Erguido em 1807, o Cruzeiro do São Francisco, no Terreiro de Jesus, faz parte de um conjunto arquitetônico que conta a história de Salvador. Para garantir a manutenção desse importante fragmento da memória baiana para as futuras gerações, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), realiza reforma e trabalho de limpeza da edificação.
“O desgaste natural do tempo, provocado pela exposição ao sol, à chuva e até mesmo a poluição, danifica a estrutura e a pintura de qualquer edificação histórica. Nós percebemos que o Cruzeiro estava precisando de cuidados para ficar renovado e poder aguentar essas intempéries”, explica o superintendente da Diretoria do Centro Antigo de Salvador (Dircas/Conder), Rogério Machado.
A dona de casa Maíra Castro mora na região há 45 anos e acredita que a renovação da peça valoriza toda a região. “O Pelourinho tem uma importância histórica e atrai muitos turistas todos os anos. É importante que as pessoas ajudem a preservar esses símbolos históricos que guardam a nossa história. É uma ação maravilhosa que tem todo o meu apoio, pois valoriza o comércio e o turismo”, afirma.
Herança da participação urbana dos franciscanos na Bahia, o monumento é composto por peça monolítica em pedra calcária, conhecida como lioz, em forma de cruzeiro. A pedra, encontrada nos arredores de Lisboa, foi importada, no Período Colonial, para diversas partes do Brasil. O cruzeiro está assentado sobre um pedestal triangular do mesmo material, apoiado em base quadrangular, disposta em três níveis de degraus.
Preservação
A iniciativa faz parte de um conjunto de ações para a preservação dos territórios tombados na região do Centro Histórico, o maior conjunto arquitetônico colonial da América Latina, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade.
As intervenções compreendem a reforma de telhados, recuperação do pavimento e limpeza e pintura dos casarões. De acordo com Rogério Machado, as edificações antigas precisam de cuidados de conservação para evitar danos estruturais, o que envolve manutenção, limpeza, reforma e pintura.
“O objetivo é a preservação de toda a parte histórica que está tombada. Até o momento, já revitalizamos a área externa de 138 casarões localizados nas ruas das Laranjeiras, São Francisco, Gregório de Matos, João de Deus, 28 de Setembro, Cruzeiro do São Francisco, Largo do Pelourinho e no Terreiro de Jesus”, acrescenta o superintendente.