Turismo

UM PASSEIO PELO RIO ANTIGO na feira do Lavradio, por NARA FRANCO

A feira acontece de 10h às 19h e se você pretende almoçar, chegue cedo, pelo menos antes de 12h.
Nara Franco , Rio | 06/01/2018 às 21:15
Um excelente passeio, histórico
Foto: NF

Todo primeiro sábado do mês a Rua do Lavradio, na Lapa, é tomada por barriquinhas de artesanato. É a Feira do Lavradio - Circuito Rio Antigo, um programa de dia inteiro, com boas compras e comida. 

A feira acontece de 10h às 19h e se você pretende almoçar, chegue cedo, pelo menos antes de 12h. Há uma grande quantidade de bares e restaurantes, que oferecem desde feijoada a moqueca, mas que por volta de 14h até 16h ficam lotados (mesmo em dias de calor). Se quiser optar pelo tradicional, o Bar Brasil é um dos mais antigos do Rio e tem uma ótima comida alemã. Mas esqueça o ar-condicionado. É bar raiz. 

Para quem quer apenas saborear um bom chope, basta ir andando até o fim da rua e escolher. Tem restaurante a quilo e aqueles típicos de turistas como o Rio Scenarium. A maioria tem música ao vivo. 

Na feira há de tudo: vestidos, bolsas, camisas, muita bijuteria, quadros, sapatos. E como a rua é conhecida por ser a rua dos antiquários, há oferta de lustres, espelhos, móveis das décadas de 50, 60, 70 e 80. Essas com preço um pouco mais salgado. 

Alguns bares se transformam em espaço de exposição. Então vá com calma, pronto para andar enquanto bebe uma cerveja (vendida por qualquer ambulante) ou uma água gelada em dias de calor intenso. 

A pedida é pechinchar, olhar bem, porque há muitos produtos parecidos, principalmente brincos e pulseiras. Pesquisar sempre vai garantir um bom preço. Há ainda shows na rua, só que mais para o fim do dia quando o calor não é tão intenso. 

Ah! Escolha uma roupa confortável. De metrô, desça na Cinelândia e ande até a Lapa. Passando dos arcos está a feira. Infelizmente, pelo caminho, você verá uma enorme quantidade de moradores de rua e pedintes. Uma pena já que o Centro da cidade é um lugar de muita história. E claro, sempre fique de olho por conta de assaltos. 

De ônibus, basta pegar qualquer um que vá para a Lapa. Desça na primeira rua após os arcos. Se você fez o circuito e não quiser voltar para ver as barraquinhas do lado esquerdo (tem mão e contramão!), chegue até o final da rua, vire à esquerda e curta a Praça Tiradentes revitalizada. 

A Praça Tiradentes, à noite, é o novo point da boêmia carioca. Ali estão o Real Gabinete Português de Leitura (que NÃO abre nos fins de semana) e a única catedral presbiteriana fora da Europa. 

O grande destaque da praça, no entanto, é o CRAB - Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro. A entrada é gratuita e as peças são lindas. O melhor do artesanato brasileiro de todas as regiões do país com muitas peças à venda. Há ainda exposições e pude ver, gratuitamente, "Fantasias feitas à mão". Mesmo pequena, a exposição é caprichada e mostra as principais manifestações artísticas do país como a Festa do Divino, o Maracatu, o Bumba Meu Boi e o carnaval de rua com os anônimos fantasiados. 

No fim de semana o restaurante não abre, mas recomendo que você volte durante a semana. A Linha 2 do VLT passa na porta e descendo na estação Carioca do Metrô, chega-se fácil ao local descendo a Rua da Carioca até o final. 

A Rua da Carioca, infelizmente vive um período de decadência. É uma das ruas mais simbólicas da cidade. Resiste lá o Bar Luiz, fundado pelos idos de 1887 e que já teve um dos melhores chopes do Rio. Hoje, ele resiste. O chope é caro (R$ 12) e perdeu muito da sua cremosidade. Mas a salada de batata e o croquete permanecem maravilhosos. A rua é conhecida pelas inúmeras lojas de instrumentos, mas que infelizmente fecharam. 

O Bar Luiz é simples, não aceita cartão de crédito e tem uma decoração retrô, precisando de alguns cuidados. Mas é sempre um passeio obrigatório para quem quer saber um pouco mais da boêmia do Rio de Janeiro. Fiz tudo isso hoje, dia 6, a pé e tranquila. Não acredite em tudo que se fala do Rio. No Largo da Carioca peguei o Metrô e desci em Copacabana. 

De vez em quando é bom a gente revisitar a cidade onde vive para lembrar que ela não é só feita de coisas ruins.