Presidente da ABAV critica decisão do prefeito do Rio de intolerância religiosa
Da Redação , Salvador |
16/06/2017 às 09:52
Rio pode ficar sem desfile das escolas de samba
Foto:
A polêmica continua. As redes sociais estão em polvorosa com a possibilidade de o carnaval de 2018 do Rio de Janeiro não ter o desfile das escolas de samba. A notícia de que o prefeito Marcelo Crivella vai cortar à metade a verba concedida ao Grupo Especial também mexeu com o setor de turismo. A presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio de Janeiro (ABAV-RJ), Cristina Fritsch, questiona se a atitude do prefeito está ligada à intolerância religiosa.
“Como se não bastasse o prefeito não ter comparecido à entrega das chaves da cidade para o Rei Momo neste carnaval, um insulto para a toda população, já que é uma cerimônia tradicional e não se trata de gostar ou não de carnaval, agora decide cortar em 50% a verba destinada às escolas de samba, que são as grandes responsáveis pelo Carnaval. Fica a dúvida se a motivação é por convicções religiosas ou se ele desconhece a receita que este evento gera para a cidade”, ressaltou Cristina Fritsch.
A comunidade do samba questiona a atitude do prefeito e acredita que ainda há possibilidade de acordo, mas critica a postura de Crivella. Já a dirigente da ABAV acrescenta que essa medida pode gerar enorme prejuízo para o turismo da cidade.
“Com toda esta indefinição está tudo parado e as nossas agências não estão conseguindo fechar os seus grupos para o carnaval de 2018. Eventos de grande porte são fechados com grande antecedência”, alertou a presidente da ABAV-RJ.
De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, o carnaval deste ano gerou R$ 3 bilhões em receita para a cidade. O investimento da prefeitura foi de R$ 55 milhões.
"Desprezar o carnaval é ir contra toda a cidade e seus cidadãos e isso afeta não só o Rio de Janeiro, mas o Brasil como um todo”, enfatizou a presidente da ABAV-RJ.
Diante do anúncio de corte, cinco escolas do Grupo Especial – União da Ilha, Mocidade, São Clemente, Mangueira e Unidos da Tijuca – já comunicaram que não irão desfilar, pois a verba não será suficiente. Com isso, a receita gerada com o evento será infinitamente inferior.
“Estamos falando do principal evento de turismo da cidade que, apesar de durar poucos dias, gera renda para um ano inteiro”, destacou a presidente da ABAV-RJ.