O Carnaval de Salvador vai se tornando doméstico, só de baianos
Da Redação , Salvador |
04/02/2018 às 10:50
Folia na rua de SP
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Segundo matéria de Valéria Franco, Estadão, no início, os blocos de carnaval de rua de São Paulo eram informais e reuniam os amigos dos organizadores – no máximo, os amigos dos amigos. Com tempo, passaram a atrair um novo público, muita gente que viajava para o Rio para correr atrás dos bloquinhos. A cada ano maior e mais animada, a folia paulistana se profissionalizou, em organização e qualidade.
Os blocos seguem, em grande parte, o exemplo das escolas de samba. Os desfiles atraem patrocinadores e artistas – até de outros Estados, como Elba Ramalho, Alceu Valença e Claudia Leitte. Formam batuqueiros em oficinas próprias. E chegam até a gravar CD com enredo do ano.
A capital importou a experiência de quem sabe há muito tempo fazer a festa na rua. Um bom exemplo é o Monobloco, que nasceu no Rio há 18 anos e chegou a São Paulo apenas em 2015. Aqui, o bloco sai com 130 batuqueiros, formados na própria oficina da escola, em Pinheiros, São Paulo. Neste ano, desfilam com a música Amor de Carnaval – que virou CD –, escrita por Moraes Moreira. O ex-integrante dos Novos Baianos é muito conhecido pelos frevos de carnaval, além de constar como o primeiro cantor de trio elétrico do País que se tem registro.
No ano passado, o Monobloco levou 100 mil pessoas para a região do Ibirapuera, em São Paulo, e meio milhão para as ruas do Rio, segundo a organização. Durante o ano, realizou por volta de 70 apresentações pelo Brasil. “Nascemos como um bloco profissional. Quando viemos para São Paulo tínhamos o objetivo de ensinar aos paulistas que nem todo evento gratuito é perrengue”, diz o músico Celso Alvim, de 52 anos, um dos fundadores. “Não somos pessoas que vivem de outras profissões e se reúnem só para o carnaval.”
COMENTÁRIO DO BAHIA JÁ
Quem está sofrendo com isso é o Carnaval de Salvador que voltou a ser doméstico. Os cariocas e paulistas, e também os mineiros e os pernambucanos, estão fazendo seus carnavais de rua e os foliões que antes vinham para a capital baiana anão veem mais.