O turista russo esteve acompanhado de um repórter do BJá
Tasso Franco , da redação em Salvador |
08/12/2014 às 13:02
Prédio na Praça Cayru onde seria um hotel de luxo
Foto: BJÁ
Em relação a outras cidades mundiais o turismo em Salvador é uma piada. No último domingo, o 'turista russo' esteve na Cidade-Baixa da capital baiana e ficou horrorizado com o que viu. Na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia - a padroeira da Bahia com data festejada neste 8 de dezembro - o monumento mais importante do Estado, data da época da chegade de Tomé de Souza, século XVI, está cercado de prédios abandonados.
Aí ele perguntou ao repórter do BJÁ se alguém poderia fazer alguma coisa para evitar o pior, um incêndio, um desmoronamento? A resposta foi sim. Mas, como depende do IPHAN, obras nesses sentido levam décadas até que sejam contratadas e feitas.
- É lamentável, disse o 'turista russo'. Vamos em frente. E este prédio aqui ao lado do Mercado Modelo, na última viagem que fiz a Salvador, ainda na época do prefeito João, iria ser um hotel de grife internacional. O que aconteceu?
- Faltaram projeto, financiamento, vontade política e tudo mais. Hoje é um pardieiro. Mas, observe que ainda tem sinais de obras que se iniciariam - comentou o repórter do BJÁ.
- E ninguém é punido por isso? - perguntou o russo - comentando que houve muita propaganda, na época, dando conta de que Salvador ganharia um grande hotel.
O repórter explicou ao cossaco que, na Bahia é assim mesmo, se prometem mundos e fundos e acontece pouca coisa ou só os fundos.
O 'turista russo' sorriu e quando passou pela Igreja do Santíssimo na antiga Feira de Água de Meninos voltou a perguntar ao repórter do BJÁ sobre tal abandono, a igreja caindo aos pedaços em obras - lembrou o russo - que estão prometidas há anos, "desde que vim pela primeira vez a Salvador", frisou o barba de fogo.
- Você vai morrer e essa restauração não acontecerá. Pode voltar pra Moscou e demore de visitar a Bahia, de novo, que essa obra não sai.
Adiante, na Calçada, quando o 'turista russo' viu a Estação da Leste caiu o queixo. - Eu que estou acostumado com o luxo do metrô de Moscou quando vejo isso aí - apontou a estação do repórter me dá uma tristeza muito grande.
- Que tristeza cara - brincou o repórter - essa daí tá até boa demais. Agora tão prometendo um VLT, portanto, tenha paciência.
Finalmente, o turista e o repórter chegaram ao Bonfim, pois, o cossaco queria conhecer a basília e a fé dos baianos. Quando saltamos do carro quase que os vendedores de fitas arrancam o braço do 'turista russo'.
- O que é isso que eles estão querendo colocar em meu pulso - perguntou aflito, um camarada vestido de ogum já passando umas folhas nas suas costas.
- São fitinhas do Senhor do Bonfim, nosso maior produto de vendas turistcias" - frisou o repórter e o 'turista russo' caiu foi na gargalhada.
Ainda assim, fez umas fotos da basílica, do povo, de vendedores de fitinhas, benzeu-se e foi embora. Disse ao repórter do BJÁ que algum dia ainda pretende voltar a Salvador, mas, que saia desapontado com tanto abandono em prédios tão bonitos.