É a segunda mais antiga festa religiosa da Bahia, hoje, mais profana do que religiosa
Tasso Franco , da redação em Salvador |
11/01/2013 às 09:21
Ghandy e a multidão na festa da lavagem do Bonfim
Foto: Mateus Pereira Gov/BA
A dica turística deste final de semana é sobre a lavagem do Bonfim.
Trata-se da segunda festa profano-religosa (hoje mais profana do que religiosa) mais antiga de Salvador. Data de 1745 quando capitão de Marinha portuguesa Theodósio Rodrigues de Farias trouxe uma imagem do Salvador para a Bahia, inicialmente para a igreja da Penha (Ribeira), sendo que a primeira procissão (lavagem) teria acontecido em 1773 quando integrantes de uma devoção levaram a imagem da Penha ao Bonfim.
A mais antiga manifestação religiosa de rua da cidade é a procissão do corpo do Senhor (Corpus Christi) que data de 1549, primórdios da cidade.
O novenário na Basílica do Bonfim (detalhe: Bonfim não é igreja e sim basílica) data do súculo XIX e a atual procissão profana sai da basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia (padroeira do Estado da Bahia) em direção ao adro da basílica do Bonfim, app 9km, este ano no dia 17 próximo, quando baianas lavam o local e são feitas preces.
Ao longo dos últimos a festa tem passado por várias mudanças com a retirada dos carroceiros, a presença de pouco bicicleteiros e cavaleiros, e também de figuras populares baianas.
Transformou-se também numa festa política quando governador, prefeito, veredores, deputados e senadores testam suas popularidades. Neste 2013, o governador Wagner não comparecerá pois viaja a China no próximo domingo, devendo ser representado pelo vice Otto Alencar. O prefeito ACM Neto faz sua primeira lavagem como chefe do poder executivo municipal.
Normalmente vão dois blocos distintos: o do governador e baianas contratadas pela Setur e o do prefeito. Na época de João Henrique este só andava até metade do percurso. Dava caruara e chegou até a ser levado para um hospital.
Baianas estilizadas, vestidas a caráter devem ter umas 200, no máximo. Teve um ano, época de ACM, que a PM colocou policiais femininas vestidas de baianas, o que representou uma coisa ridícula.
A festa começa por volta das 9h com culto ecumênio e o cortejo inicial dura app 3 horas com lavagem do adro por volta das 12h. Mas, o furdunço segue durante todo o dia. Desde o governo Imbassahy que se proibiram o desfile de trios-elétricos no percurso.
O povo de santo comparece em peso a lavagem pois no sincretismo religioso Senhor do Bonfim é Oxalá.