Turismo

Visitem o centro histórico Salvador e conheça suas belezas culturais

Visite o centro histórico de Salvador
Tasso Franco , da redação em Salvador | 12/07/2015 às 20:13
Catedral da Sé, no Terreiro de Jesus
Foto: BJÁ
   Muito tem se falado do abandono do Pelourinho e da ausência de baianos da classe média no centro histórico de Salvador, ambos fatos verdadeiros e relevantes. Não se vê nenhum esforço coletivo do governo do estado, da Prefeitura de Salvador e da sociedade civil, salvo raras exceções, no sentido de dar um novo impulso ao local.  

   De forma isolado, há, hoje, no Centro Histórico, sete projetos de restauro sendo executados pelo IPHAN incluindo o Palácio Arquiepiscopal, a Igreja de São Domingos de Gusmão e a igreja do Passo, todos no Pelourinho. Mas, há também muito abandono, sujeira, igrejas fechadas com medo de furtos de peças e locais como na igreja de Nossa Senhora d'Ajuda o pedestal sem o busto de Manuel da Nóbrega, fundador do primeiro colégio da cidade (vide foto). Isso pra dizer o  mínimo.

   Há, ainda, investimentos de Carlos Massafera na recuperação do antigo Hotel Pálace - obra em andamento e a provável revitalização da Rua Direita do Palácio (Chile) com nova remodelagem e negócios. Muito bom que isso aconteça como está sendo salutar a instalação de um flat na antiga boite Cloc da Democratas, no morrinho da Av Contorno, onde também será instalado o Restaurante Mistura, o melhor de Salvador em gastronomia mediterrânea.

    Alguém também precisa investir em prédios ou locais de estacionamento de veiculos no Centro Histórico, pois, os existentes cobram tão caro que inviabilizam qualquer pessoa da classe média ir ao Pelourinho. Veja que os shoppings de Salvador, com boa infra-estrutura, cobram R$6,00 as duas primeiras horas e mais R$1,00 por hora adicional. Nos três estacionamentos do Pelourinho - o da Baixa, o da Laranjeiras e o da Misericórdia - a primeira hora custa entre R$5,00 e R$9,00 e a segunda hora R$11,00. Recentemente fui almoçar em Alaide do Feijão, a feijoada da baiana custa R$20,00 e paguei R$17,00 do estacionamento por duas horas.

    Quem vai ao show do Viola de 12 na Cantina da Lua paga R$10,00 do couvert-artistico e gasta-se, em média, R$30,00 a R$50,00 em bebidas e tira-gostos por momentos de 3 a 4 horas e paga-se R$35,00 no estacionamento da Baixa dos Sapateiros - feito pelo governo e explorado pela iniciativa privada - com acesso pela rua Laranjeira, sem um segurança no local.

    Dimitri Ganzelevitch diz que os baianos - que ele chama de soteropolitanos - tem preconceito com o centro histórico. De certa forma ele tem razão. Mas, observe que, a praça da Sé está repleta de prostitutas e cafetões, o Pelô tem cachorros nas ruas pra todo lado - inclusive na Praça da Sé - e batedores de carteiras e acharcadores, as calçadas repletas de ambulantes. Daí que, a classe média alta, que já anda assustada com a violência em Salvador, lá não pisa os pés, e prefere ir para os shoppings, para os bares do Rio Vermelho e assim por diante.

   Cabe, portanto, dar uma melhorada no CH - sobretudo no Pelourinho - se fazer uma campanha institucional, baixar preços em alguns locais, reduzir os preços dos estacionamentos, que aí é possível que os soteropolitanos frequentem o local. Da forma que se encontra, não dá. Pouca gente vai. 

   O objetivo desse grupo I Love Salvador é elevar a autoestima da cidade, incentivar as pessoas a conhecerem o centro histórico da capital baiana que é um dos ricos do mundo ocidental, especialmente em obras do barroco, em templos religiosos e suas ordens, em história, em arquitetura. 

   Então, vamos nessa de ajudar a cidade, de traduzir todo esse sentimento de amor a Salvador, sua gente e sua cultura. Com todos os problemas ditos acima ainda vale a pena ir ao Centro Histórico.