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Sobral Lima , PALMEIRAS |
12/01/2014 às 12:10
Vila do Capão é um dos pontos de atrações turísticas da Chapada Diamantina
Foto: SL
A vila, no entanto, não é só festa: as críticas à administração municipal batem recorde e causam enorme desgaste político ao prefeito conhecido como “Didico”. A Vila do Capão tem no turismo sua maior fonte de renda e a cachoeira da Fumaça e o Vale do Pati, entre outros, são símbolos internacionais.
Nos últimos 15 dias que antecederam ao réveillon as chuvas prejudicaram bastante o acesso de 22 quilômetros de terra batida que liga Palmeiras ao Capão, motivo de severas críticas ao prefeito, que não fez o dever de “casa” para reverter o caos ou pelo menos minorar os estragos.
Para piorar ainda mais o quadro, uma das máquinas doadas pelo governo, do Programa PAC 2 - uma patrol - desde que chegou está desativada: deu pane e o painel da máquina foi levado para São Paulo, onde aguarda conserto até hoje.
O correto seria o governo substituir a máquina ou o gestor solicitar ao Consórcio da Chapada uma emprestada para melhorar o acesso ao Capão, mas a ineficiência optou por esperar a reposição do painel.
Crise
Com pouco mais de 800 habitantes distribuídos na Vila e povoados próximos, a crise financeira que se abate no município começa a fazer estragos: no posto de saúde (PSF) falta gaze, esparadrapo e medicamentos básicos, as demissões e atraso de salários rondam as famílias - até aliados entraram no corte e fazem denúncias – e a secretária de Assistência Social, cunhada do prefeito, foi exonerada por deixar que centenas de benefícios do bolsa família fossem bloqueados pela Caixa.
Em meio a esse cenário e com pouco mais de um ano no cargo, o prefeito nada decide sobre uma das questões mais polêmicas, que é o asfaltamento do acesso Palmeiras-Vila do Capão, desejo de mais de 70% da população aferido em pesquisa já realizada. Outros desejos são a telefonia móvel e internet banda larga e barata.
Segundo dados da pesquisa, o custo para asfaltar o trecho seria de R$7 milhões, enquanto a opção de fazer a obra com pedra, alternativa considerada como “ecológica”, custaria R$27 milhões. Essa última, segundo alguns, seria a preferida do prefeito. Tem quem defenda uma solução mista: parte asfalto, parte pedra.
Os que defendem o asfaltamento alegam que somente “uma meia dúzia de artistas e intelectuais” resiste à realização da obra, que resultaria em benefícios reais para quem realmente precisa. Citam, por exemplo, que o transporte de doentes para Seabra e Iraquara seria feito em menor tempo e reduziria os custos, o asfalto faria o transporte ser mais barato, os veículos quebrariam menos e a manutenção cairia, o turismo seria beneficiado e aumentaria, expandido a geração de emprego e a distribuição da renda. Enquanto nada se decide, o povo sofre.