A cidade está devendo justas homenagens a Luis Dias, Caramuru, Pereira Coutinho, Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio
Tasso Franco , da redação em Salvador |
08/03/2013 às 08:40
Forte de São Diogo, na Barra, onde foi o Castelo de Pereira Coutinho
Foto: BJÁ
A dica turistica da semana segue com o aniversário da cidade do Salvador que se comemora no próximo dia 29 de março, 464 anos, data da chegada da esquadra de Tomé de Souza à Baía de Todos os Santos, mais precisamente na enseada do atual Porto da Barra, onde havia o povoamento da Vila Velha do Pereira, do donatário Francisco Pereira Coutinho, o qual se fixou ali a partir de 1536, com a Capitania Hereditária da Bahia.
Os doutos do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) no Congresoso de História da Bahia, em 1949, decidiram apagar essa parte da história, da Capitania Hereditária da Bahia estabelecida pela Corte em 1534 e instalada em 1536; e também a presença de Diogo Álvares, o Caramuru, que se estabeleceu na Barra/Graça com a Vila do Caramuru, a partir de 1509/1510, a serviço dos franceses como comerciante de madeira.
Paciência. Ficou valendo como data de aniversário de Salvador, o 29 de março, quando ainda não se tinha fincado uma estaca na atual Praça Municipal, onde Tomé ergeu seu palácio.
Quer saber de outra peculiaridade interessante da história de Salvador?
Pois bem, as duas primeiras ruas da cidade foram a Rua Direita do Palácio, seguindo na linha Sul em direção a atual Praça Castro Alves; e a da Misericórdia, na linha Norte, em direção a Praça da Sé. A Rua Direita do Palácio, depois dos Mercadores porque os baianos mercavam suas mercadorias em taboleiros - frutas, verduras, carnes, etc -, que tem 464 anos, se transformou em Rua Chile quando uma esquadra de navios chilenos aportou em Salvador, no século passado.
Então, apagou-se a história e a Câmara de Vereadores, na época da presidência de Emmerson José chegou ao cúmulo de comemorar o Centenário da Rua Chile. Mas, como assim! se a rua tem 464 anos, hoje, e é a mais velha da cidade? Uma maluquice.
Agora, fala-se que o governo do Estado vai revitalizar a Rua Chile. Justo será que a Câmara de Vereadores volte o nome antigo da Rua.
Vou contar mais duas preciosidades sobre Salvador. Pedro Álvares Cabral ia para as Índias e achou o Brasil, em 1500. Levou consigo dois tupinambás para que o rei acreditasse em sua história. Quando voltou a Portugal mostrou os camaradas ao rei e este, por narrativa de Cabral de que era uma terra enorme a encontrada, enviou uma expedição exploratória ao Novo Mundo, comandada por Gonçalo Coelho, seguindo as cartas náuticas de Cabral.
Foi esse camarada que, pela primeira vez, chegou a Baía de Todos os Santos, assim colocando o nome no acidente geográfico porque era dia 1º de novembro, de todos os santos. Com ele veio Américo Vespúcio, o cartógrafo, para fazer os mapas.
Pois bem, Salvador não tem um estátua, um selo, uma placa sequer sobre Gonçalo Coelho e muito menos para Américo Vespúcio, cujo nome derivou os continentes América.
Agora, vocês sabem quem Salvador homenageou?
Cristovão Colombo, com uma praça e estátua no Rio Vermelho, este que descobriu a Amércia a partir de Santo Domingo/Cuba, etc, e nunca pisou os pés na Bahia. E, o que é mais curioso, colocaram a estátua de Colombo, na Praça Colombo, o qual foi um grande navegador, de costas para o mar.
Então, Salvador está devendo homenagens a Diogo Álvares (sepultado na Catedral da Sé), Pereira Coutinhoi (devorado pelos tupinambás em Itaparica), Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio. (TF)