Turismo

MÉXICO: Poço sagrado dos mayas vira ponto atração turistica em Yucatán

Lugar é encantador e ao mesmo tempo assustador
Tasso Franco , da redação em Salvador | 03/05/2014 às 15:54
Caverna com poço sagrado dos mayas, um lugrar belíssimo e assustador
Foto: BJÁ
   Diz-se que há 60 milhões de anos um gigantesco meteoro caiu no Sul do México, atual Península de Yucatán, formada por três estados (Yucatán, Quitana Roo e Tabasco) matando a todos os animais da fase pré-histórica e seus povos, antecessores dos mayas e teltolcas. 

   A partir desse fenômeno da natureza nessa vasta península não existe rios sobre a terra. Todos são subterrâneos e há lagoas e cenotes (poços e ou cavernas profundas), alguns deles, como o sagrado de Chichén Itzá, aberto aos turistas para banhos.

   Fica próximo do sitio arquológico de Chichén Itzá onde os mayas sacrificavam mulheres jovens para satisfazer os deuses da chuva, visitado por milhares de turistas, semanalmente. 

   Próximo do poço (cenote) há uma infra-estrutura turística enorme onde se ducha (antes de entrar no poço), nada-se no local, contempla-se a paisagem e depois almoça-se num imenso restaurante com capacidade de atender, simultaneamente, mais de 500 pessoas. 

  Tudo, claro, devidamente pago. O turismo no México é profissional e nada é gratuito. Banhar-se é pago. Usar a toalha, obrigatório, paga-se. Nadar no poço, paga-se. A única coisa de graça é a contemplação, do alto, para fotos.

   Há salva-vidas no local e crianças e adultos mais velhos é obrigatório o uso de coletes. O banho no poço sagrado dura em torno de 30 minutos. Mais do que isso enjoa, além do que, as excursões são initerrupatas. Sai uma e chega outra. Os mais jovens podem saltar de uma altura de 5 metros para dentro do povo que está repleto de peixes e tem uma profundidade de 40 metros.

 HISTÓRIA

  O termo cenote se origina da palavra maia dz’onot, que significa “caverna com depósito de água”. Os geólogos usam a palavra para descrever um poço natural de calcário, ou dolina. 

   A península de Yucatán é composta de rochas de calcário poroso, há muito perfuradas pela água da chuva que lentamente foi se infiltrando até o subsolo. Com o tempo, nos lugares onde haviam se formado cavidades, a parte superficial do calcário cedeu, deixando à mostra a água verde e azul, em poços naturais bem profundos, muitos deles cercados de vegetação exuberante.

     Em alguns cenotes, a água quase chega à superfície; em outros, fica bem abaixo. Espeleólogos (cientistas que estudam cavernas) e mergulhadores tentaram explorar os cenotes, mas em muitos casos não conseguiram ir até o fundo em vista da grande profundidade.

   Na época dos mayas, muitas cidades e centros cerimoniais se formaram em volta dos cenotes. Isso porque, além de serem importantes fontes de água, o povo acreditava que eram a moradia do deus-chuva, Chac. Os vários cenotes nas proximidades das famosas ruínas de Chichén Itzá são um exemplo disso. Um deles é o Cenote Sagrado ou Cenote dos Sacrifícios.

   Ali, arqueólogos recuperaram da água esqueletos (especialmente de crianças) e artefatos valiosos feitos de jade, de ouro e de cobre. Achados como esses confirmam a lenda de que sacrifícios humanos e outras ofertas eram lançados nos cenotes para invocar o deus-chuva.

   A PAISAGEM

   Algumas áreas da Península de Yucatán se assemelham às caatingas do Nordeste brasileiro. Extensas áreas muito secas com vegetção de árvores muito parecidas com as juremas, quixabeiras e pau-de-rato.

    A diferença é que há uma enorme abundância de água no subsolo ainda não devidamente explorada com plantações irrigadas pelos mexicanos. Quando isso acontecer essa região pode se transformar em grande produtora de frutas e grãos.