Turismo

PARIS: CAMELÔS AFRICANOS E ASIÁTICOS ESTÃO EM TODOS PONTOS TURÍSTICOS

É impressionante a quantidade de camelôs e dos produtos Made in China com prováveis mafiosos operando todo o sistema
Tasso Franco , PARIS | 17/05/2022 às 05:07
Camelôs à mancheia nas proximidades da Torre Eiffel
Foto: BJÁ
     PARIS - Os camelôs africanos e asiáticos - mais africanos do que asiáticos, provenientes das ex-colônias francesas Benim, Burkina Faso, Camarões, Chade, Congo-Brazzaville, Madagáscar, Mauritânia, Gabão, República Centro-Africana, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal - estão por todos os lugares turísticos vendendo de peças artesanais de artistas dos seus países de origem, a bolsas e bonés fabricados na Cnina, cintos, balões representativos de corações, letreiros de madeia e, no caso daqueles que trabalham no Trocadero e o Campo de Marte nas proximidades da Torre Eiffel, réplicas da torre de todos os tamanhos - algumas com dispositivos de iluminação pisca-pisca. E mais: água,a vinho, cerveja e petiscos do tipo batatas fritas.
  
   Mais recentemente incorporaram produtos Made in China voltados para smarphones - capas, dispositivos eletrônicos, carregadores, etc - os paquistaneses do outro lado da torre - na parte do Campo de Marte propriamente dito, a área gramada sempre lotada de tusitas - percorrem os pic-nics com baldes repletos de garrafas de vinhos e vão oferecendo aos casais ou grupos em festa. Alguns oferecem também as taças para brindar. 

  Ou seja, se você vai para um lugar desses desprevenido - não levou seu vinho e a tábua de queijos - os paquistaneses entram em cena. Há, também, os indianos - identificados com seus turbantes - com carrinhos de supermercados vendendo água e cerveja.
 
   A Prefeitura de Paris consente tudo isso porque são milhares deles espalhados na Eiffel, em Madelaine, em Saint-Germain des Prés, em Notre Dame, no Quartier Latin e outros e não tem como reprimi-los. 

  Eventualmente a Policia Administrativa faz bliz e quando isso acontece os camelôs, que usam panôs para acomodar suas mercadorias no chão, fecham esses panôs e eles se transformam em mochilões que carregam nas costas e saem correndo. A Polícia não os persegue. Muitos usam bags ou mochilhas nas costas com essa mesma finalidade e também para repor as mercadorias.
  
   Os preços dos produtos são todos negociáveis. Um boné que, na inicial, pedem 20 euros pode sair por 10; e a taça de vinho que é vendida a 5 euros pode valer 3 euros. As bolsas, então, têm todos os preços e a pechincha corre solta. 
 
   Turista não sabe preço de nada, mas não é bobo porque trazem as referências de preços dos seus países de origem, e os camelôs têm capacidade de entender todas as linguas, do português brasileiro ao saudita. Os muçulmanos adoram levar uma lembrancinha para seus países e sabem - como nós - que nos camelôs os preços são mais em conta do que nas lojas de souvenirs. Pechicam, chroram e conseguem boas reduções.

   Uma coisa parece certa e os turistas sabem disso: nunca se compra nos camelôs uma mercadoria pelos preços que são pedidos na inicial. E, os camelôs também sabem disso e elevam os preços de propósito para negociarem e chegarem no limite de venda e do lucro.

  Admite-se que, por trás de toda essa galera tem uma máfia chinesa que controla todo o comércio. É provável que, franceses graúdos também estejam no esquemão.

  A quantidade de réplicas da Torre Eiffel à venda - todas iguais - apontam que é de um mesmo fornecedor. O esquema é o mesmo praticado em Salvador onde os chineses e um árabe estabelecidos na Av Joana Angélia e na Sete comandam os camelês e vendedores de ruas com uma infinidade de produtos. 

  Em Paris, a prática é assemelhada. De repente aparece um tipo de bolsa - em moda - se espalha por todos os pontos de vendas dos camelôs. Claro, réplicas de bolsas famosas, de preferência uma Louis Vuitton ou uma Chanel.

  Paris é, provavelmente, a grande cidade da Europa que possui mais camelôs. (TF)