A entrada é gratuita
Da Redação , Salvador |
07/08/2015 às 09:40
Peças do Museu Abelardo Rodrigues
Foto: BJÁ
A dica turística da semana vai para o Solar do Ferrão, no Pelourinho, prédio que abriga três museus com exposições permantes: o Abelardo Rodrigues (de arte sacra), o Walter Smetak - alquimista do som (de instrumentos musicais produzidos por Smetak) e o de Máscaras e Tótens Africanos (coleção de Cláudio Massela de arte africana de 15 países). Os museus são vinculados ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e a entrada é gratuita.
O Abelardo Rodrigues foi inaugurado a 5 de novembro de 1981. A história do museu tem início ainda em 2 de setembro de 1973, quando o Governo da Bahia enviou uma carta à viúva de Abelardo Rodrigues, manifestando interesse na aquisição das obras colecionadas pelo advogado e que Pernambuco recusara-se a adquirir.
Ainda neste mês, a proposta foi registrada em Cartório de Títulos e Documentos, em Salvador, após uma carta do procurador em que a venda era proposta. Em 22 de setembro, a compra foi concretizada, sendo registrada em Cartório no Recife. Neste mesmo dia, o Governo de Pernambuco expediu o Decreto 2.929, desapropriando a coleção.
Em 23 de agosto de 1974, o governo pernambucano arrestou a coleção por ordem do Procurador do Estado, Hélvio Mafra, removendo-a de forma descurada—as peças foram embrulhadas peças em cobertores e transportando-as num caminhão de mudanças—da casa do colecionador para uma saleta no Museu do Estado, onde ficaram sob custódia.
O caso foi para a justiça, tendo o Supremo Tribunal Federal finalmente decidido, em 27 de agosto de 1975, que a posse do acervo pertencia de fato à Bahia. Este processo, envolvendo dois entes da Federação, recebeu à época o epíteto de "Guerra Santa", dado o conteúdo em disputa.
A 6 de setembro deste mesmo ano, as obras chegam enfim à Bahia, sendo instaladas provisoriamente no Museu de Arte Sacra da Bahia, tendo sua primeira exposição pública ocorrida no ano seguinte, 1976. Em 13 de março de 1980, é finalmente prolatado o decreto de criação do museu, cuja inauguração ocorreu no ano seguinte.2
É uma das maiores coleções de arte sacra do Brasil. Houve uma disputa judicial entre Pernambuco e Bahia pela posse, sendo o vencedor o estado da Bahia.
ALQUIMISTA DO SOM
Numa das saladas do Solar do Ferrão estão as “Plásticas Sonoras” – criadas por Walter Smetak (1913-1984) e consideradas obras de arte por críticos e pesquisadores podem ser conferidas na mostra de longa duração Smetak – O Alquimista do Som.
As peças do acervo da família do músico suíço foram restauradas e expostas apenas no Museu de Arte Moderna da Bahia e no de São Paulo, em 2007 e 2008.
ARTE AFRICANA
Noutro salão está exposta a Coleção Claudio Masella de Arte Africana é formada por objetos que representam grupos étnicos localizados em cerca de 15 países da África, confeccionados em materiais que variam entre terracota, madeira, metal e marfim. Apresenta a riqueza estética e a diversidade da produção cultural africana do século XX, expressada em objetos, sobretudo máscaras, estatuetas, instrumentos e utensílios de uso cotidiano ou ritualístico. Doadas ao Governo do Estado da Bahia, em 2004, pelo industrial italiano Claudio Masella, as obras representam vários estilos étnicos das sociedades africanas.