Queda no movimento de passageiros leva a uma crise sem precedentes no turismo, com fechamento de 12 hotéis e aumento de demissões. É a nova Salvador na propaganda da Prefeitura.
Sara Barnuevo , Salvador |
05/07/2016 às 17:36
Rede Hoteleira do centro vazia e 2 de Julho desorganizado
Foto: BJÁ
A rede hoteleira de Salvador apresentou em junho taxa média de ocupação de 38,04%, a mais baixa dos últimos 30 anos Comparando-se com o desempenho do mesmo período do ano anterior, verifica-se piora na taxa, que passou de 43,58% em junho de 2015 para 38,04% em junho de 2016.
Comparando-se com o mês anterior (maio, com taxa de 42,88%), verifica-se decréscimo de 4,8 pontos percentuais. A diária média de junho (R$ 238,93) cresceu 8,6% em relação ao mês anterior, resultando em um Revpar (indicador ponderado de taxa de ocupação e diária média) de 90,89, o mais baixo da história da hotelaria soteropolitana.
Dos 4 Polos hoteleiros da cidade coube ao de Itapuã-Stella Maris o melhor desempenho seguido pelos hotéis da Barra-Rio Vermelho, Centro-Pelourinho e Stiep-Pituba.
As informações da Infraero sobre o movimento de passageiros no aeroporto da capital revelam que a queda no movimento de passageiros em Salvador entre janeiro e maio de 2016 (19,9% menos passageiros do que no mesmo período de 2015) foi muito mais profunda do que a crise revelada na rede Infraero nacional (menos 8,6% de passageiros no mesmo período).
Segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE em abril de 2016 a Bahia decresceu em 11% seu volume de atividades turísticas, tendo perdido parte das atividades para outras capitais nordestinas, a exemplo de Pernambuco, cujo volume de atividades turísticas cresceu 4,5% no mesmo período.
“A crise é geral, mas a situação da Bahia é mais grave. Enquanto outras capitais nordestinas inauguraram novos centros de convenções para fazer face à crise na baixa estação, Salvador está com seu único Centro de Convenções de grande porte fechado para reformas, sem data definida para reabertura, o que impede o trabalho de captação de grandes eventos e congressos, que dinamizam todo o segmento turístico, e que é feito com muita antecedência. Temos notícias do iminente fechamento de novos hotéis de grande porte e o sindicato dos trabalhadores decretou greve sem nenhuma adesão por parte dos afiliados, pois tem como único objetivo suspender temporariamente as demissões. Mas isso evidentemente não resolve o problema. Precisamos de respostas urgentes”, pondera Glicério Lemos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seção Bahia (ABIH-BA). Nos últimos dois anos, com o aumento da crise no turismo de Salvador, pelo menos 12 hotéis já fecharam as portas na cidade.