A pandemia co coronavirus impôs uma realidade nunca vista na cidade no Momo
Tasso Franco , da redação em Salvador |
16/02/2021 às 12:46
Nesta terça de Carnaval, o Terreiro sem folia
Foto: BJÁ
Pela primeira vez na história de pouco mais de 140 anos do Carnaval de Salvador a manifestação da cultura popular brasileira, a mais importante da cidade, a 'galinha dos ovos de ouro', não aconteceu em 2021 diante da pandemia do coronavirus em sua segunda onda. Ninguém esperava que isso acontecesse. Os especialistas em infectologia e outros da área médica e da saúde pública diziam que a pandemia da Covid-19 seria passageira, no máximo 3 a 4 meses, e tudo voltaria ao normal no segundo semestre de 2020. Quando coloquei neste Bahia Já que não teríamos São João, em 2020, isso no mês de abril, recebemos muitas criticas.
Mas, a realidade se impôs e o governador Rui Costa suspendeu os festejos juninos, a pandemia se prolongou, e atingiu o Carnaval. E é provável que, o São João de 2021, outra grande festa popular da Bahia também não ocorra nos moldes que vinha acontecendo no estado com showzões das músicas axé e sertaneja.
A suspensão do Carnaval é, de fato, uma tragédia para o turismo de Salvador, para as entidades carnavalescas, para toda cadeia produtiva do Momo que movimenta a economia da cidade, fortemente, durante a temporada de verão.
O Carnaval dura uma semana na capital baiana (a festa em si, a folia momesca), mas a rede de ensaios dos blocos, os shows, os eventos entre feijoadas e lavagens se estendem por dois a três meses e gera uma quantidade enorme de oportunidades de negócios, no comércio, nos serviços, em eventos, na hotelaria. É a única 'galinha de ovos de ouro' ainda viva no semi-falido turismo baiano, amador, sem um calendário, e há mais de 3 anos sem um centro de convenções estadual e perdendo espaços para outras capitais do Nordeste.
Evidente que não se pode culpar autoridade alguma pela suspensão do Carnaval, pois, vivemos uma tragégia com a pandemia sem controle, ações dispersas entre o governo federal e os governos dos Estado, uma parte da população indiscipliada, já se fala até numa terceira onda da expansão da pandemia, e o que presenciamos é uma vacinação lenta e que só atingiu a 3% da população. Nesse ritmo os otimistas dizem que a vacinação se arrastará por todo 2021 ou mais.
Vê-se, pois, o grande prejuizo para a cidade do Salvador, para sua atividade econômica, para milhares de pessoas que auferem ganhos financeiros durante o Momo, para as empresas de bebidas e alimentos, para a hotelaria, o cancelamento do Carnaval.
Tem provocado uma dessarrumação e prejuizos enormes nos empreendedores, a toda engrenagem da manifestação cultural, desde a suspensão dos festivais de música aos projetos que estavam em curso dando apoio as entidades afro com o Carnaval Ouro Negro.
Falar em números é quase impossível sobre o que a cidade e sua gente deixou de ganhar no Carnaval. A Seplan, em nota recente fala em bilhões, e as entidades carnavalescas falam em muitos milhões que deixaram de circular, na cadeia produtiva dos catadores de reciclados aos produtores de eventos, estes últimos sofrendo o pão que o diabo amassou.
A pandemia do coronavirus é cruel. Agora, com os cientistas vendo a realidade brasileira mais de perto, os profissionais da saúde mais cautelosos, ninguém quer arriscar quando voltaremos a ter uma vida normal.
Por precaução, o que está correto, o governo do Estado através da PGE entrou com um recurso junto ao TJ para derrubar uma liminar proferida por uma juiza estabelecendo a data de 1º de março para retorno as aulas presenciais no estado e consegui.
Hoje, a média dia de mortos na Bahia, atinge a casa de 60 pessoas, o número de infectados já passa de 15 mil, os leitos hospitalares estão com taxas de ocupação acima de 73%, não dá para retornar aulas e encarar eventos momesmos e outros.
A situação segue crítica e não há uma luz no final do túnel, por enquanto, estabelecendo quando o Brasil colocará um ponto final na pandemia.