Turismo

Protesto barra navio com 1,8 mil turistas em Santa Catarina, Itajaí

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Terra , SC | 06/01/2015 às 14:48
Canal de Itajaí é obstruido por sindicalistas
Foto: Sindip
 Um protesto de pescadores bloqueia a entrada e saída de embarcações do Complexo Portuário de Itajaí, em Santa Catarina, nesta terça-feira. De acordo com o Sindipi (Sindicatos dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região), um transatlântico com 1,8 mil passageiros foi barrado no local e só será liberado mediante a um acordo com o governo federal. A reivindicação inicial dos trabalhadores exigia a revogação da portaria 445 do Ministério do Meio Ambiente, que impede a pesca de mais de 90 espécies consideradas em risco de extinção.

A manifestação no canal Itajaí-Açu começou às 9h da última segunda-feira, com 30 barcos. Na manhã desta terça-feira, cerca de 200 embarcações fechavam a passagem pelo complexo. O Sindipi informou que 10 mil pessoas estão envolvidas na paralisação, entre pescadores, familiares e trabalhadores da indústria, que apoiam a causa. Inicialmente, o transatlântico seria liberado. Porém, diante do silêncio do governo, a decisão de bloquear o tráfego do navio foi tomada como uma forma de chamar mais atenção.

O sindicato afirmou que a primeira exigência dos pescadores visava pressionar o governo. No site oficial da associação, o presidente do Sindipi, Giovani Monteiro, afirmou que a portaria 445 coloca em risco o trabalho dos pescadores, das pessoas que trabalham em estaleiros, das indústrias e dos fornecedores, provocando um prejuízo generalizado.

De acordo com o sindicato, durante a noite de ontem, representantes do Ministério da Pesca e Aquicultura e do Ministério do Meio Ambiente decidiram criar um grupo de trabalho que reavaliará a lista de espécies apontadas na portaria.

Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, a categoria considerou a resolução insuficiente, optou por manter a paralisação e apresentou uma nova reivindicação. Um documento elaborado pelos manifestantes exige que os ministérios incluam um representante do Sindipi e um do Sitrapesca (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca de Santa Catarina) no grupo de trabalho, com poder para votar e tomar decisões, não sendo aceita a condição de ouvinte. O complexo será liberado apenas se o governo federal assinar o documento.

O sindicato afirmou que, enquanto não houver um retorno de Brasília, os 1,8 mil passageiros continuarão impedidos de descer do transatlântico, que seguiria para Punta del Este. A embarcação chegou ao complexo durante a manhã de ontem e tinha saída prevista para as 17h.

A associação disse ter recebido uma ligação de um armador da Pullmantur, empresa responsável pelo navio, informando sobre a necessidade de desembarque de alguns passageiros e as despesas com as quais a companhia terá de arcar. O presidente do Sindipi respondeu apenas que a liberação não depende do sindicato.

De acordo com o Sindipi, por volta das 13h, uma reunião sobre a paralisação estava em curso em Brasília. O sindicato não soube informar dados sobre os prejuízos econômicos da manifestação, mas destacou que Itajaí é o maior polo pesqueiro do Brasil, atualmente, e o segundo maior porto em movimentação do País, depois de Santos.

Os leitor Roberto Meira, de Brumado (BA), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra.