Erguido para homenagem o Infante Dom Henrique e os navegantes portugueses
Tasso Franco , da redação em Salvador |
25/01/2020 às 09:34
Monumento fica à beira do Rio Tejo no antigo cais do Restelo
Foto: BJÁ
O Monumento aos Navegantes ou Padrão do Descobrimento é também um dos locais mais visitados por turistas em Lisboa, localizado à margem direita do Tejo. Compõe um conjunto integrado de monumentos erguido à frente da Praça do Império onde se encontra o Mosteiro dos Jerónimos e mais à sua direita, também à margem do Tejo, a Torre de Belém, a fortaleza erguida para ser uma das protetoras da entrada de Lisboa.
Para nós, brasileiros, acostumados a louvar Pedro Alvares Cabral, o descobridor do Brasil (22/abril/1500) como o destacado navegador português que esteve a serviço do rei Dom Manuel I na segunda viagem missão às ìndias, em Portugal, louva-se mais Vasco da Gama e o Infante Dom Henrique (1394/1460), Duque de Viseu (Henrique de Sagres) filho de dom João I (fundador da Dinastia dos Avis) e incentivador das descobertas no Norte da África, Ilha da Madeira e Açores que deu o controle a Portugal dessa rota.
No monumento, obra do arquiteto Continelli Telmo pensado para Expo Mundo Português, 1940, destaca-se, na proa da nau estilizada a figura do infante Dom Henrique, o grande incentivador das navegações portuguesas no século XV. O monumento atual foi inaugurado em 1960 no contexto das comemorações dos quinhentos anos da morte do Infante D. Henrique e de suas margens tem-se uma visão da Ponte 25 de Abril que liga Lisboa a Almada (vide foto). Há, várias figuras de navegantes e do poeta Luis de Camões que glorificou a todos.
NAVEGANTES PORTUGUESES
O pioneiro foi Gil Eanes, escudeiro do Infante D. Henrique, que em 1434 conseguiu pela primeira vez passar além do Cabo Bojador. Depois, João Gonçalo Zaro fidalgo da Casa do Infante D. Henrique, descobriu em conjunto com Tristão Vaz Teixeira a ilha de Porto Santo, em1419, e em 1420, com Bartolomeu Perestrelo, a ilha da Madeira.
Bartolomeu Dias que, em 1487, dobrou o Cabo das Tormentas, por acaso, hoje cabo da Boa Esperança, e que morreu na expedição de Cabral.
O culto maior em Portugal é para Vasco da Gama (1469-1524) a quem D. Manuel I confiou o comando da frota que em 8 de Julho de 1497 largou do Tejo em demanda da Índia, e que se compunha de quatro pequenos navios: S. Gabriel, S. Rafael, Bérrio e S. Miguel (este último não passou da baía de S. Brás, onde foi queimado).
Em 2 de Março de 1498, aportou a armada a Moçambique e o piloto que o sultão de Moçambique lhe deu para o conduzir à Índia, foi secretamente incumbido de entregar os navios portugueses aos Mouros em Mombaça. Um acaso fez descobrir a cilada e Vasco da Gama pôde continuar até Melinde, cujo rei lhe deu um piloto árabe, conhecedor do Índico.
Em 17 de Abril de 1498, avistava Calecut. Estava descoberto o caminho marítimo para a Índia.
D. Manuel recompensou nomeando Vasco da Gama almirante-mor das Índias e fazendo-lhe doação de trezentos mil réis de renda.Voltou mais duas vezes à Índia, de que foi governador e segundo vice-rei.
Pedro Álvares Cabral nascido em Belmonte a quem D. Manuel I confiou o comando da segunda armada que mandou à Índia. Partiu Cabral de Lisboa em 9 de Março de 1500, e, como se tivesse desviado a sua rota para descobrir novas terras, não tardou a encontrar por acaso o Brasil, a 22 de abril 1500, no dia de Santa Cruz. Daí seguiu para a Índia.
No seu regresso, D. Manuel concedeu-lhe muitas honras, mas nunca mais utilizou os seus serviços.
Pedro Álvares Cabral morreu esquecido em Santarém, uns dizem em 1520, outros em 1526. Foi-lhe erguido um monumento no Rio de Janeiro e outro em Lisboa, na Avenida que tem o seu nome.
Fernão de Magalhães que descontente por não ter obtido de D. Manuel I uma recompensa a que se julgava com direito, foi oferecer os seus serviços a Carlos V, que lhe confiou uma frota de cinco caravelas.
Em Setembro de 1519, seguiu Magalhães rumo ao Ocidente. Durante a viagem teve de subjugar várias revoltas das tripulações. Chegado à costa americana, foi navegando ao longo dela para o sul, depois de visitar o Rio de Janeiro; e assim descobriu a passagem inter-oceânica a que ficou ligado o seu nome: o Estreito de Magalhães.
