Iniciada no Século XVI, a festividade reúne aspectos indígenas e manifestações da cultura popular. Com informações da Secom/Ilhéus
Da Redação , Salvador |
06/01/2017 às 19:59
Festa celebra tradição dos povos nativos da região
Foto: Alfredo Filho
A festa da Puxada do Mastro de São Sebastião, realizada anualmente em Olivença, estância turística localizada a 15 quilômetros da cidade de Ilhéus, tem um fundamento histórico na vivência do povo indígena que sempre habitou a região. Em 2017, a festividade, que hoje une diversas culturas, acontece nos dias 6, 7 e 8 de janeiro, com eventos religiosos e de cultura popular, promovidos por núcleos da comunidade nativa e pela Secretaria Municipal de Turismo (Setur).
A festa se concentra na praça principal de Olivença, hoje denominada Cláudio Magalhães, onde está situada a Igreja de Nossa Senhora da Escada, construída pelos padres jesuítas por volta do ano de 1700, e que hoje simboliza o patrimônio histórico de Ilhéus. A Puxada do Mastro de São Sebastião origina-se no Século XVII e acontece em diversas localidades, no Brasil.
Os professores Saul Mendez Sanchez Filho e Odilon Pinto, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), chamam a atenção para a institucionalização da festa, que passou a integrar o calendário oficial do Município de Ilhéus, após a reconhecida potencialidade popular e cultural do evento, sendo realizada no segundo domingo do mês de janeiro.
A secular “Puxada do Mastro de São Sebastião” acrescenta um conteúdo cultural favorecendo o turismo e a própria população local, que se deslocam para assistir e participar do evento. A festa mantém rituais indígenas e outras manifestações culturais, além de apresentações artísticas, que entretem turistas de diversas regiões do Brasil.
Ritual – Embora tenha vários ciclos, a Festa da Puxada do Mastro se inicia com a escolha da árvore, por um grupo de machadeiros, que determina qual será o mastro utilizado naquele ano. Nos dias que antecedem ao evento, a comunidade local se dedica aos preparativos, como a ornamentação da Praça e atividades festivas paralelas. No local onde a árvore é derrubada, acontece um misto de devoção, fé e sacralidade, “onde indígenas reafirmam seus laços familiares e repassam a tradição para os mais novos. através do masteréu, um mastro menor específico para que os adolescentes sejam iniciados na tradição, seguindo o exemplo dos adultos, desgalhando, descascando e puxando o tronco desde a mata, passando pela praia, até chegar à praça principal do antigo aldeamento jesuítico”, conta o professor Erlon Costa.
Ele ressalta que devido à nova concepção de sustentabilidade, novos rituais foram inseridos no festejo ao longo dos anos, entre eles, a prática do Poranci, antes da saída do cortejo até a mata, e o replantio de árvores no local da cepa. “Vários elementos semióticos são observados no instante da festa, folhas de árvores e cipó se tornam adereços de cabeça, pedaços de corda se tornam enfeites para o corpo na busca da memória dos antepassados, o mastro puxado pela população é arrastado pelas praias de Olivença até chegar à ladeira principal onde é aguardado por uma multidão que, ao som bandas locais, animam a festa”, relata Erlon.
Artistas – Com o apoio das secretarias de Turismo e Cultura, a festa serve de palco para a apresentação de artistas locais e, este ano, conta com as presenças do prefeito Mário Alexandre, do vice-prefeito José Nazal, o secretário de Turismo e interino da Cultura, Roberto Lobão, além de vereadores e lideranças populares. De sexta-feira até domingo, o público poderá assistir aos shows das bandas Paulinho Xôxô e Baru Imperador, a partir das 20h30min; no sábado, a partir das 20 horas, Som do Skulacho, A Rapazziada e Pagofunk; e no domingo, a partir das 16h30min, as bandas Proibida, Bombadão e Tony Canabrava.
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