Turismo

SUCESSO DO JORRO ESTÁ EM PREÇOS BAIXOS E RESPEITO À CULTURA LOCAL (TF)

Um modelo de turismo que atende as familias da região NE da Bahia frequentadoras em 90% do Jorro e Jorrinho
Tasso Franco , da redação em Salvador | 11/10/2021 às 09:46
O respeito à cultura local
Foto: BJÁ
      Os balneários de Caldas do Jorro e do Jorrinho - espécie de mãe e filho - em pleno Sertão da Bahia no município de Tucano, 260 km de Salvador, nas proximidades do rio Itapicuru-Mirim estão vivendo neste feriadão uma lotação de turistas impressionante, mesmo diante do final (se supõe) da pandemia do coronavirus com a Bahia ainda tendo 2.605 pacientes infectados ativos e um vai e vem de novos casos e curas, em torno de 450 casos por dia.

   Nada disso, no entanto, amedronta as familias de nordestinos da Bahia que estão frequentando esses dois balnenários - dista um do outro apenas 5 km - algumas pessoas usando máscaras, outras não, e as bicas com os jorros d'água aglomeradas de pessoas.

   Qual o segredo para tanto sucesso desses dois locais aparentemente inóspitos com muito calor e sem piscinas públicas e quadras de esporte e que são frequentados pelos baianos há 60 anos?
 
  Primeiro a qualidade da água magnesiano e sulfurosa do Jorro que sara alguns males do corpo (e também da alma porque purifica) e o atendimento às familias nos locais de lazer e alimentação com preços aos comparados a Salvador e as praias do Litoral Norte da Bahia. Infinitamente, menores.

   Outro detalhe importante a considerar é que os frequentados do Jorro e do Jorrinho são em 90% dos casos de moradores da região Nordeste do Estado que têm um modo de vida simples, não estão nem aí para a moda circulante em Salvador ou Rio de Janeiro, e se vestem de acordo com seus ritos, com shortes e maiôs  a gosto, e não se preocupam com o olhar alheio. 
   
   Então, você pode se deparar com uma pessoa usando chapéu de couro e sunga embaixo de uma bica d'agua ou uma senhora usando um vestido.

   A Espanha pratica muito esse tipo de turismo: a Espanha para os espanhóis. E oferecem aos locais oportunidades e locais baratos para as familias espanholas. Quando foi que Salvador já ofereceu algo às familias que residem na capital? E o Litoral Norte? Os hotéis preferem ficar fechados e vazios ao invés de fazerem promoções. 
   
   E os empresários do turismo nessas duas localidades - não saberia dizer se orientados ou por conta própria - criaram uma cultura em torno desses hábitos, sem que tenham praticado ou participado de planejamentos estratégicos e outras bobagens que vemos no meio turístico e empesarial de órgãos publicos do estado e dos municípios, e oferecem o básico de maneira adequada: ou seja, respeitam a cultura local e cobram preços baixos nos serviços, desde a hotelaria e uma refeição.
   
    O prato tipico local é o bode assado e custa, em média, R$25,00 a refeição com fartura incluindo feijão, salada, arroz e farofa d'água. A cerveja gira em média por R$10,00 e as lembranças souvenirs vão de R$3,00 a R$70,00 no máximo. 
   
    Esse é o segredo que deveria ser copiado por outros centros turísticos da Bahia. Os turistas, ademais, vão aos locais sem o pavor de serem explorados e o tratamento causa inveja aos que se vê, por exemplo, em alguns locais da capital, onde as contas são sempre estratosféricas. 
   
   Outro aspecto a ser relacionado é a paz que reina nesses dois centros turísticos onde sequer vê-se um PM. Não há confusões e no Jorro com grande movimento de veiculos de fora do Tucano não há guardadores de carros nas ruas, nem mendigos, nem pedintes em volta das mesas dos restaurantes. E olha que estamos falando um município pobre do semiárido da Bahia. No Jorrinho, sim, há guardadores de veículos e a taxa é livre, mas, gira em torno de R$5,00 a R$10,00 o dia.