A frota, reduzida a três caravelas, penetrou no Pacífico, descobriu as ilhas hoje denominadas Marianas e o arquipélago que depois se chamou Filipinas. Aí foi morto numa rixa com os indígenas, a quem pretendia converter ao cristianismo.
O seu piloto Elcano conseguiu regressar à Europa com a única das caravelas que restava, a Vitória, completando assim a primeira viagem de circum-navegação que se efectuou no globo, mas cuja glória pertence a Fernão de Magalhães (1480-1521).
Gonçalo Velho Cabral Navegador e guerreiro português (século XV). Íntimo colaborador de D. Henrique.
Introduziu famílias e gado nas ilhas Santa Maria e São Miguel (Açores), das quais foi o primeiro capitão donatário.
Diogo Cão navegador português, que por duas vezes (1482 e 1484), foi mandado aos descobrimentos por D. João II. Dirigiu-se para a Mina e daí para o Zaire. Depois de várias vicissitudes seguiu até à ponta dos Farilhões (Serra Parda), donde regressou ao Zaire, que subiu a fim de visitar o Rei Congo.
Regressou ao Tejo em 1486, trazendo o ensinamento conveniente para atingir a África do Sul a navegar pelo largo, como fez Vasco da Gama.
MONUMENTO DADOS DO WIKIPEDIA
O Padrão dos Descobrimentos (ou Monumento aos Descobrimentos; ou Monumento aos Navegantes) localiza-se na freguesia de Belém, na cidade e Distrito de Lisboa, em Portugal. A conceção arquitetónica é de Cottinelli Telmo e as esculturas são de Leopoldo de Almeida.
Em posição destacada na margem direita do rio Tejo, o monumento original, em materiais perecíveis, foi erguido em 1940 por ocasião da Exposição do Mundo Português para homenagear as figuras históricas envolvidas nos Descobrimentos portugueses. A réplica atual, em betão e pedra, é posterior, tendo sido inaugurada em 1960.
O monumento foi pensado inicialmente por Cottinelli Telmo como uma homenagem ao Infante D. Henrique, na sequência de vários projetos e concursos para Sagres, realizados ao longo dos anos sem que nenhum chegasse a ser construido. Por ocasião da Exposição do Mundo Português, 1940 – de que Cottinelli Telmo foi arquiteto-chefe –, transformou-se em Padrão dos Descobrimentos, celebrando não apenas o Infante mas também os seus colaboradores e seguidores. Concebido por Cottinelli Telmo e pelo escultor Leopoldo de Almeida (autor da estatuária) para essa grande exposição, o monumento inicial foi realizado no curto espaço de tempo de oito meses.
Feito de materiais perecíveis, foi desmontado em 1958 e reconstruido nos anos imediatos, em betão e pedra de lioz, por decisão de Salazar que, por ocasião do 5º centenário do Infante, contrariou o resultado de mais um concurso henriquino para Sagres (ganho em 1955 por um projeto notável de uma equipa formada por João Andresen, Barata Feyo e Júlio Resende). O Padrão dos descobrimentos seria erguido no local de implantação original, em Belém, com orçamento inferior ao desse concurso.
O monumento tem a forma de uma caravela estilizada, com três grandes velas que se prolongam num bloco central, vertical, decorado de ambos os lados com baixos-relevos representando a bandeira de D. João I. Sobre a entrada, a espada da Casa Real de Avis. D. Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela na mão direita e um mapa na esquerda. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as estátuas de portugueses notáveis ligados aos descobrimentos entre os quais navegadores, guerreiros, frades, cientistas, homens da cultura (Nuno Gonçalves com uma paleta; Camões segurando Os Lusíadas).
A inspiração das figuras radica-se no histórico políptico de Nuno Gonçalves e no «classicismo austero» proposto por Francisco Franco no seu Monumento a Gonçalves Zarco (Funchal; 1927), de que Leopoldo de Almeida não se desviou, cumprindo e consolidando os princípios academizantes da estatuária oficial do Estado Novo, a «idade de ouro da escultura portuguesa» segundo António Ferro (1949).[5]
No chão do espaço fronteiro a norte do monumento encontra-se representada uma rosa dos ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no atelier do arquiteto Luís Cristino da Silva e oferecida pela África do Sul em 1960. Ao centro encontra-se um planisfério de 14m de largura, decorado com elementos vegetalistas, rosas-dos-ventos, bufões, uma sereia, um peixe fantástico e Neptuno com tridente e trombeta montado num ser marinho. "Datas, naus e caravelas marcam as principais rotas da expansão portuguesa, entre os séculos XV e XVI".