Turismo

MÉXICO: CHICHÉN ITZÁ, a terra dos bruxos d'água que executavam virgens

Há neste sitio arqueológico o maior campo de "juego de pelota" do México com 96 metros de cumprimentos
Tasso Franco , da redação em Salvador | 28/04/2014 às 09:56
A sauna das jovens virgens e o poço encantado onde eram executadas
Foto: BJÁ
   A última visita a sitios arqueológicos que fizemos nesse tour ao México foi a Chichén Itzá área tolteca maya que significa na "boca do poço dos bruxos da água ou pessoas que vivem a beira d'água" porque neste local, muito seco, com temperaturas superiores a 42 graus centígrados, os indigenas sacrificavam jovens virgens de 15 anos, assim que menstruassem, para satisfazer os deuses.

   Os mayas colocavam as jovens - grupo de 5 a 10 delas - numa sauna durante todo o dia e quando elas estavam mareadas, já quase a perder os sentidos, as jogavam num poço d'água subterrâneo de uma altura de oito metros. No outro dia, verificavam se os corpos estavam boiano. Se isso acontecesse, os deuses estavam satisfeitos e viria chuva para o local. Se não, novas jovens eram sacrificadas.

  O lugar é de uma aridez muito intensa, parece o sertão da Bahia até na vegetação tipo caatinga.  Em toda Peninsula de Yucatan devido a meteorito que caiu no lugar a 60 milhões de anos os rios são subterrâneos e há poços chamados cenotes donde se retiram a água e, alguns deles, hoje, são centros de turismo. Alguns desses cenotes ficam a uma profundidade de 15 metros.

   Encontra-se neste sitio no Estado de Yucatan, o maior campo de pelota (futebol praticado com os joelhos e os cotovelos com bola de pedra) com 95 metros de cumprimento ladeados por duas plataformas de muros. Neste campo, os mays praticavam um esporte estranho, pois, aquele que conseguisse acertar a bola em dois anéis que se situavam nas laterais do campo eram executados, o que representava uma honra. 

   COINSTRUÇÕES MONUMENTAIS

   Em Chichén Itzá, conseiderado uma das maravilhas do mundo, as várias estruturas – a pirâmide de Kukulkán, o Templo de Chac Mool, a Praça das Mil Colunas, e o Campo de Jogos dos Prisioneiros – podem ainda hoje ser admiradas e são demonstrativas de um extraordinário compromisso para com a composição e espaço arquitetónico. 

   O nome Chichén-Itzá tem raiz maya e foi fundada por volta dos anos 435 e 455 a.C. Foi declarada Património Mundial da Unesco em 1988. A cidade de Chichén Itzá foi abandonada em 670 d.C. e reconstruída 300 anos mais tarde, quando se tornou o centro da cultura maia e a cidade mais importante do nordeste de Yucátan.

   Algumas fontes etnográficas afirmam que em 987 d.C. um rei tolteca de nome Topiltzin Ce Acatl Quetzalcoatl dominou esta região com o apoio de algumas tropas mayas e fez de Chichén Itzá a capital, juntamente com Tula Xicocotitlan. A partir de então houve uma aglutinação entre os estilos arquitetônicos do povo maia e dos toltecas.

   A arte e a arquitetura desse período mostra uma mistura interessante de Maya e estilos tolteca. Alguns estudiosos afirmam que neste período a região não fora liderada por um único governante, mas por um conselho formado pelos mais notórios cidadãos. Entretanto, recentemente esta teoria vêm sendo menos apontada pelos historiadores durante as pesquisas sobre a origem de Chichén Itzá.

   Durante a era de ouro de Chichén Itzá, a cidade experimentou um período de forte crescimento econômico e tornou-se o centro financeiro de Yucatan. As rotas de comércio possibilitaram a obtenção de ouro e outros recursos minerais para a região.

   O Chichén Itzá foi eleito em Lisboa, no dia 7 de Julho de 2007, pelos organizadores da campanha New7Wonders, uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo.