Turismo

DICA TURÍSTICA DA SEMANA: Salvador tem data confusa de sua fundação

Hoje, há um movimento para trazer os restos mortais de Tomé de Souza para serem sepultados em Salvador
Tasso Franco , da redação em Salvador | 02/03/2013 às 11:05
Estátua de Tomé de Souza no centro da cidade, em frente a Câmara
Foto: BJÁ
  A dica turística da semana vai para a cidade do Salvador que completará 464 anos de sua fundação no próximo dia 29. A decisão de estabelecer como data de aniversário da cidade, o 29 de março de 1549, momento em que a esquadra de Tomé de Souza (foto arriba) chegou a enseada da Vila Velha do Pereira, hoje, Porto da Barra, deu-se no Congresso de História da Bahia, em 1949, quando a cidade completou 400 anos.

  Os historiadores baianos não consideraram a Vila do Caramuru, que começou a ser erguida nos altiplanos da Barra e Graça a partir de 1509/10, nem a Vila Velha do Pereira erguida pelo donatário da Capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, a partir de 1534, quando se inicou a colonização portuguesa no Brasil em sua primeira fase, com as capitanias hereditárias.

  Apagou-se essa parte da história, a Vila do Carmuru estaria completando 503 anos, e a Vila Velha 479 anos a partir em que o rei de Portugal estabeleceu a Capitania Hereditária, e considerou-se a data de fundação da cidade como a chegada de Tomé de Souza. A rigor, no entanto, a cidade do Salvador só começou a ser construida nois moldes de uma fortaleza a partir de 1º de maio de 1549, quando se demarcou o sítio onde é, hoje, a Praça Municipal, e começaram as obras comandadas pelo mestre Luis Dias.

  Recife e Olinda consideram para suas datas de fundações as datas das capitanias hereditárias, daí que aparecem como mais velhas do que Salvador.

   Há, hoje, um movimento para trazer os restos mortais de Tomé de Souza, o fundador da cidade e primeiro governador Geral do Brasil (cargo corresponde a presidente da República) para Salvador.

  A capital baiana, na atualidade, tem quase 3 milhões de habitantes e mantém, em parte, a originalidade do seu centro histórico, a mancha matriz da cidade, não como foi na época de Tomé de Souza, mas, pelo menos o traçado. Há, ainda, monumentos antigos, mas, já datados a partir do século XVII.