Para nós baianos que já tivemos o finado museu do Instituto do Cacau da Bahia vale e muito conhecer esse museu quem for a San Cristobal de Las Casas
Tasso Franco , México |
26/04/2014 às 12:00
Museu ocupa um casarão em San Cristobal de Las Casas
Foto: BJÁ
San Cristobal de Las Casas é a das mais bonitas e representativas cidades mexicanas da cultura Maya com seu casario ainda da época colonial espanhola e uma movimentação muito grande de turistas de todo o mundo.
Fica no Sul do país no estado de Chiapas e neste sitio turístico existem pelo menos dois museus que são muito visitados e representantivos da região: o Mesoamericano de Jade, símbolo do amor eterno e pedra preciosa mais importante da região; e o do KaKaw (cacau) e Chocolatería Cultural.
O Museu do KaKaw escrito assim na lingua maya é uma planta nativa de uma região que vai do México, passando pela América Central até a região tropical da América do Sul, que vem sendo cultivada por pelo menos três mil anos na região. Os primeiros registros de seu uso datam do período Olmeca
Desde sua domesticação o cacau é usado como bebida e, depois, como ingrediente para alimentos. Durante a civilização maya era cultivado e, a partir de suas sementes era feita uma bebida amarga chamada xocoatl geralmente temperada com baunilha e pimenta. O xocoatl, acreditava-se, combatia o cansaço além de ser afrodisíado.
O QUE HÁ NO MUSEU
No Museu de San Cristobal os visitantes têm uma idéia completa de como os mayas cultivavam o cacau, como transformava em bebida e moeda de troca por mercadorias e escravos. Há uma série de objetos da época da colonização e da fase pré-histpânica com moedores de pedra, objetos que serviam para retirar o cacau dos cacaueiros, as vasilhas e galpões de armazenamento.
O museu é bastante visitado, um dos atrativos turísticos da localidade que tem aproximadamente entre 70 mil a 100 habitantes considerando os visitantes, há uma infra-estrutura de hotéis de boa qualidade (4 estrelas, pousadas), bons restaurantes e uma atividade cultural enorme na cidade.
No museu, há guias e salas onde são exibidos videos com configurações do cultivo do cacau da era Maya e da atualidade. Chiapas ainda é um dos maiores produtores de cacau do México e neste museu os visitantes podem comprar produtos derivados do cacau, peças de artesanato, livros e outros objetos. E, claro, beber o chocolate em cumbucas como bebiam os mayas.
Independente do lado turistico a chocolateria é aberta ao público de uma forma. Alguns restaurantes de San Cristobal fazem promoção conjugada: você almoça num restaurante e ganha tiquete para visitar o museu, gratuitamente. Mas, óbvio, diante de tantas delicias em chocolate, inclusive aquele gostoso, amargo, in-natura, ninguém sai de lá sem levar uma lembrança.
HISTÓRIA
Alguns dos vestígios mais antigos de uma plantação de cacau foi datado de 1100 a 1400 a.C., tendo sido encontrado em Puerto Escondido, localidade do Departamento de Cortés, em Honduras.
Pelo tipo de recipiente encontrado e pela análise de seu conteúdo, concluiu-se que produzia-se uma bebida alcoólica pela fermentação dos açúcares contidos na polpa que envolve os grãos, bebida essa que continua a ser feita até hoje em partes da América Latina
Por suas reconhecidas propriedades e sua difusão regional, o cacau ganhou grande importância econômica na Mesoamérica na era pré-colombiana. Os Mayas usavam os grãos como moeda. Dez favas valiam um coelho e por 100 favas de primeira qualidade adquiria-se um escravo
Durante o Império asteca (1325 a 1521 dC) sementes de cacau eram uma forma importante de divisas e meio de pagamento de tributos5 9 Um dos principais objetivos da expansão imperial dos Astecas na direção sudeste, durante o século XV, havia sido o de controlar as regiões produtoras de cacau no Istmo de Tehuantepec e no litoral sul da Guatemala.
Diz um cronista quinhentista que os armazéns de Montezuma II, em Tenochtitlan, continham mais de 40.000 cargas de amêndoas de cacau, algo estimado em torno de 1.200 toneladas.