Turismo

ISLÂNDIA: O novo paraíso turístico do mundo recebe gente de todo mundo

A Islândia tem 300 mil habitantes e recebe 1 milhão e 700 mil turistas ao ano
da Redação/com BBC , Salvador | 26/03/2017 às 19:10
Lagoa azul, o ponto alto do turismo local
Foto: GI
águas termais da Islândia -e especialmente a Lagoa Azul - são o principal cartão postal do país e recebem milhares de turistas todos os anos - e os números devem continuar crescendo. Com uma população de pouco mais de 330 mil habitantes, as cidades islandesas receberam mais de 1,7 milhão de turistas somente no ano passado.

Tudo começou logo depois da crise financeira de 2008, quando o valor da coroa - a moeda nacional - caiu extraordinariamente. Como parte do programa de recuperação, a Islândia empregou grandes esforços para atrair turistas e movimentar a economia.

Mas o resultado impressionou até mesmo aqueles que foram contratados para tentar vender o país no exterior.

CORRIDA

Mas o que causou esse interesse tão grande - e repentino - dos turistas?

De muitas maneiras, a Islândia reflete as mudanças que estão ocorrendo no mundo todo: o fortalecimento das indústrias de serviços como o turismo - que representa um em cada 11 postos de trabalho no planeta - e também as flutuações nas economias nacionais.

acto que o gasto dos turistas teve no país é evidente, especialmente na capital, Reikiavik.

Em todas as partes da cidade é possível observar obras e ações para acomodar os turistas. A rede hoteleira Marriot prevê a abertura de um hotel cinco estrelas para 2018.

No aeroporto de Keflavik uma placa em um canteiro de obras avisa aos viajantes que o local terá uma ampliação de 7 mil metros quadrados. Até a Lagoa Azul vai aumentar de tamanho.

Em 2014, o país lançou um novo passeio no qual os turistas são levados a uma geleira remota, onde podem caminhar através do maior túnel de gelo artificial do mundo. No segundo ano de atividade, o tour atraiu 22 mil turistas - 50% a mais do que o esperado.

Essa cifra revela ainda outra interpretação: todo esse volume de gente precisa de lugares para comer e, por isso, um dos grandes desafios da indústria alimentícia do país é crescer suficientemente rápido para atender a crescente demanda.

Esta meta não é fácil de ser atingida na Islândia, onde grande parte da comida é importada. A queda acentuada no valor da coroa em 2008 fez a importação de alimentos se tornar quase proibitiva.

Uma das consequências disso foi o fechamento das três lanchonetes McDonald's no país. O responsável pela franquia afirmou que o custo de importar ingredientes simplesmente havia se tornado muito alto. No entanto, até o fechamento desta franquia se tornou uma atração turística. Em um hotel na capital é exibido o último hambúrguer com fritas que foi vendido no dia 30 outubro de 2009 na Islândia. E tem mais: para aqueles impossibilitados de visitar o país, há uma transmissão ao vivo via webcam para ver o hambúrguer ainda bem preservado.

Por outro lado, a redução das importações fez com que a população começasse a produzir na própria ilha frutas e verduras em estufas aquecidas com energia geotérmica.

Ameaças à vista"Não imagino que ninguém tenha imaginado isso", diz Hlin Palsdottir, da Promove Islândia, uma agência de relações públicas para o país.

O boom do turismo surpreendeu e provocou mudanças internas no país, que já foi considerada uma nação isolada.