O distrito de Rio do Braço fica a seis quilômetros da Rodovia BA – 262 (Ilhéus-Uruçuca), na altura do km 25.
Secom Ilhéus , Ilhéus |
09/06/2017 às 12:51
Decoração junina bem autêntica
Foto: Mauricio Maron
Um cenário de história e uma festa que consolida Ilhéus no calendário do São João da Bahia. Esta é a Vila Junina da Estação Rio do Braço.A antiga fazenda de cacau irá promover o São João mais original da região durante todo o mês de junho. O evento tem o apoio da Prefeitura, através da secretaria municipal de Esporte e Turismo e já começa amanhã(10), a partir das 14 horas. No primeiro dia, Mel de Forró e Xote Atrevido são as atrações que alegrarão o público com muito forró, relembrando as tradicionais festas de São João. Já no dia 11, domingo, véspera do Dia dos Namoradores, Trio Iracema e Forró 4 Estações irão comandar o arraste pé.
A programação se estende pelos dias 17, 18, 23 e 24, com apresentações de diversas bandas regionais, que alegrarão o São João da Vila Junina da Estação Rio do Braço. Além disso, o público também poderá apreciar um cardápio com variados pratos de comidas típicas; espaços temáticos; stands de economia criativa; diversas manifestações artísticas; espaço para crianças; parquinho e um amplo estacionamento.
Na localidade não há sinal de internet e, por conta disso, a Estação Rio Braço não aceita cartões de crédito e nem débito. Para os turistas, que estão hospedados em pousadas e hotéis de Ilhéus, a empresa Encantos Turismo oferecerá transporte até a Estação Rio do Braço. Contatos para consultar valores: (73) 99172 1629 ou 3632-8783. Em ilhéus, ingressos à venda no Point do Karioca e Chor Chocolate; em Itabuna, no Pimenta Ingressos.
Um lugar mágico, de muitas histórias - Rio do Braço viveu tempos de apogeu e de crise. Em 1911, com a chegada do trem e a construção da primeira estação ferroviária do sul da Bahia, o local, cenário de terras férteis favoráveis ao cacau, intensificou a sua economia, somente interrompida em 1916 com o anúncio da Primeira Guerra Mundial. Vieram os tempos difíceis com o preço do cacau desabando no mercado internacional.
Conta a história que o produtor rural Gabino Kruschewsky resolveu apostar na lavoura ainda durante a crise. Comprava cacau na mão de outros produtores da região e estocava em telhados, assoalhos, quartos. No fim da guerra havia arrecadado mais de 100 mil arrobas de cacau, quantidade suficiente para torná-lo um dos homens mais prósperos e influentes da região. Staus mantido por, pelo menos, duas outras gerações do coronel Gabino.
Um novo ciclo de crise só veio retornar no final da década de 80, com a propriedade “Estrela da Manhã” em mãos da terceira geração da família Kruschewsky. Rio do Braço sentiu a crise provocada pela “vassoura de bruxa”, uma doença que dizimou plantações inteiras. A fazenda, a estrada de ferro, o cartório e tantos outros prédios históricos, que antes revelavam a prosperidade do lugar, viraram ruínas. “Quando cheguei e ví destruído aquele cenário próspero da minha infância registrado na memória, entrei na velha estação e prometi: não vou desistir daqui”, revela Lucas. “Disse a mim mesmo: vou fazer deste lugar, um ambiente de sabores e de alma”.
Largou a taxidermia, sua profissão de origem, e passou a morar na localidade. Aos poucos, Lucas está conseguindo. Recuperou a estação férrea e transformou o espaço em um restaurante de comidas típicas. Na fazenda oferece passeios, banho de rio, pesca do Tucunaré. A alma a que se referiu na promessa pode ser sentida na fazenda que, aos poucos, está voltando a produzir cacau. “Estamos renascendo e cheios de ideias”.