Bairro multicultural com restaurantes e locais turcos, gregos, mexicas, galegos e valencianos
Tasso Franco , da redação em Salvador |
11/04/2019 às 06:04
Calle Sueca
Foto: BJÁ
Assim como SP tem a Vila Madalena, o Rio el Baixo Leblon e Salvador o Rio Vermelho, bairros da moda, descolados, cools, em Valência, Espanha, no distrito de Eixample, existe o bairro Ruzafa, ainda do período da ocupação muçulmana de Valência. Em árabe, Ruzafa significa "jardim" e aponta para a residência de Abd Allah al-Balansi, um príncipe omíada instalado ao lado de València quando a Espanha foi dominada pelos árabes.
Depois de 600 anos tornou-se um centro populacional independente da capital, que se estendia para o sul e, após o desaparecimento das muralhas, foi anexado a Valencia no final do século XIX, distrito de Eixample. Hoje, após sua restauração, tornou-se um dos metros quadrados mais caros de Valencia, bairro cobiçado que tem um centro histórico próprio e fica a poucas quadras da Plaza de Toros e da Plaza do Ayuntamiento.
Antigamente, as famílias mais ricas se instalaram nas áreas mais próximas do centro e das que cercam a Gran Vía del Marqués del Turia, enquanto as famílias mais pobres tendiam a ocupar a Ruzafa, que assim se tornou um bairro familiar classe média baixa tradicional. Depois, virou bairro marginal e perigoso. Mas, aos poucos foi se revitalizando e ganhou novo padrão.
Os especialistas dizem que, na atualidade, Ruzafa é o bairro da moda de Valência. Um bairro que não tem nada a ver com o que há alguns anos foi (não muitos) e onde a criatividade, uma grande variedade de lazer e uma combinação mágica de tendência e tradição ter violado marginalidade e de má reputação que sempre estigmatizado o bairro. Conseqüência: muitos valencianos agora querem viver em Ruzafa.
Demos uma caminhada pelas principais ruas de Ruzafa as Calles Sueca, a Literato Azorin, a Cuba, a Ruzafa, a Filipinas e a Luis de Santangel. Tudo isso pode ser feito andando numa boa pois o bairro é todo plano e em cada rua, em cada esquina, há um restuarante, uma cantina, uma livraria, uma oficina de artes, bancos para você se sentar nas ruas, o que torna o passeio agradável e prazeroso. Demos uma paradinha na La Cantina de Russafa (também se escreve com dois ss) com Literato Azorin, no antigo Pátio de Ruzafa.
Passamos na igelsia paroquial de San Valero Obispo e San Vicent Martir, no mercado da Ruzafa, no Consum - melhor supermercado do bairro -, no Petit e num restaurante galego da calle Cuba. Há muchas tendas turcas no Ruzada, desde atacadistas com suas mercadorias árabes a restaurantes e bares. Muitos edificios são da primeira metade do século XX, todos bem conservados e não há muitos prédios contemporâneos.
A Calle Sueca é a mais charmosa e, provavelmete, a mais cara. Diz-se que o préço médio da venda de um apartamento gira em torno de € 3.000 / m2, com uma taxa de casas com um aumento de mais de 80%. As fachadas dão um ar muito colorido, comum na vizinhança, e que nesta rua atingem seu expoente máximo. Além disso, a rua sueca melhora à medida que nos aproximamos da Gran Vía, a transversal que leva ao centrão.
Literato Azorín rua / na Queen Mary / Pere III, o Grande podemos encontrar características das diferentes faces da Ruzafa (e diferentes tipos de habitação). Não dá para descrever todo o bairro numa caminhada. Mas, o importante é fazer uma visita ao Ruzafa e na medida do possível ao visitar Valencia ficar hospedado neste bairro. É no Ruzafa que também acontecem as fallas, o carnaval valenciano, uma tradição com bonecos gigantes e muita folia. (TF)