Brown destacou a importância da proteção ao legado cultural baiano e do que o espaço representa para todos os brasileiros. "Nós somos a cultura, nós temos a cultura.
da Redação , Salvador |
07/02/2018 às 16:14
Carlinhos Brown durante visita a Casa do Carnaval
Foto: Jefferson Peixoto
O artista baiano Carlinhos Brown, que deu diversas contribuições para a elaboração da Casa do Carnaval, já marcou presença no espaço localizado no Centro Histórico - entre o Terreiro de Jesus e a Praça da Sé, ao lado do Plano Inclinado Gonçalves - pela primeira vez. Acompanhado da filha Clara, Brown passeou por todos os ambientes do museu inaugurado nesta semana, encantado com as possibilidades que o local vai proporcionar, destacando que toda história precisa de manutenção. "Há dez anos, tenho tentado um espaço assim, e foi bom porque juntamos um acervo muito grande. Parte disso está aqui nesse lugar encantado", relembrou.
Brown destacou a importância da proteção ao legado cultural baiano e do que o espaço representa para todos os brasileiros. "Nós somos a cultura, nós temos a cultura. Ela não pertence de um indivíduo, artista ou político, Ela pertence ao povo dessa cidade. Nós somos intérpretes de cultura, somos as figuras mais importantes e o nosso legado é justamente cuidar de memórias que nós absorvemos para sermos o que somos. Esta casa demonstra que não é o momento de sermos histriônicos e nem de individualizar, é um momento de mostrar o coletivo, porque quem ama a Bahia e Salvador tem que amar dentro de uma visão coletiva", avaliou.
Carlinhos Brown adiantou que ele e sua equipe de trabalho estão se articulando para que, em breve, seja lançado o Museu da Timbalada, espaço que funcionará no Candeal. O cantor também aproveitou a oportunidade para explicar o motivo para não se apresentar nos circuitos de rua do Carnaval a partir de 2019, conforme anunciado pelo artista no Festival Virada Salvador de 2018. Segundo ele, artistas da sua geração produziram conteúdos por mais de 30 anos e não tiveram a oportunidade de analisar a qualidade do que foi produzido neste período. Ele destacou que agora é hora de preservar legados e história.
"Vou me afastar da rua, mas nunca do Carnaval. Meu desejo é expandir o Carnaval da Bahia e seu conceito para o mundo. Sinto que aqui já deu um pouco no teto, criei muito e muitas dessas criações me servem e servem a outros, assim como dos outros também me servem e isso faz parte do carnavalesco. Acho que nós temos um know-how para que o carnaval cresça para outros lados. Eu não me conformo em ver o nosso Carnaval crescer e sermos criticados como se estivéssemos em derrocada. Nós provocamos a recarnavalização no Brasil", finalizou.
Apenas no primeiro dia após ser inaugurada pela Prefeitura, a Casa do Carnaval recebeu a visita de 152 pessoas, de acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), órgão responsável pelo agendamento dos interessados em conhecer o primeiro museu do país dedicado à folia. Também já foram registrados mais 218 agendamentos para visitar o museu. O telefone para fazer o agendamento é 71 3324-6760. A visita agendada é gratuita durante o mês de fevereiro. A partir de março, o espaço será aberto com ingressos a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia).