Atual catedral tem frontispício voltado para o Terreiro de Jesus, centro histórico de Salvador
Tasso Franco , da redação em Salvador |
04/01/2013 às 10:41
Catedral da Sé iluminada e ao lado a antiga Escola de Medicina da Bahia
Foto: Manu Dias
A dica turística do final de semana é sobre a Catedral Basílica da Sé, em Salvador, templo jesuita e que tem uma relação muito forte com a primeira capital do Brasil.
Foram os jesuitas que ultrapassaram a muralha Norte da cidade além da porta da Misericórdia erguendo um colégio e uma Sé primacial, onde hoje está o monumento da cruz caída de Mário Cravo Jr. Daí, a cidade se expandiu rumo ao atual Pelourinho e ao Santo Antônio Além do Carmo onde existia uma aldeia tupinambá que os padrecos colocaram o nome de Espírito Santo.
A atual catedral que você vê na foto de Manu Dias é do século XVII, por volta de 1654, e se situa com frontipício voltado para o Terreiro de Jesus (a antiga Sé tinha a frente voltada para a Baía de Todos os Santos, mas, foi derrubada pelas picaretas do progresso, em 1939, daí surgindo o IPHAN) e contém seu santo mor, Ignácio de Loyola, o militar fundador da Cia de Jesus.
Hoje, a Igreja Católica não teria coragem de colocar um militar como santo. Mas, nos idos da renascença isso foi possível.
DADOS DO WIKIPÉDIA
Possui uma única nave, uma capela-mor profunda ladeada de duas pequenas capelas, mais duas capelas no transepto e outras ao longo da nave. A decoração das capelas secundárias é desigual e de difícil datação, tendo sido ornamentadas em diferentes períodos e várias vezes reformadas entre os séculos XVII e XVIII por vários artistas, entre eles o entalhadorJoão Correia, os irmãos Luís Manuel Trigueiros e Domingos Trigueiros, e os pintoresDomingos Rodrigues e Eusébio de Matos, mas é difícil a identificação segura de que parte dos trabalhos coube a cada um. As únicas capelas que guardam sua configuração original são as de Santa Úrsula, São Francisco Xavier e Santo Inácio de Loyola. O altar-mor data de 1665-1670, executado pelo irmão João Correia e auxiliares. Possui uma rica talha dourada, de grande importância artística e histórica, sendo um dos poucos altares maneiristas do Brasil. Em 1670 foi aberto um camarim na parte superior para exposição do Santíssimo Sacramento, decorado com painéis com as imagens de Santo Inácio e São Francisco Xavier, pintadas pelo irmão Domingos Rodrigues, autor de outros painéis na mesma capela. Em 1746 foi instalada uma imagem de Cristo Salvador em um nicho sobre o arco do cruzeiro, acima da capela-mor.[1]
À esquerda da capela-mor está a capela do Santíssimo Sacramento, que recebeu muitas das alfaias procedentes da antiga Sé quando esta foi demolida, entre elas um relicário de ouro e prata cravejado de diamantes, duas credências de altar e três palmas de prata. A capela do lado direito, atualmente dedicada a Nossa Senhora das Dores, foi descaracterizada por sucessivas reformas e tem pouco valor artístico. As duas capelas do transepto, por outro lado, possuem notáveis altares barrocos, instalados em 1754, dedicados a São Francisco Xavier e Santo Inácio.[1]
As capelas secundárias na nave originalmente guardavam preciosas obras de arte, mas pelas reformas ocorridas ao longo do tempo muitas se perderam, e outras foram transferidas para outros locais, como a sacristia e o Museu de Arte Sacra. Entre elas se destacam um busto-relicário de Santo Inácio revestido de prata, a imagem de Nossa Senhora das Maravilhas, também prateada, e bustos de Santa Úrsula e mais dez mulheres representativas das Onze Mil Virgens. O teto tem uma rica decoração em talha com símbolos jesuíticos, em cujo centro se encontra um grande medalhão radiante com o monograma IHS (Iesus Hominum Salvator - Jesus Salvador dos Homens), o símbolo daCompanhia de Jesus.[1]
No batistério se encontra uma grande pia batismal esculpida em um bloco único de pedra de lioz. A ampla sacristia também possui tesouros, destacando-se três altares barrocos de mármore multicolorido proveniente da Itália, onde são expostas estátuas e pinturas de grande porte; um grande arcaz entalhado em jacarandá por Luís Manuel de Matosinhos e Cristóvão de Aguiar, com incrustações demarfim e casco de tartaruga, e pinturas encaixadas de autoria do italiano Gerardo della Notte, e um lavabo em pedra. Na parede sobre o arcaz existe uma série de grandes pinturas sobre o Antigo Testamento, e o teto é decorado com pintura em caixotões, mostrando mártires e apóstolos jesuítas junto com motivos florais em estilo maneirista. As paredes até meia-altura são revestidas de azulejos pintados.[1]
A antiga livraria do colégio se localiza acima da sacristia. Seu acesso é feito por uma passagem com revestimentos de azulejos, e possui uma notável pintura em seu teto, em estilo de arquitetura ilusionística com alegorias do Tempo e da Fortuna, atribuídas aAntônio Simões Ribeiro. Hoje ali funciona o Museu de Arte Sacra. A Catedral e todo o seu acervo foram tombados pelo Iphan em 1938 pela sua grande importância histórica e artística.[1]