua sombra no solo. Languet de Gercy (o sacerdote de São Sulpício) precisava de um sistema para controlar os equinócios e poder predizer qual era a data da Páscoa, e encarregou dessa tarefa o astrônomo e relojoeiro inglês Henry Sully. 

   Este, por sua vez, construiu uma linha de latão no chão, paralela aos meridianos da Terra, que se estende até um obelisco de mármore na parede (com data de 1743) e se ergue onze metros acima do chão junto à parede. 

  Ao mesmo tempo, foi instalado junto a uma janela, um sistema de lentes; assim, ao meio-dia do solstício de Inverno (21 de dezembro), a luz do sol passa pela janela incidindo sobre a linha de latão até ao obelisco, e nos equinócios (21 de março e 21 de setembro), ao meio-dia, a luz bate em um prato oval de cobre diante do altar.

   Devido a essas características, por servirem para realizar medições científicas, a igreja foi salva de ter sido destruída à época da Revolução Francesa.

O órgão

Em São Sulpício são celebrados regularmente concertos de órgão, utilizando-se o seu antigo instrumento, construído em 1862 por Aristide Cavaille-Coll e que tem 15.836 tubos. Um dos mais renomados organistas da igreja foi Charles-Marie Widor, que ocupou este posto aos vinte e seis anos, portanto, muito jovem.

A praça de São Sulpício

A igreja está diante da praça de São Suplicio, construída na segunda metade do século XVIII; cabe destacar a fonte dos quatro pregadores de bronze, trabalho de Joachim Visconti (1844), e as castanheiras de flores rosas, além do Café de la Mairie, famoso por haver aparecido em numerosos filmes franceses.