Turismo

ARGENTINA: Quando e como visitar Mendoza, estrela da produção vinhos

Agende as visitas às vinícolas com antecedência. Das bodegas familiares às vinícolas industriais, todas trabalham com horários limitados para receber visitantes.
Nara Franco , RJ | 13/10/2018 às 09:30
Mendoza
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A Argentina sempre foi uma grande consumidora e produtora de vinhos. Um dos destaques dessa produção é a Catena Zapata, que levou a região de Mendoza para o mundo. A uva malbec é a estrela de Mendoza e de 15 anos para cá, as melhores bodegas da cidade recebem enófilos de todos os cantos do planeta para admirar a produção local. 

São 130 vinícolas abertas à visitação. Os passeios podem variar entre um e cinco dias. Tire um dia para fazer a excursão de Alta Montanha. Nos outros dois dias, privilegie as degustações, escolhendo duas entre as três regiões vinícolas principais. Com 6 dias, conheça Luján de Cuyo, Maipú e Valle de Uco, cada região em um dia e não esqueça da excursão de Alta Montanha. Um dos pontos altos da sua ida a Mendoza é a possíbilidade de se hospedar numa vinícola. Uma boa opção pode ser uma das pousadas do Valle de Uco. 

As vinícolas em Mendoza estão abertas para visitação o ano inteiro. No verão (entre dezembro e fevereiro) as parreiras estão cheias. Evite dezembro e janeiro por causa do calor. Programe a viagem para o fim do verão e, se possível, escolha um hotel com piscina. Acredite: faz calor. No fim de fevereiro começa a colheita das uvas brancas e, em meados de março, chega a vez das uvas tintas. 

Se você gosta do frio, dá para visitar Mendoza no inverno, mas os vinhedos não têm folhas e uvas. As temperaturas mínimas chegam perto de 0°C nos meses mais frios do ano, com médias em torno de 10°C. Dá para combinar vinhos com esqui, com alguns dias de hospedagem na estação de Las Leñas, a 370km do centro de Mendoza. No outono, entre março e junho, e no início da primavera as temperaturas são mais agradáveis e os preços mais baratos. 

Como ir? Há cinco vôos diretos por semana para Mendoza partindo de São Paulo. São três vôos por semana pela Latam (3ª, 6ª e domingo) e dois vôos pela Gol (5ª e domingo). Ao planejar sua viagem, dá para combinar Mendoza com Chile (Mendoza está bem mais perto de Santiago do Chile (370 km) do que de Buenos Aires) ou Mendoza com a capital argentina. O vôo entre Buenos Aires e Mendoza leva só 1 hora e 40 minutos. Também é possível viajar entre Buenos Aires e Mendoza de ônibus: são 14 horas de viagem.

Outra maneira de combinar Mendoza e Santiago é fazendo a travessia da Cordilheira dos Andes de ônibus. É uma viagem longa (7 horas), mas muito bonita. As melhores empresas de ônibus para fazer o trajeto são a CATA Internacional e a Andesmar. Entre maio e outubro há risco de nevascas interditarem a estrada por 24 ou 48 horas. 

Comprada a passagem - de avião ou ônibus - prefira hotéis no centro de Mendoza. Táxis em Mendoza custam entre 35 e 50 pesos para corridas curtas. Porém, alguns carros são bem velhinhos. Uber ainda não opera em Mendoza. Para usar ônibus em Mendoza é preciso comprar um cartão Red Bus. Existem cartões descartáveis ou recarregáveis, à venda em kioscos pelo centro. 

Se o orçamento permitir, hospede-se no Park Hyatt, localizado na Plaza Independencia. O café da manhã é o ponto forte do hotel que também conta com piscina, academia e spa. Uma outra opção no mesmo estilo é o Diplomatic, cuja cista as montanhas é um dos pontos altos. Os mais moderninhos são o Villaggio Hotel Boutique e o NH Mendoza Cordillera.

Escolhendo se hospedar numa vinícola dê preferência ao Valle de Uco. Fica mais longe da cidade e mais perto da natureza, mas tem como vantagens o Cordón del Plata ao fundo e vinhedos por todos os lados.

A melhor opção entre os hotéis do Valle de Uco, no entanto, é a Casa de Huéspedes Finca La Azul. Pousada familiar que também conta com o restaurante da La Azul, um dos mais elogiados de toda Mendoza. 

Por fim, agende as visitas às vinícolas com antecedência. Das bodegas familiares às vinícolas industriais, todas trabalham com horários limitados para receber visitantes. 

O ideal é que você faça passeios alternados entre pequenas e grandes bodegas para conhecer todos os tipos de produção e vinhos. Bodegas industriais tendem a oferecer uma visita bem mais engessada. Nas vinícolas familiares, às vezes você dá a sorte de fazer a visita sozinho, e consegue bater um papo com menos script. Por isso, a regra de ouro é sempre misturar vinícolas de portes diferentes num mesmo dia de degustações.

Uma boa maneira de conhecer as vinícolas é fazer parte de um tour organizado. Escolha bem a agência de passeios. Algumas delas, voltadas para os turistas da Europa ou dos Estados Unidos, oferecem excelente serviço, mas têm preço equivalente a um dia de degustações com motorista particular. Pesquise, peça recomendações de pessoas que já foram e só feche tours que levarem a vinícolas bacanas, de preferência em grupos pequenos.